Persona 5 Royal (Nintendo Switch)


Estamos de volta a Tóquio com Persona 5 Royal, uma metrópole cheia de movimento onde estranhos casos têm ocorrido recentemente, entre os habitantes da cidade que normalmente já lidam com toda uma série de questões pessoais e sociais. Acompanhamos os Phantom Thieves na pele de Joker, um jovem aluno que se vê obrigado a ir para a capital, após um incidente. Logo nos primeiros dias vê-se envolvido num mistério, a formar uma equipa de aventureiros e a enfrentar podres da sociedade. Um RPG tradicional por turnos, que nos agarra desde os primeiros momentos, com um estilo de animação característico da série e uma banda sonora memorável!

O original foi um meus jogos do ano, como podem ler na análise aqui, sendo ainda hoje um dos meus RPGs favoritos. Uma aventura excelente, com um elenco incrível recheado de personagens únicas que nos marcam e deixam saudades, deixando-me com uma espécie de sentimento de despedida de um grupo de amigos, assim que terminado. Tudo é enriquecido com uma história com temas bastante atuais, entre questões sociais e mitos urbanos, este último um dos pilares da narrativa de Persona. Royal vem aprimorar muito do que o original criou e, agora, finalmente disponível em todos os sistemas modernos! Não há desculpas, agora.


É acrescentada imensa história face ao original, alguma dela que me deixou com algumas críticas como uma certa incoerência em momentos da narrativa que não contemplaram alterações feitas para esta versão, tornando até a relação com determinadas personagens algo estranha. Questões piores mais que compensadas com o que o jogo nos traz logo desde o início, aumentando o leque de atividades possíveis a fazer desde cedo, como novas áreas, mini-games, novos Social Links, mais personas e até uma maior liberdade para explorar o jogo à noite. Se já achávamos que havia muita coisa que podíamos fazer, agora temos ainda mais, levando-nos a pensar ainda qual a melhor maneira de passar o tempo, em vez de outras escolhas. Mesmo em combate há novas habilidades conjuntas entre personagens, uma reformulação ao modo como usamos as pistolas. Fora de combate Joker vem equipado com um pequeno arpão que nos permitem explorar zonas totalmente novas das masmorras.

A maior diferença agora é a mudança na história principal, acrescentando todo um novo semestre na fase final da aventura que nos leva a um novo desfecho, e um par de novas personagens sendo uma delas Kasumi, um novo membro da equipa cujo alter-ego como Phantom Thief é Violet. Ela marca presença desde os primeiros minutos do jogo, acabando até por ter mais destaque que outros membros da equipa do jogo original. Há uma certa condição que é necessária cumprir para ter acesso a ao novo semestre, o que pode alienar alguns jogadores e que me deixou algo desconfortável.


Ainda assim consegui ver este conteúdo sem qualquer dificuldade, felizmente, sendo que aqui a história encaixa perfeitamente nos temas do original. E acreditem, há todo um conjunto de camadas diferentes na história, e todos estes pontos se complementam. É neste ponto que me foco, pois é mais conteúdo para um dos meus jogos favoritos e, pormenores à parte, adorei todos os novos minutos adicionados. Surgem novos desafios, super bosses incluídos com os DLCs, conteúdo que nos deixa desfrutar ainda mais do bom sistema de combate e de fusões entre personas, criando equipas capazes de aniquilar qualquer boss com a estratégia certa. São centenas de horas garantidas, mais que obrigatório para os fãs do género, agora disponível entre mais plataformas.

A versão desta análise é a da Switch, talvez o port mais pedido pelos fãs, bastando lembrar quando foi registado o website de Persona 5 Strikers, onde o S foi lido como Switch. Ou mais recentemente o anúncio para Xbox que gerou ainda mais ruído. Felizmente foi uma questão de dias até o anúncio que iria sair também na Switch. Este novo lançamento inclui todos os DLCs lançados na PlayStation 4 e algumas melhorias, tornando-o na versão definitiva do jogo, mesmo que não inclua nenhum subtítulo.


Na íntegra, a versão Switch é praticamente igual à da PlayStation 4 com alguns ajustes a nível técnico: corre a 30 frames por segundo, tal e qual a versão original, com “truques” de resolução onde os elementos da interface mantém a qualidade, mas nota-se, embora que ligeiramente, alguma perda de resolução no jogo em si. Tendo-o jogado principalmente em modo portátil, uma vontade que tenho desde o lançamento em 2017, o jogo apresenta uma qualidade incrível, numa conversão muito bem trabalhada, muito ajudada pelo estilo visual do jogo. Não é um “milagre técnico” como outros jogos têm sido aclamados para a Switch, recentemente, mas, ainda assim, é uma versão muito bem conseguida. Se jogarem na PS5, Xbox Series ou PC, podem contar com visuais idênticos ao original, mas a correr a 60 frames por segundo.

São sacrifícios que notamos quando comparado lado a lado com as outras versões, que mal nos apercebemos enquanto jogamos na Switch tanto em portátil como na dock. Não há quebras de frames, por muita confusão ou elementos que estejam presentes no ecrã, a nível audio o jogo vem já com as vozes em japonês, sem serem necessários downloads adicionais. Os DLCs já incluídos trazem consigo toda uma quantidade de fatos diferentes e acessórios que ajudam (bastante) o jogo, tornando-o até mais fácil, mas podemos ou não os usar, ou saltar logo para uma dificuldade superior.


Há muito que gostaria de contar, mesmo sabendo que é um jogo com mais de 5 anos com o lançamento em plataformas além do ecossistema da PlayStation vai ser a primeira vez que muitos vão jogar Persona 5 Royal, então evito quaisquer spoilers ou possíveis dicas para a história. Ela está carregadinha de surpresa e, de certeza, que me vou divertir a ver a reação de muitos ao modo como ela se desenrola. Repito o que disse anteriormente: se são fãs de RPGs, ou até mesmo se quiserem explorar um jogo do género, mas ficam ansiosos pela complexidade que o género parece ter, Persona 5 Royal é mais que recomendado, até mesmo obrigatório! E este é apenas o primeiro, pois Persona 3 Portable e Persona 4 Golden estão também a caminho!

Nota: Análise efetuada com base em código final do jogo para a Nintendo Switch, gentilmente cedido pela Ecoplay.


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