Sunday Gold


A chuvosa Londres serve de pano de fundo a um futuro distópico, onde um trio de criminosos bastante habilidosos faz das suas ruas um verdadeiro parque de diversões para porem em prática todas as suas habilidades malfazeres. Esta é a premissa de Sunday Gold, um título de aventura RPG, com muitos puzzles e mecânicas turn base no que ao combate diz respeito.

Após um evento que acabou com a captura de um dos elementos do antigo trio, Sally e Frank, veem-se sem ideias e sem dinheiro para abordarem o futuro. Eis que aparece Gavin, o nerd de serviço, com uma pista que se apresenta pouco aliciante ao inicio, mas que rapidamente se mostra bastante peculiar e perigosa. Embora sejam um gang de rufias, as personagens principais têm as suas convicções no lado bom da força e sendo esta uma pista que promete desvendar o perigo que está a assolar a cidade de momento, decidem unir as suas forças mesmo conhecendo pouco ou nada deste novo elemento da equipa. A missão será assim a de desvendar os planos maquiavélicos de uma megacorporação maligna e o bilionário por trás dela.

A aventura envolve exploração e combate contra inimigos numa premissa por turnos. Cada ação esta necessariamente associada ao uso de "Action Points" que também se traduz automaticamente para o combate contra inimigos. Cada personagem tem ao seu dispor X número de "Action Points" e é possível fazer-se uma gestão de recursos espalhando as ações pelos diferentes membros. Ainda que, para certos momentos, seja necessário usar a personagem "chave" para a conclusão do puzzle. 


Frank é a pessoa responsável por abrir locais que se encontrem fechados com uma fechadura normal, já que a sua destreza de dedos é bastante evoluída e trata de cada fechadura como se fosse sua melhor amiga. Sally, é a prova viva que músculos não servem apenas para os olhos verem, mas sim, para ajudar em situações onde a força é a palavra de ordem. Por último, Gavin, o mastermind de serviço que é capaz de hackear tudo o que sejam fechadura eletrónica, ou passwords de PC's. Um ponto interessante é que a cada ação "especial" destas, está associada a um mini jogo especifico da personagem. Preparem os neurónios porque os mini jogos do Frank não são pera doce.

Existem momentos chaves onde o combate contra inimigos é inevitável, numa situação de Boss Fight, que segue principalmente o propósito da história. Os outros momentos de combate contra inimigos devem-se principalmente à necessidade de passar de turno, uma vez que já não se podem efetuar ações por falta de "Action Points". Neste sentido, é possível manter atenção ao "Alert Meter" presente no topo do ecrã. 


Os confrontos em si, traduzem-se essencialmente por mecânicas de estratégia onde é importante perceber os diferentes inimigos que se enfrentam. Cada inimigo apresenta uma fraqueza e um tipo de ataque ao qual tem proteção contra. Neste sentido, é importante ou mudar de armas que apresentem o tipo de ataque pretendido, ou usar as habilidades afetas a isso. Embora não haja um grande repertório de armas, existem pequenas nuances no que toca à utilização de várias armas. Cada personagem apenas pode usar uma arma de fogo e uma arma de dano corpo a corpo e especifico às suas habilidades. Ainda que não seja muito importante, o Frank é o único que, por exemplo, pode utilizar uma arma de fogo mais pesada, como uma shotgun ou uma riffle. Por outro lado, a Sally é única que pode usar os punhos para aplicar murros que prometem aplicar bastante dano.

A mecânica RPG está traduzida numa árvore de habilidades, que mesmo que não seja muito extensa, faz com que seja possível definir um plano de habilidades para um melhor desempenho na sua prática. Como seria de esperar por cada conclusão de capitulo, encontro contra inimigos ou resolução de puzzles, uma pequena percentagem de experiência é acrescentada a cada personagem. Não encontrei nenhuma maneira eficiente de fazer "grind" ou por outras palavras, para obter mais experiência, nem senti muito essa necessidade, a não ser num período de combate contra Bosses que se podem tornar de certa maneira tediosos.


De certa forma os combates contra os inimigos são o ponto que menos me interessou no decorrer da ação. Apesar de apresentar um impacto gráfico interessante, não senti grande profundidade de mecânicas, acabando muitas das vezes por usar apenas as habilidades de ataque mais proveitosas contra os inimigos. De referir que existe uma barra afeta à forma mental que tem um impacto direto durante os períodos de combate. Cada personagem apresenta 3 níveis diferentes de compostura mental, e por cada nível a menos, é possível cair-se num estado mental de loucura que irá incrementando com o decorrer da história, ou perante um ataque do inimigo. Para curar estes efeitos menos positivos, é necessário ou usar habilidades ou até mesmo certos itens que permitem recuperar a compostura. Também com o término do capítulo é possível recuperar todos os estados negativos e claro está, a barra de vida até à data perdida.  

Sunday Gold conta uma história de certa forma interessante, onde cada personagem apresenta voice acting de requinte, puzzles interessantes, mas fica a dever alguns pontos a uma mecânica de combate algo monótona e um sistema de "Action Points" que se pode tornam tedioso e que essencialmente levam a momentos de alguma frustração.

Nota: Análise efetuada com base em código final do jogo para PC, gentilmente cedido pela Team17.


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