Grounded
Para alguém que na altura da sua versão beta evitou de jogar para puder obter uma versão final do jogo, não sei honestamente se na altura estava assim tão bom, mas uma coisa posso assegurar, esta versão final de Grounded está realmente fantástica.
Eu não posso afirmar que seja o maior fã de jogos de sobrevivência como é o caso de Grounded, onde o objetivo passa por recolher recursos e com isso realizar crafting e sobreviver no meio de um jardim gigantesco a solo ou acompanhado. Verdade seja dita, comecei a campanha a solo e os primeiros passos foram uma surpresa enorme, embora já tivesse conhecimento do que se tratava, não tinha experienciado por mim mesmo a beta, tendo sido agora o primeiro contacto direto com o jogo.Há muita coisa a ter em conta antes de partirmos para a análise propriamente dita, e posso considerar estes pontos de alta importância para quem tiver curiosidade de visitar o mundo de Grounded. Se ainda não sabem, resumidamente, este jogo é baseado no mesmo conceito do filme dos anos 80 “Querida, eu encolhi os miúdos”, um famoso filme que quando eu era pequeno adorava, e rebobinava a minha VHS para ver e rever, hoje temos Grounded, um videojogo precisamente inspirado nesse clássico, fácil de entender para quem viu o filme, desde as formigas ao tempo passado no jardim, é quase como um copy paste no fundo, neste caso no bom sentido.
Antes ainda de revelar o que se pode fazer, é necessário sublinhar que quando se inicia o jogo recebemos um aviso de que não é aconselhável pessoas que sofrem de aracnofobia a jogarem Grounded. A razão é um pouco óbvia, somos pequenos, mais pequenos que estes insetos que tantos de nós odiamos e ficamos arrepiados, imaginem passo a passo depararem-se com uma aranha daquelas feias e enormes mesmo em frente a vocês ou num buraco escuro que eventualmente vai acontecer, por isso mesmo fica o aviso de que se sofrerem bastante com isso, devem mesmo evitar de jogar, se forem como eu, ainda que não tenham grande simpatia por aranhas, arrisquem experimentar.
Se ultrapassarem o medo das aranhas, podem então ficar a conhecer Grounded, um jogo que nos é apresentado com uma enorme originalidade e criatividade que deixará todos os jogadores interessados mesmo sendo um género para um público específico, ou seja, é excelente ver um jogo ter um alcance destes e Grounded é dos poucos jogos que tem essa magia de convencer qualquer jogador a experimentar por umas horas que seja.
Começamos por ter de escolher uma personagem de 4 disponíveis, o jogo passa-se nos anos 90 e acordamos a sair de uma mala prateada com espaço para outros jogadores caso estejam a jogar online. Os primeiros passos são verdadeiramente engraçados, ao sair do buraco onde se encontra a mala da qual estavamos, deparamo-nos logo como tudo é enorme à nossa volta, os próprios insetos inofensivos que passam por nós têm um tamanho razoável, já as folhas ou outros objetos espalhados têm um tamanho colossal. O primeiro objetivo é caminhar por um “trilho” por assim dizer já idealizado para o jogador seguir, até dar de vistas com um dispositivo misterioso, onde ficamos a saber que era precisamente o dispositivo que nos encolheu. Ao tentar ativar este dispositivo, sucede um problema, é aí que o jogador terá de ir em busca de materiais e informações para reparar este dispositivo para que possamos voltar ao normal, um objetivo principal simples mas que irá levar horas de jogo.
Para aqueles que têm receio de se perderem, o jogo contém um mapa com as localizações dos objetivos, não será difícil de seguir o caminho em direção aos objetivos principais, poderá ser difícil é enfrentar alguns destes insetos que pelo jardim estão espalhados. Não são apenas as aranhas a maior ameaça, as melgas (mosquitos) também estão por lá e com a cauda vermelha cheia de sangue sugado pronto para zumbir nos nossos ouvidos e sugar-nos num piscar de olhos até falecer quase de imediato, há também as formigas obreiras que são amigáveis, mas há um outro tipo de formiga ameaçador, no entanto mesmo as obreiras podem ser inimigas caso estejamos a atacar as mesmas. Vão também encontrar joaninhas e carraças, há todo um tipo de insetos a explorar e uma forma de analisar os que são ou não amigáveis.
Podemos e devemos defender-nos contra esses perigos, para tal, o jogador terá de recolher recursos espalhados por todo este jardim imenso, desde pedras, folhas e outros objetos para realizar o tão desejado crafting. Este crafting será para a criação de armas como lanças e machados, como também para obter equipamento como um capacete, uma armadura entre outros, e claro a criação de fogueiras para cozinhar alimentos, camas portáteis ou mesas para a criação de certos objetos. Existem insetos para cozinhar mas como não fomos os únicos a sermos encolhidos, existe alguém que já cá esteve e que pelos vistos, encolheu uns snacks, os quais vão ser usados para saciar a fome, no entanto o jogador também terá sede e das duas uma, pode beber água não potável que se encontra nas poças de lama gigantes e que vão causar danos à saúde, ou então beber água/orvalho que se encontram nas folhas.
Um pouco por toda a parte do jardim vão encontrar tendas do vosso tamanho no
qual se encontram máquinas as quais devem usar para realizar análises a
objetos novos que tenham recolhido. Estes objetos devem ser analisados para o
jogador ganhar maior conhecimento e experiência que será usado para outros
fins como a criação de estruturas enormes como casas ou cozinhas, tudo
estabelecimentos para apaziguar a vossa sobrevivência neste ambiente
hostil.
As ameaças são imensas, desde os insetos, a peixes, ao próprio ambiente
como o calor do sol, a terra que pisam, Grounded executa todas essas ideias de
forma perfeita e com sentido, é uma experiência absolutamente inesperada e que
chega como uma das maiores surpresas que eu tive este ano, é simplesmente
fantástico e carregado de conteúdo.
Nota: Análise efetuada com base no serviço GamePass para Xbox Series X