New Pokémon Snap


Vai um safari pelo mundo de Pokémon, na Nintendo Switch? Não se esqueçam de levar a câmara, e confirmar que está com bateria!

New Pokémon Snap é, para muitos fãs de Pokémon, uma das mais aguardadas sequelas de sempre: afinal, o anterior Pokémon Snap foi lançado em 1999 para a Nintendo 64! Tempo suficiente para que muitos fãs da série principal nunca o tenham experimentado, sequer. Ainda assim, era um dos jogos mais pedidos pelos fãs da Nintendo, a par de séries como F-Zero, por exemplo, até ao dia em que foi finalmente revelado. Mas de que se trata, então, este jogo?

Fotografar todos os Pokémon! Ao contrário do que seria visitar um zoo, a expressão “safari” é a que melhor explica esta experiência: uma série de viagens por diferentes ambientes naturais habitados pelas mais diversas criaturas de pokémon. Na prática, é um “on-rails shooter”, no qual os “disparos” são feitos com uma câmara fotográfica, fazendo do jogador um verdadeiro poké-biólogo da vida selvagem. Tudo isto passa-se na região de Lental, um arquipélago com uma grande diversidade de ecossistemas distribuídos pelas várias ilhas que o constituem. Como seria de esperar, a fauna varia em todas elas, mas todas têm algo em comum: um fenómeno conhecido por “Illumina Pokémon”. Este é, aliás, o pretexto para toda a investigação, com o objetivo de desvendar os mistérios desta região. Mas vamos por partes.


O objetivo é estudar e compreender os comportamentos destas criaturas no seu ambiente natural, capturando vários momentos e situações para ajudar com os estudos do Professor. Tudo começa com uma pequena rota de exploração perto do laboratório, durante o dia, para aprender as principais mecânicas de "captura" neste jogo. Os controlos são bastante simples, com os analógicos a controlar tanto a câmara como o ponto de foco das fotografias - útil quando, numa imagem, aparecem várias criaturas, de forma a indicar qual delas é a que se pretende fotografar. Depois disso, é disparar, disparar, disparar. No final do percurso, todas as fotos aparecem organizadas por pokémon, cabendo ao jogador escolher qual a imagem de cada criatura pretendem submeter para avaliação.

O professor irá, então, proceder à análise das fotografias, tendo vários pontos em consideração. Primeiro, existem 4 categorias, que vão desde uma pose normal do dia-a-dia até uma acção especial, capturada no momento certo. Depois, as fotos são pontuadas com vários fatores em conta, desde a pose do pokémon, ao seu tamanho no enquadramento, se está ou não virado para a câmara, entre outros. Estas capturas irão, depois, para o Photodex, um catálogo de todos os pokémon já encontrados, totalmente personalizado pelo jogador.

Depois de avaliadas e catalogadas, resta decidir o que fazer com todas as fotos. Algumas capturas especiais? Alguma que se queira reajustar antes de a guardar? Este é o momento para isso. Todas as que se pretenda gravar irão, depois, ficar disponíveis num álbum pessoal do jogador, enquanto que as restantes serão simplesmente descartadas. Mas regressemos à exploração.


Feito o longo, mas útil tutorial, começam a ser desbloqueados itens que permitirão interagir com os pokémon e, assim, observá-los a ter comportamentos diferentes dos habituais. Uma dessas ferramentas é uma simples maçã, que pode ser atirada tanto para alimentar, como para distrair um pokémon. Nem todos irão reagir da mesma maneira, alguns irão até achar indiferente, mas depois reagir a outra interação. É também aqui que entra o fenómeno dos Illumina, após se obter umas coloridas esferas luminosas que podem ser atiradas, tanto para cima dos pokémon, como para umas flores especiais que irão irradiar essa energia, causando assim comportamentos especiais.

Num jogo como este, o timing é realmente importante, pois algumas poses são mesmo rápidas, especialmente no que diz respeito a acções especiais, que darão melhor pontuação. Conforme o desempenho nas fotografias, o jogo irá determinar um aumento de experiência relativa a esse percurso, desbloqueando assim novos caminhos que, além de novas perspetivas, permitirão encontrar outros pokémon. Visitar o mesmo percurso em diferentes períodos do dia, por exemplo, acaba por ser completamente diferente, até mesmo nas espécies que lá poderão ser observadas.

Em geral, os percursos são curtos em termos de duração, mas com um grande valor em termos de rejogabilidade, o que o torna ideal para se ir jogando mesmo em curtos períodos, seja em portátil ou na televisão. Algo que ajuda bastante é o facto de, conforme se vai avançando, surgirem cada vez mais "pedidos especiais" vindos do professor e outras personagens, que vão chamando a atenção a coisas que, de outra forma, talvez nem se reparasse. Isso, e o facto de se irem encontrando algumas diferenças ao longo da exploração mesmo que, em geral, grande parte das atividades sejam como um parque temático na vida real, onde criaturas robóticas iriam seguir o seu "loop". Não fosse isso, porém, e também seria quase impossível capturar certos movimentos ou atividades mais raros de cada pokémon.


O que seria um jogo de fotografia sem uma galeria? No final de cada jornada, os jogadores terão a possibilidade de rever todas as fotos e, assim, guardar as favoritas no seu álbum pessoal. É também possível gravar essas fotos diretamente na consola, como se fossem screenshots. Se forem como eu, irão mesmo guardar muitas fotos no jogo e, para tal, o jogo permite expandir o ficheiro de gravações na consola. A partir desse álbum, é possível personalizar as fotos com molduras e efeitos especiais, incluindo divertidos stickers que vão sendo desbloqueados.

É aqui que entra a componente online do jogo, onde cada jogador pode criar o seu perfil e partilhar as suas favoritas. Depois, elas irão surgir nas galerias online, que atualmente permitem ver por um de três temas: as fotos "trending" que estão a receber muitos "Sweet!", as fotos dedicadas a um percurso em particular, e as recomendadas pela equipa do jogo. A partir do ecrã principal, na secção de notificações, também vão aparecendo fotos submetidas por outros jogadores, o que promove a interação. Falta, porém, uma opção de procurar pelas galerias de amigos que se tenha na Nintendo Switch, algo que seria bastante útil.

Finalmente, na vertente técnica, este é um jogo um óptimo grafismo no que diz respeito à Nintendo Switch, recheado de ambientes coloridos e efeitos especiais. De forma geral, corre de forma bastante fluída, salvo um ou outro caso com muitas criaturas em simultâneo, onde se podem sentir alguns frame-drops. No modo portátil, nota-se uma redução na profundidade de campo mas que, na prática, não afeta a experiência. Já em termos de controlos, o jogo conta com uma boa série de opções incluindo a velocidade de deslocamento da câmara, algo que recomendo vivamente a personalizar ao gosto de cada um, pois poderá mesmo fazer a diferença.



"Apanhá-los todos" ganha um novo significado quando a "captura" é feita com uma câmara fotográfica. New Pokémon Snap não será, certamente, para todos os jogadores, mas facilmente irá apelar tanto à nostalgia de outros tempos dos adultos, como puxar pela imaginação dos mais pequenos. Um verdadeiro safari no universo de Pokémon!


Nota: Análise efetuada com base em código final do jogo para a Nintendo Switch, gentilmente cedido pela Nintendo.

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