El Hijo - A Wild West Tale


Um jogo furtivo com uma história bastante bonita que tem lugar no velho oeste, El Hijo - A Wild West Tale é um jogo com uma boa narrativa e estilo visual, mas estará a experiência deste indie à altura das primeiras impressões?


Inicialmente somos introduzidos à história de um rapaz que é entregue pela própria mãe aos cuidados de um convento, narrada por cutscenes sem quaisquer diálogos, com uma animação e visual muito cativante que mais parece retirado de um desenho animado. Existem algumas pontas soltas que não revelam o porquê de certos acontecimentos mas que também é facilmente ignorado pois é percetível o objetivo principal.

A maior parte do jogo temos em nosso controlo esse rapazinho, que tem como objetivo voltar a encontrar-se com a mãe. Para isso, terá de passar por tudo e todos no convento, que vão tentar impedir a sua fuga. Noutras partes, estaremos no controlo da mãe do rapaz, no meio de uma guerra entre os bandidos e a lei.

Sendo um jogo furtivo, a ideia é escapar sem ser detetado e como tal, vão existir imensas formas de evitar ser apanhado. O miúdo poderá esconder-se por detrás de cortinas, dentro de jarras, mobília e até caixões. A maior parte do gameplay é basicamente isso, fugir sem ser detetado. Com a mãe, o objetivo será exatamente o mesmo, no entanto a mãe sendo adulta, terá outros métodos para se esconder dos inimigos.


Ambos podem verificar se o raio de visão dos inimigos está perto e a que distância este chega e um pouco do mapa em que nos encontrámos a jogar e, um dos problemas a apontar é precisamente esse, muitas das vezes é complicado encontrar a saída correta pois não temos um botão para usar como câmara e ter pelo menos uma ideia de onde é saída para o próximo nível. O facto de usar o botão para verificar o campo de visão dos inimigos ajuda, mas por vezes não é o suficiente, ficando a andar em círculos em mapas maiores e com pouca visualização.

A IA do jogo é no mínimo estranha, ora não nos consegue ver ou até nos vê e ignora, ora estamos escondidos e qualquer pequeno passo fará diferença. Pior só mesmo uma das partes em que bandidos e xerifes andam num tiroteio sem fim e alguns dos bandidos ou xerifes ao lado sem fazerem caso, como se nada passasse, ou então estarem aos tiros entre eles mas ambos param e tornam-se aliados para vir atrás do rapaz, sem que se perceba bem porquê.

Uma coisa que ajuda no jogo a não desgastar com todos estes defeitos é o facto de existirem vários pontos de gravação automático que por sua vez, podem às vezes, prejudicar o jogador mas, vamos por partes. Existem pontos de gravação específicos em que, sempre que o jogador atravessar um desses pontos, o jogo é gravado automaticamente e passar a ser o novo checkpoint mas, existe sempre uma side quest nos níveis que é inspirar crianças e fazê-las sorrir, dependendo dos níveis, existe X de crianças que podemos “salvar” com um sorriso brincando com elas para as animar, no entanto sempre que o fizermos, o jogo é gravado. Na maior parte das vezes, não haverá qualquer problema, até pode facilitar o jogador mas, ao longo da minha jornada, algumas vezes, o jogo foi gravado após ter estado com a criança e o rapaz ficou numa posição tal que mal desse um passo para trás ou para o lado, era de imediato capturado por um monge ou um bandido e isso foi frustrante.


 
Existem algumas formas de distrair os inimigos, desde brinquedos, quebrar garrafas ou simplesmente atirar foguetes para atordoar os inimigos. A arma principal é a fisga e com ela, o jogador, seja com a mãe ou o filho, terá de ultrapassar obstáculos mirando em zonas específicas, aloquetes em portões, correntes que prendem crianças ou até gaiolas com galinhas que têm de ser abertas para distrair os guardas. A ideia é boa, mas às vezes é complicado mirar no sítio certo e é algo que não está devidamente aperfeiçoado.

O jogo conta com upgrades que são efetuados ao longo do progresso, o jogador terá um sombrero para se esconder, o que facilita imenso nos momentos mais cruciais, umas sapatilhas para ter uma maior stamina quando corre e outros objetos que podem ser lançados com a fisga. O que está interessante é o facto de se poder escolher o caminho a seguir, existem várias alternativas principalmente nos primeiros capítulos do jogo, perto do fim este caminho começa a ser muito mais linear tendo apenas um caminho a seguir para o destino final.

Um outro aspeto que precisava de ser refinado é a jogabilidade. El Hijo acaba por ter momentos bastante frustrantes, como quando queremos agachar e estar encostados a uma parede, tanto carregamos como de repente o comando parece não estar a responder, ficarmos bloqueados no canto dos degraus da escada e somos apanhados, ou queremos seguir um caminho mas a personagem segue um sobre uma ponte sem sequer desejarmos. O pior, porém, são as quebras de frame rate que longe a longe existem e estragam a experiência por completo. Momentos em que o jogador está a correr, o jogo congela, o áudio falha e repentinamente estamos a passos largos noutro lugar e o áudio começa a ser restaurado, num jogo indie que se apresenta tão simples, não se justifica esta ocorrência que tem alguma frequência - isto, pelo menos, na versão para a PS4.
 


Por fim, El Hijo tem a seu favor a arte e a narrativa e isso é o ponto que pode prender os jogadores e terem o desejo de conhecer o final da história. Por outro lado, as quebras e a jogabilidade podem deixar o jogador frustrado ao ponto de desistir de jogar mais, porque é realmente prejudicial e acontece sucessivamente a falta de resposta dos controlos.


Nota: Análise efetuada com base em código final do jogo para a PlayStation 4, gentilmente cedido pela Dead Good Media.

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