Gal Metal


Gal Metal é um jogo de ritmo em que usamos os Joy-Con da Nintendo Switch como baquetas de air drums por forma a derrotar terríveis extraterrestres invasores em forma de polvos e lulas. Não, prometo que não bebi e que escrevi tudo correto. Para não perder a levada de insanidade, a trama do jogo melhora quando percebemos que a personagem principal, representada por uma rapariga, é na verdade um rapaz que foi amalgamado na sua mente, em conjunto com um recetor cósmico no qual podemos ouvir a voz dos aliens a falarem connosco.

Como combatemos os inimigos extraterrestres sem medula espinal? Através de concertos de Metal, com uma banda de Escola Secundária feminina (daí o nome do jogo). Além de uma árvore de habilidades à-lá RPG, temos ainda tarefas de qualquer adolescente, incluindo enviar mensagens às amigas durante as aborrecidas aulas, com diálogos que passam rápido demais para serem lidos e tomar uma decisão consciente.


Voltando à mecânica de jogo: quando nos ensinam os ritmos que devemos dominar, no ecrã aparece a silhueta de um Joy-Con azul e de um vermelho, respetivamente à esquerda e à direita, tal e qual as cores vendidas no pacote Neon da consola. Parece-me uma oportunidade perdida de ajustar as cores das silhuetas de acordo com as cores dos Joy-Con que o jogador possui, à semelhança do que é feito no menu e em mais jogos da consola, caso estes sejam de cores diferentes. Percebo esta decisão, no entanto, caso o jogador jogue com dois Joy-Con da mesma cor.

Uma contagem até 4 aparece em sucessão no ecrã e somos entregues às feras, imaginárias ou não, caso estejamos apenas a praticar, necessitando de realizar uma combinação de batidas com a esquerda e direita em função do que aparece no ecrã. É possível fazer combos se o jogador for alternando sistematicamente entre ritmos e ainda é possível ganhar pontos bónus ao iniciar uma nova secção com uma batida de ambos os braços.


Acontece que eu sou baterista na vida real, pelo que este jogo obviamente me interessou desde cedo. Nos ritmos base, faz-me um pouco confusão ser o braço direito a produzir os sons do bombo, quando, na verdade, o braço direito normalmente toca nos pratos. Percebo a necessidade de adaptar, mas algumas escolhas deixam a desejar. Mas o que mais me incomodou foi a contagem decrescente estar fora do ritmo da música. Quando devemos tocar, o nosso tempo de referência é completamente erróneo e induz-nos em erro. Eu demoro cerca de dois compassos até estabilizar no ritmo.

O reconhecimento de cada stroke ou batida pelos Joy-Con também é algo que pode ser melhorado, no sentido em que é preciso mexer o antebraço para ser reconhecido o movimento, mas simultaneamente há movimentos que são reconhecidos em falso.


O jogo é divertido mas há muito bons jogos de ritmo que se calhar nos deixam mal habituados. A juntar à narrativa completamente exuberante e ao pouco conteúdo que há para realizar no jogo deixam-me um pouco receoso quanto ao tempo que este jogo possa (não) vir a prender um jogador.

Em suma, o andamento do jogo é errado, seja nas contagem, seja na história. Embora seja uma boa demonstração do que os Joy-Con podem fazer para dar realismo aos nossos jogos com ações que usamos, não troco a experiência de tocar bateria como por exemplo numa Guitar Hero ou Rock Band.

Nota: Esta análise foi efetuada com base numa cópia do do jogo para a Nintendo Switch, gentilmente cedida pela Marvelous

Latest in Sports