The Dark Pictures Anthology: The Devil in Me


Uma série que já conta com vários jogos no currículo, The Dark Pictures Anthology apresenta agora o seu novíssimo capítulo The Devil in Me, que se apresenta como um jogo para os fãs de jump scares. Este jogo pode não ser perfeito mas, nesse aspeto, foi uma das melhores experiências que pude ter num jogo de horror.

Embora não tenha ainda jogado nenhum desta série, conheço-a desde o seu primeiro capítulo Man of Medan. Aliás, eu próprio tenho uma cópia deste primeiro jogo do qual não tive ainda a oportunidade de jogar, mas tenciono começar em breve, depois desta experiência com The Devil in Me.

Este é um jogo de quick time events e escolhas, baseado num assassino em série real do século XIX, de nome Heny Howard Holmes. Uma equipa de reportagem de 5 elementos foi convidada a para realizar um documentário sobre este assassino visitando assim um hotel que é uma reconstrução de uma casa dos horrores do famoso assassino. A equipa chega a este hotel situado numa ilha no meio de nenhures e mal sabiam o que iriam encontrar.



Na verdade, o jogo começa com um tutorial sobre o próprio assassino e um casal que tem estadia neste hotel como lua de mel. É aqui que o jogador passa a conhecer as mecânicas de jogo e aquilo com que terá de lidar quando jogar com as 5 personagens no presente. Diria que conta com um tutorial verdadeiramente interessante ensinando perfeitamente o que pode e não fazer no decorrer do jogo.

Não se pode falar muito acerca da narrativa visto que este jogo é todo ele focado nisso, é o mais interessante e decididamente o ponto fulcral do jogo, viver a experiência, especialmente para quem nunca jogou os jogos da série e ou Until Dawn por exemplo. Um outro ponto interessante é o Curador, que narra os eventos da história quase como se de um filme tratasse, é genial, é perturbador e um tanto insano, nesse aspeto está perfeito, juntamente com a banda sonora que dará arrepios ao jogador, seja durante o jogo ou durante os discursos do narrador.

Quanto às 5 personagens jogáveis, cada uma tem as suas características, a sua personalidade, os seus interesses e ideais, no entanto nenhuma delas fez com que sentisse alguma afinidade e julgo que poderiam ser mais convincentes. Foi bom ter o conhecimento inicial de haver alguns atritos entre elas mas que pouco a pouco se tornaram mais próximas devido às circunstancias óbvias de sobreviver a todo este horror que se prolonga durante a estadia da equipa de reportagem.



Se um jogo que é focado maioritariamente em sequências de vídeo com quick time events ou escolhas, é suposto termos animações de qualidade como já foi visto antes e algo que reparei foi que por vezes, as animações não estão muito realistas e outras vezes, a condizer com o grafismo, estão realmente surpreendentes. Ou seja, tanto parecem reais com os seus movimentos, como existem momentos que parecem autênticos robôs, especialmente no tutorial as expressões faciais deixaram-me com bastante má impressão mas que com o decorrer do jogo apenas senti isso em situações aleatórias.

Agora que falamos um pouco de tudo, resta dizer que nos jump scares, este jogo é fabuloso. Há um ou outro jogo que me consegue deixar um pouco tenso, nem sempre consegue assustar, diria que é até raro visto ter jogado imensos jogos de terror ao longo dos anos mas, The Devil in Me foi finalmente uma surpresa e que me deu uns jump scares passo a passo em momentos que não estava de todo a contar. Pode-se mesmo dizer que é o ponto alto do jogo e de sublinhar que há realmente momentos que ficam gravados na memória. Além disso o assassino disfarçado de Henry consegue ter uma presença avassaladora nos momentos que surge no ecrã e impões um respeito e medo grandes, julgo que um jogo ou até mesmo um filme de terror deve ter isso em mente, sentir que a ameaça é realmente assustadora, aqui isso é perceptível e eficaz.

Quanto as decisões ao longo desta noite de horror, como qualquer outro jogo, é sempre interessante e como seria de esperar, todas elas farão diferença para no final chegarem ou não com as personagens todas vivas, no meu playthrough consegui que duas sobrevivessem, no entanto deu para entender que uma das decisões teria feito a diferença e outra das personagens teria sobrevivido caso tivesse premido o botão correcto. Há momentos em que vão até pensar que já perderam a personagem, mas há outras oportunidades até realmente perderem a personagem, já outras vezes quando esta é totalmente encurralada, não haverá mesmo nada a fazer e a ideia é, repetir o jogo e tomar decisões diferentes para obter um final diferente.


Se têm problemas com armadilhas e sangue, gritos e tensão, este jogo não é para vocês, por outro lado para quem gosta de um bom filme de terror, conhecendo minimamente o comando no qual estão a jogar e premindo os botões de forma correta, este é um jogo a não perder pois mesmo quem não tem por hábito jogar videojogos, pode encontrar aqui algo bastante interessante com uma longevidade de cerca de 7 horas e há sempre um replay value para experienciar caminhos alternativos nos diálogos e comportamentos das personagens que vão conduzir esta equipa de reportagem a um bom porto.

Nota: Análise efetuada com base em código final do jogo para Xbox Series X, gentilmente cedido pela Bandai Namco.


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