Paper Cut Mansion

Paper Cut Mansion é um horror roguelite feito pelo estúdio independente SpaceLizardStudio, onde exploramos uma mansão assombrada num mundo totalmente feito de cartão. Encarnando o papel de um detetive (Toby) tentamos resolver todo o mistério que envolve aquele local.

Utilizando a fórmula roguelite no seu estado mais puro, começamos sempre no mesmo ponto da mansão e a partir daí fazemos a nossa exploração sala a sala, combate e interação com os residentes da mansão que nos vão dando dicas ou missões secundárias para podermos progredir na nossa missão. Cada tentativa finalizada com sucesso vai preenchendo o nosso quadro de provas e, mesmo não tendo sucesso, os diálogos dos NPC’s vão sempre acompanhando e mudando consoante a nossa progressão.

A mansão tem 3 tipos de portais que possibilitam 3 tipos de variação na jogabilidade; Temos o Neocortex (cor lilás) que é a dimensão onde começamos, fazemos toda a exploração e solucionamos os puzzles. O Limbic system (cor azul) que consiste numa dimensão escura e fria onde a único objeto que temos é uma lanterna e a mecânica principal é a de procurar objetos e o Reptilian complex (cor vermelha) onde se passa a maior parte do combate no jogo. Todas as tentativas obrigam-nos a passar por estes 3 tipos de dimensões através da suas quests o que torna, pelo menos inicialmente, o gameplay fresco e diverso e é isso que o torna uma proposta única neste género.



O problema com Paper Cut Mansion acaba por ser a repetição. É que após as primeiras horas em que tudo é novidade, rapidamente o jogo se torna algo pachorrento pois as nossas várias investidas nas diversas dimensões acabam por acontecer sempre no mesmo espaço. Basicamente estamos a repetir vezes sem conta os mesmos trajetos, no mesmo local, frequentemente a resolver o mesmo tipo de puzzles, frequentemente a procurar os mesmos objetos e frequentemente a ter que lutar através de um sistema de combate que é frágil, lento e desinteressante.

Pareceu-vos que estava a ser muito repetitivo? Eu sei.

Claramente o elemento mais positivo deste jogo é o sensorial, a arte visual e sonora casam bem e dão uma experiência bastante agradável e leve a toda a temática do jogo. Todo o ambiente criado à volta do cartão funciona bem, aligeira o tema e imprime uma espécie de vibe cómica que é exponenciada pela música bem disposta e folclórica.

Como extra, o jogo suporta Razer Chroma o que faz com que os periféricos da RGB da Razer fiquem iluminados consoante a dimensão onde estamos. Um pormenor engraçado, mas só isso.



Algo que me pareceu super estranho e que espero que seja rapidamente corrigido pelo estúdio é o facto de, ao pausar o jogo, não termos acesso a opções nenhumas a não ser resumir o jogo ou sair dele. Todas as opções do jogo estão no menu principal e se a meio quisermos mudar alguma coisa temos de regressar ao menu para o fazer. Nada intuitivo.

Embora seja uma proposta com uma arte visual bastante sui generis e uma excelente banda sonora, Paper Cut Mansion não traz grande novidade ao subgénero roguelite nem se faz acompanhar de um grande sistema de combate nem variedade de mecânicas. Tem um começo forte onde mostra todo o seu potencial mas acaba por se perder pelos mesmos caminhos por onde já se perderam centenas de roguelites.


Paper Cut Mansion está disponível para PC e Xbox Series X/S e Xbox One desde o dia 27 de outubro de 2022.


Nota: Análise efetuada com base em código final do jogo para PC, gentilmente cedido pela Plan of Attack.


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