Deadcraft


Meio vivo meio morto, crafting e desafiante, isto é Deadcraft. O nome indica tudo porque honestamente, é um jogo que vai dar trabalho e chega-nos da equipa que criou Daemon X Machina, um jogo que eu gostei imenso e que conta também com um estilo anime.

A premissa é simples: um meteoro cai sobre a terra e contamina o planeta com o vírus dos zombies. O nosso protagonista, Reid, é um híbrido meio humano e meio zombie, e se por um lado isto parece ser vantajoso, por outro apenas indica que nos vai dar trabalho e não é pouco. Reid terá de enfrentar zombies ferozes, recolher recursos e alimentos e descansar, descansar mesmo muito ou não terá energia para fazer rigorosamente nada.

É aqui que começa um dos sinais que pode desgastar o jogador, que foi precisamente o que acabou por acontecer comigo. O jogador terá uma barra de energia para além das duas de sede e fome, essas são mais ou menos geridas sem grande esforço mas, falando na barra de energia, essa é um castigo e irá estar no limite sem o jogador dar sequer por ela, ora rebola ora ataca ora corre, a barra rapidamente esgota-se e o jogador não tem, inicialmente, outra solução que não descansar na cama por umas horas. É claro que vão existir alguns alimentos ricos em proteína que poderão ajudar mas acreditem, não vai ser fácil.


Já que começamos a tocar neste ponto sensível da energia, podemos falar um pouco nas duas barras de sede e fome, estas duas que são igualmente essenciais para a jornada como seria de esperar, no entanto como dito antes, não são tão difíceis assim de controlar, isto porque há ratos o suficiente e água não potável o suficiente, claro que inicialmente não há forma de cozinhar um delicioso rato como a água não irá fazer bem ao estômago de Reid, no entanto com algum tempo de jogo, já vão poder realizar o crafting necessário para tal, daí o nome Deadcraft.

E não é só o crafting para o auxílio alimentar como também para armas e outras ferramentas essenciais para a jornada. No entanto, não é só de crafting que este jogo vive, mas também do lado obscuro de Reid, a sua metade zombie, que consegue usar o seu braço zombie para criar um escudo ou simplesmente atacar inimigos, diga-se uma arma mortífera. Já o seu lado humano, que neste caso é o direito, terá a possibilidade usar armas de fogo, chaves inglesas e outro tipo de armas para atacar ou simplesmente destruir barricadas.



Deve-se ter a destruição em mente, há muitos recursos espalhados pelo qual precisam de umas valentes marteladas para obter os recursos pretendidos como madeira e outros materiais essenciais para a sobrevivência, é até possível plantar zombies e escravizar os mesmos para trabalharem para Reid, o que está genial, basicamente criar um exército de zombies para marchar contra o inimigo.

Vão ter de progredir lentamente e conhecer novas personagens que vão ajudar na jornada, aqui as missões secundárias também vão acabar por fazer diferença porque as recompensas são sempre bem vindas, nem que sejam água não potável, tudo que for dado é bem vindo e deve ser bem aproveitado, o jogo não perdoa e qualquer descuido pode ser fatal, claro que existem vários checkpoints mas abusar da sorte não vai ajudar muito pelo contrário irá precisamente prejudicar, podem até ser inimigos dos civis mas como dito antes, apenas vão receber a moeda em troca e por isso mesmo, o melhor será ser amigo de todos e apoiar as causas.


Há também um medido de zombie, este irá definir muita coisa, um exemplo simples para entender como funciona é, caso o jogador consumir algo putrificado, este terá tendência de se tornar totalmente zombie, ao chegar a esse ponto, os seres humanos não vão querer sequer ter uma conversa convosco e isso irá prejudicar quando precisarem de ajuda, por outro lado ficam bastante fortes no que diz respeito aos poderes de zombie, quanto mais consumirem algo que os seres humanos consumam, este tornar-se-á mais humano e daí os poderes de zombie enfraquecem mas as ligações com humanos aumenta, por isso é bom existir um equilíbrio e isso tudo dependerá do jogador, a escolha é vossa.

Não podia faltar um sistema de árvore com as respetivas habilidades, tanto para o crafting como upgrade, usando pontos com base na experiência que se ganha nas missões e outras ações importantes, que podem ser gastos nesta árvore em habilidades como ter uma maior resistência à fome e sede, aumentar a quantidade de materiais encontrados quando se escava e algo importante, mais stamina.


É um jogo de ação com elementos de sobrevivência, não é um jogo fácil, especialmente para quem não achar piada ao sistema de crescimento e desenvolvimento. Ainda assim, Deadcraft é garantidamente uma experiência bastante única tendo em conta o tema de zombies e crafting, uma fusão que deu origem a algo original.

Nota: Análise efetuada com base em código final do jogo para a Nintendo Switch, gentilmente cedido pela Marvelous Europe.


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