Loot River


Bem, pegamos num caldeirão cheio de água e colocamos um jogo de ação roguelike, Tetris e uma boa dose de labirintos gerados aleatoriamente e criamos algo! Esta é a aposta da SUPERHOT PRESENTS juntamente com a equipa eslovaca straka.studio, um jogo interessante, que embora mantenha muito do estilo roguelike que já nos habituamos, traz alguns elementos bastante curiosos.


Loot River traz tudo o que podemos esperar do género: uma bela dose de inimigos a derrotar, áreas em masmorras que iremos repetir vezes sem conta, ou até a própria morte ser uma mecânica do jogo. Se não conhecem o género, não olhem para este último ponto como uma perda de tempo, pelo contrário: quando voltamos ao “início” levamos também um conjunto de truques na manga, que nos facilita a vida na próxima vez.

O nosso nível começa do início, mas aos poucos vamos desbloqueado armas e equipamento que, embora não os tenhamos sempre à disposição, os vários inimigos deixam-nas cair para os poder equipar. O que diferencia este jogo é o modo como navegamos nos diferentes mapas, onde temos de controlar plataformas de modo a ligarem com outras, avançando assim pela água que está presente em todo o lado. Imaginem uma espécie de Tetris onde (felizmente) as peças não desaparecem quando estão bem encaixadas, e mesmo não sendo preciso criar linhas direitas, temos de pensar como colocar as plataformas de forma a não bloquearmos o caminho.


Foi talvez este ponto que mais me intrigou no jogo, muito acompanhado pela sua estética retro, mas com um certo toque quase que cibernético, onde dava por mim a pensar em antemão quais as plataformas a mover. Acabamos por decorar o tipo de peça a levar água fora, pois os labirintos que vamos atravessando são gerados aleatoriamente cada vez que começamos uma nova vida. Mesmo os inimigos estão (geralmente) a mudar, trazendo sempre alguns elementos de surpresa, por muito que repitamos as mesmas zonas. Temos assim uma boa receita de ação ao estilo roguelike, Tetris e procedural generation, envolvido com uma história meio soturna, com algum mistério que vamos desvendando aos poucos, assim que novas personagens se juntam ao hub central do jogo.

Cada personagem que surge ensina-nos novas coisas, entre truques e dicas para que a nossa estadia labiríntica corra o melhor possível. A nível de ação é tudo bastante simples, com alguns truques especiais nas armas e magias que nos acompanham e, geralmente, tudo acaba num banho de sangue. Por vezes podemos ainda usar o cenário para nossa vantagem, como deixar várias plataformas conectadas a arder, queimando tudo pelo caminho. Esta simplicidade ajuda imenso, muito quando temos ondas de dezenas de inimigos de uma vez só a virem na nossa direção. São os vários tipos diferentes de armas e habilidades que as acompanham que mudam a jogabilidade, podendo-a adaptar facilmente ao estilo com que nos melhor identificamos.


Uma mistura curiosa, que talvez só não me tenha agarrado por completo pois roguelikes nunca foram dos meus jogos de eleição. Ainda assim eram os labirintos, tal como o modo como navegamos neles que me puxavam a jogar “só mais um bocado”, aprender novas armas e magias que me ajudavam imenso a derrotar com maior facilidade os bosses e inimigos que me barravam o caminho. Infelizmente costumo sempre ter azar em jogos e, por muito que tivesse desbloqueado determinada arma, houve alturas que pura e simplesmente nenhum inimigo as largava.

Se procuram um novo roguelike a explorar com um puzzle à mistura, podendo depositar umas boas horas a desbloquear todo um leque de coisas, tudo para evitar a morte derrotando tudo o que nos aparece à frente, Loot River é uma aposta interessante. Por outro lado, caso não estejam habituados ao género, talvez não seja o jogo ideal. A não ser que queiram um Tetris onde podem matar várias criaturas demoníacas, desviarem-se de fogo ou raios e enfrentar bosses que nos querem matar mal nos vêm.

Nota: Análise efetuada com base em código final do jogo para a Xbox Series, gentilmente cedido pela Plan of Attack

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