Crowns and Pawns: Kingdom of Deceit
"Dana tens uns trocos?" Aliás... Dana, tens uns trocos para uma viagem à Europa?
Quem nunca pediu uns trocos aos amigos que atire a primeira pedra. Crowns and Pawns: Kingdom of Deceit é a aventura apresentada pela mão do estúdio, Tag of Joy, que se desdobra totalmente por mecânicas Point & Click.
Milda, a personagem principal que vive em Chicago, pode vir de um de três backgrounds profissionais diferentes que serão escolhidos pelo jogador no incio da trama. Até neste aspeto de escolha de pequenos detalhes da personagem se detona toda a atenção e carinho para com a personagem principal. Este é um aspeto que em determinado ponto pode de conclusão de puzzle. O facto de Milda trazer consigo uma máquina fotográfica permitindo fotografar todo o tipo de objetos, paisagens ou pessoas não tem impacto direto na história. No entanto, também é uma peça fundamental a certo ponto. Eureka!
Tudo começa quando Milda recebe uma carta a informar do desaparecimento do seu avó. A carta informa-a também que herdou a casa do seu antepassado e tem cerca de duas semanas para viajar até à Europa, mais concretamente, à Lituania, para demonstrar o seu interesse em ficar com a habitação. Bom, até aqui tudo bem, não fosse o facto de não ter dinheiro para esta grande viagem. Aqui é onde entra a sua melhor amiga, Dana. Uma pintora a brotar para a vida de artista e com ideias de colocar o seu nome na história da vitrine da galeria de Alfred. A amizade é um ponto bastante explorado, não fosse este um dos pilares de apoio para a ajuda da conclusão de toda a trama e suspense presente neste título. Se escutarem com atenção é possivel ouvir, bem lá no fundo, "You got a friend in me". Ou então foi apenas a minha imaginação.
Como qualquer jovem adulto de hoje em dia, Milda contará com o seu telemóvel para a ajudar a desvendar esta intriga. Toda as pistas que são descobertas serão apresentadas no seu telemóvel com a possiblidade de as cruzar para chegar ao objetivo procurado. Esta mecânica funciona bastante bem, apenas é necessário ter bases para suportar as escolhas feitas, ou perder um pouquinho de tempo a testar todas as opções fornecidas.
Títulos Point & Click são por vezes algo frustrantes, muito por culpa de pequenos detalhes que podem passar despercepidos ao olho do jogador, momentos the tentativa ou erro, ou então por ações que não fazem grande sentido. Crowns and Pawns não é exepção a esta regra, mas não se torna tão frustrante ao ponto de me fazer perder cabelos. Quer dizer, quem é que usa uma pá num chão de tijolo? Sem ter qualquer botão designado para "pista"/"hint" a conversa com Joris, o seu outro grande amigo, pode ajudar a indicar o caminho, sem nunca apresentar a forma como chegar ao objetivo. Deixando todo o trabalho "sujo" em aberto para o jogador.
O som é também um ponto a favor, com uma banda sonora variada e satisfatória. Todos as personagens contam com voice acting de excelência, conseguindo passar na perfeição os seus traços de personalidade para o ouvinte. A química entre personagens é de se lhe tirar o chapéu, até mesmo se as interações forem feitas através de mensagem de telemóvel. Conseguiram retirar-me algumas gargalhadas.
Este é um título pequeno em termos de longevidade de história. É claro que cada jogador terá o seu próprio ritmo de resolução de puzzles, mas efetivamente é um jogo com uma duração de cerca de 4/5 horas.
Embora como indicado anteriormente Crowns and Pawns: Kingdom of Deceit seja um título curto, é bastante divertido para o fãs do género. Os puzzles são de certa forma lógicos, as personagens são bastante divertidas e com sumo suficiente para se ir bebendo ao longo de toda a aventura e a mistura entre história e intriga ficcional é genuinamente cativante. Prendeu-me e manteve-me investido até ao último segundo.
"Hey, tu que estás a ler esta review, tens uns trocos?"