Ocean's Heart

Pouco mais de um ano depois, regresso às costas da pachorrenta ilha de Calcário para novamente auxiliar a jovem aspirante a marinheira, Tília, na sua luta contra os infames piratas da Ampulheta e os seus aliados do Conselho dos Piratas. Tudo isto, enquanto vasculho as inúmeras ilhas deste arquipélago em busca de pistas pelo paradeiro do pai da mesma, também ele um membro do corpo de marinheiros voluntários que têm como sua a árdua missão de manter a paz não apenas em terra, mas também sobre as ondas.

Ora, depois de ter feito uma análise aprofundada à versão Steam deste jogo, tive a oportunidade de poder experimentá-lo na Switch e devo confessar que Ocean´s Heart mantém todas as suas qualidades intactas. Uma vez mais temos uma Tília que usa a espada e o arco, ambos artigos customizáveis via um dos muitos ferreiros existentes nas aldeias e cidades do jogo, como armas principais. A nossa jovem heroína pode ainda usar duas armas secundárias de cada vez. Desde a bomba (usada não apenas para abater inimigos, mas como forma de rebentar paredes e obstáculos que estejam no nosso caminho e com isso ter acesso a novas áreas) e o bumerangue (usado para atacar e ativar manivelas que estejam fora do nosso alcance), até velas e muitos outros utensílios. De igual maneira, e após visitar certos templos, Tília terá acesso a magia que pode ser usada tanto de forma ofensiva, como defensiva. Desde invocação de trovões à la Thor, até a um escudo reflector que permite desviar projécteis adversários. Do ponto de vista defensivo, a armadura que Tília usa de início  também pode ser melhorada. Novas armaduras podem ser encontradas em algumas das áreas secretas do arquipélago ou via a concretização de uma das inúmeras sidequests que este jogo possuí.



Como referi, na análise anterior, Tília usa frutas, obtidas nas ilhas, como forma de restabelecer os seus corações (barra de energia). Estas, junto com vegetais e carne monstruosa, podem ser usadas para conceber pratos (via os muitos ervanários existentes no jogo), que por sua vez, e dependendo de quais forem concebidos, podem ter efeitos distintos. O número de corações, que começa por ser pequeno, pode ser aumentado ao longo do jogo (normalmente, e como no Zelda, após uma batalha com um boss). 

Num jogo no qual a incidência no backtracking é enorme, são muitas as áreas a explorar e caminhos novos a encontrar. Existem templos com estranhos monstros que nos lembram filmes como os da Princesa Mononoke, fortalezas piratas, ilhas amaldiçoadas, e bases suspensas sobre as águas, entre muitos outros locais. Uma navegação que se torna relativamente fácil com o uso do sempre presente mapa e com as informações que vamos obtendo dos múltiplos NPCs presentes no jogo. De salientar que o backtracking é também ele facilitado a partir do momento em que Tília tem acesso ao uso do barco, o que irá permitir ao jogador reduzir e muito o tempo perdido nas travessias. 


A nível de adversários, Ocean's Heart conta com uma enorme variedade deles. Temos os já referidos piratas (cujo modo de ataque varia), aranhas que disparam projécteis, cogumelos humanóides venenosos, guardiões da natureza (monstros de aspecto cadavérico), aves, morcegos, vegetação sapiente, golems, entre muitos outros. Para além deles, temos inúmeros bosses com os quais nos teremos de degladiar no final de cada dungeon. A forma de os enfrentar varia, e se alguns são relativamente straight foward, outros exigem um pouco mais de manha. Contudo, não é apenas de inimigos que vive este título. Pelo meio teremos inúmeras armadilhas e puzzles para resolver, se quisermos progredir na aventura. 

Visualmente e musicalmente falando este é um jogo que nos dá uma sensação (e vou aqui reciclar um termo que usei na anterior análise a este jogo) muito nintendista. Extremamente colorido, com um sprite work apelativo e música adequada a cada um dos momentos do jogo. 

Ocean's Heart não é, de todo, um jogo difícil ou longo, sendo possível batê-lo com relativa facilidade mesmo na primeira experiência. De qualquer das maneiras, e embora possa ser visto em seu detrimento, considero que Heart é uma boa apresentação para aqueles que queiram experimentar um Zelda 2D, mas têm algum receio. 



Um bom título. Tanto no Steam, como na Switch (ambas as versões são de facto idênticas). Se quiserem rever a análise do lançamento original no Steam é só aceder aqui: Ocean's Heart.

Nota: Análise efetuada com base em código final do jogo para a Switch, gentilmente cedido pela Nordcurrent.

Latest in Sports