Kirby and the Forgotten Land
Kirby está de volta à Nintendo Switch, agora numa aventura em 3D num território nunca antes visto!
Quando foi anunciado há pouco mais de seis meses numa apresentação do Nintendo Direct, Kirby and the Forgotten Land surpreendeu tudo e todos, não só por ser o primeiro jogo de plataformas do Kirby em 3D, mas também pela estética que tanto tem de pós-apocalíptica, como de adorável. Apesar das ruínas nos cenários, porém, toda a fofura da série continua presente em cenários coloridos e personagens adoráveis do princípio ao fim.
O jogo começa quando se abre uma brecha no céu que começa a absorver objetos e personagens do planeta para uma outra dimensão, levando também o Kirby consigo. Quando recupera a consciência, o protagonista está num local estranho à beira-mar e decide então explorar para tentar perceber o que se passa. Assim começa um simples tutorial para explicar os controlos e as habilidades do Kirby, incluindo a sua grande capacidade de absorção: se "sugar" um inimigo que atira bombas, ele passa a poder atirar bombar, se for um inimigo com uma espada, ele fica um guerreiro com espada, e por aí fora. A grande novidade, aqui, está quando tenta absorver objetos nativos desta dimensão como, por exemplo, um carro abandonado: em vez de o absorver, Kirby entra no modo "Mouthful" (ou seja, fica de boca cheia) e ganha, assim a habilidade de o conduzir!
Assim começa uma aventura que, em toda a sua estrutura, se assemelha à do Super Mario 3D World, composta por diferentes regiões nas quais há uma série de níveis de plataformas, culminando numa luta contra um boss, de forma a desbloquear o acesso à região seguinte. Neste caso, por cima das ruínas, todas as regiões exploram diferentes temáticas de uma civilização perdida, como por exemplo uma cidade, um parque de diversões ou um parque industrial. Enquanto tenta chegar à origem do problema que o trouxe a esta dimensão, Kirby terá também de procurar e salvar os vários Waddle Dees, habitantes do seu planeta que foram aprisionados e, agora, se encontram escondidos um pouco por toda a parte.
Os níveis, totalmente em 3D, são quase todos eles totalmente lineares, mas podem ser explorados das mais diversas maneiras graças às habilidades absorvidas pelo herói. Conforme os cenários ou inimigos presentes, a mesma habilidade tanto pode ser muito útil como pouco prática, incentivando assim a experimentar todos os poderes. Além disso, os níveis encontram-se recheados de colecionáveis, segredos e missões opcionais que os levam para além da mera chegada à meta. Por vezes, são coisas simples como tentar absorver tudo o que se encontra pela frente para descobrir alguma coisa, outras requerem certas habilidades para se conseguir chegar a um certo local e outras são verdadeiros desafios de plataformas. Da mesma forma, o combate contra os inimigos varia bastante conforme as diferentes habilidades, especialmente no que diz respeito aos bosses.
Já o modo Mouthful é um pouco diferente, funcionando como uma habilidade limitada a uma determinada secção de algum nível, sem ser afetada pelos poderes adquiridos via sucção. Aqui, o Kirby pode "incorporar" coisas como um carro, um cone de trânsito, ou uma lâmpada, entre outros objetos. Estas são sempre secções bastante criativas e divertidas dos níveis, especialmente no que diz respeito ao Kirby "carro", verdadeiramente icónico! Como seria de esperar, há também vários desafios opcionais com estas habilidades.
Para além dos níveis normais para a progressão da história, o jogo conta ainda com uma vasta quantidade de pequenos desafios em torno das diferentes transformações e poderes do protagonista. Estas são missões que se encontram espalhadas pelo overworld, onde o jogador terá de pôr em prática as suas habilidades dentro de um tempo limite, tendo como recompensa importantes estrelas que permitirão, depois, obter vários upgrades.
Uma secção importante deste jogo reside no ponto de partida, onde Kirby salvou os primeiros Waddle Dees. Os resgatados reúnem-se para ajudar o seu herói, e começam a fundar uma pequena vila com diversos pontos de interesse, que vão surgindo à medida que se recuperam mais personagens. Aqui, além de descansar e recuperar energias, Kirby pode fazer upgrade às suas habilidades, tornando-as mais poderosas, ou comprar itens para lhe dar mais força ou HP. Há também alguns minijogos pelo meio e até uma arena de combate! Há também uma peculiar funcionalidade online através da qual uma personagem vai revelando diversas estatísticas de todos os jogadores do mundo e os seus feitos. Para os colecionadores com uns trocos a mais, há também algumas máquinas de "brindes" onde se podem obter pequenas figuras aleatórias, dedicadas a esta aventura.
Em geral, Forgotten Land está longe de ser um jogo difícil, embora a sua intensidade vá aumentando gradualmente conforme se avança. Mesmo assim, conta com um modo fácil à disposição, permitindo trocar livremente entre os dois em qualquer altura, com a contrapartida do modo fácil dar menos recompensas ao completar os níveis.
É também possível que, a qualquer momento, se junte um segundo jogador à aventura, controlando o amigo Bandana Waddle Dee em modo cooperativo. Este personagem não se transforma, mas tem consigo uma poderosa lança com um leque muito variado de ataques e, por isso mesmo, pode ser uma excelente ajuda nos momentos mais intensos do jogo.
Visualmente, o jogo conta com um estilo artístico realmente adorável, com cores vibrantes e cenários bem detalhados. Infelizmente, para atingir estes belos visuais, os developers tiveram de sacrificar as animações das personagens que se encontram um pouco mais afastadas da ação, algo que em certos cenários se torna bastante notório. Este é apenas um detalhe que não afeta a jogabilidade, mas não deixa de ser um defeito a ter em conta naquele que, fora isso, facilmente iria para os mais bonitos da Nintendo Switch. Outro ponto bastante positivo é a banda sonora, totalmente original mas sempre dentro do estilo positivo e animador a que a série nos habituou.
Kirby and the Forgotten Land é um jogo extremamente criativo, capaz de puxar pela imaginação desde os mais pequenos até aos graúdos, que nos leva todos a jogar com um sorriso de orelha a orelha.
PS: Numa nota pessoal, não sei onde a HAL Laboratory se inspirou para as criaturas Wondog e Wondy, duas mascotes que vão aparecendo um pouco em toda a parte nesta Forgotten Land, mas... são mesmo, mesmo muito adoráveis! Será que, um dia, terão o seu próprio jogo?
Nota: Análise efetuada com base em código final do jogo para a Nintendo Switch, gentilmente cedido pela Nintendo.