Syndrome


Vindo do estúdio nacional da Camel 101, Syndrome é um jogo de terror na primeira pessoa que já fora lançado no passado para PC e que agora chega à Nintendo Switch. Estará o jogo à altura deste género?

Se forem leitores assíduos do Meus Jogos, já saberão que por hábito, vêm sempre parar às minhas mãos as análises a jogos de terror, isto porque é um dos géneros que mais gosto. Por isso mesmo, tenho a oportunidade de jogar os mais variados jogos que envolvam muito sangue e sustos, e é isso mesmo que pretende este Syndrome: criar um medo ao jogador enquanto vagueia numa estação espacial com uma atmosfera muito boa, que faz recordar Dead Space e os seus corredores pouco iluminados.

O jogo passa-se no espaço, onde ninguém nos pode ouvir gritar *cough cough*, daí a atmosfera ser mais pesada, meter medo, claustrofóbica, o que Syndrome executa bastante bem, especialmente no que toca à iluminação, é um jogo com pouca luz, o que fará com que o jogador tenha em especial atenção todos os cantos das salas que entra e explora.

No que diz respeito à narrativa, acordamos de um sono criogénico numa estação espacial aparentemente abandonada e o objetivo passa por saber como é que o nosso protagonista é o único sobrevivente e a razão pela qual se encontra nessa estação. Pouco tempo depois, o jogador é contactado por 2 pessoas, uma informa-lhe de uma situação, a outra informa que está a ser enganado, e aqui começa a desconfiança que deixa o jogador confuso, o que está interessante, mas o objetivo será mesmo escapar desta estação da qual irá enfrentar horrores e até ameaças assustadoras.

Algo que posso desde já revelar é o tempo que leva até encontrarmos uma situação de perigo iminente, que infelizmente, leva mais de uma hora e meia, o que quebra imenso o ritmo de jogo que começa sempre com grande mistério, mas vai-se perdendo um pouco. Daí informar que é necessário ter alguma paciência até finalmente encontrar algo verdadeiramente assustador, tem de facto um começo bastante lento que pode deixar alguns jogadores cansados sem qualquer ação.

As ameaças são mutantes bastante perigosos que o jogador poderá ter alguma dificuldade em enfrentar, apenas com tempo terá a capacidade de aprender como estes atacam e escapar assim da morte. O design destas abominações é bom, mas não diria assustador, é na verdade a tensão que é criada sempre que se encontra um inimigo destes e o jogador poder não estar preparado para o enfrentar diretamente, tendo sempre a possibilidade escapar deles, não que sejam lentos mas sim porque caminham a largos passos mas não correm tanto quanto o jogador.

 
Vão ter um pequeno arsenal de armas com poucas munições, no entanto até obter uma arma de fogo também levará algum tempo e inicialmente apenas vão ter uma espécie de chave inglesa para combater, não será assim tão fácil para lutar contra estes monstros que assolam a estação espacial. As armas de fogo são uma pistola ou uma metralhadora e ainda assim, a dificuldade está bastante boa para quem gosta de desafios, no entanto existe comida pela estação espacial para restaurar a saúde, embora não aumente muito da barra do jogador.

Existem vários pisos e muito back tracking, bem ao estilo dos clássicos de terror, o jogador terá de “saltar” de piso em piso através de um elevador para abrir certas portas através de computadores que se situam em salas e pisos diferentes, o que pode ser um pouco chato por não existirem checkpoints e o melhor será gravar o jogo sempre que possível, até porque os próprios carregamentos são lentos e será necessário um pouco de paciência. É uma componente que, juntamente com o combate 1 contra 1, poderia ser melhorada.

Os menus do jogo são extremamente básicos e navegar por eles pode necessitar de calma porque por vezes parecem lentos e não corresponderem à primeira. Além disso, o port para a Nintendo Switch tem os seus problemas de performance, na TV por exemplo, parece ter algumas quebras, já no modo portátil corre melhor e os próprios visuais na Switch OLED estão mais agradáveis à vista, daí recomendar jogarem no modo portátil sempre que possível.


Mesmo sendo um indie, algo perceptível desde o início do jogo, está bastante bom graficamente e, para quem é fã do género, é um jogo a ter em conta. Com uma longevidade cerca de 6 a 7 horas, vale a pena para quem quer um jogo de terror com um grande desafio e uma boa banda sonora.

Nota: Análise efetuada com base em código fnal do jogo para a Nintendo Switch, gentilmente cedido pela RedDeer Games.

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