The King of Fighters XV

Muitos devem recordar o nome King of Fighters das antigas máquinas de arcade que eram encontradas nos cafés por volta dos anos 90. Pois bem, a série continua bem viva, e eis que nos chega pela mão da SNK o novo King of Fighters XV!

Apesar de esta série já contar com muitos anos, são também muitos os fãs que foi arrecadando ao logo do tempo - incluído eu - o que o torna num jogo bastante apelativo para toda a comunidade de adeptos de jogos de luta. Aqui, a premissa não foge muito de títulos anteriores, ou seja o atual promotor e patrocinador do torneio abandona a gestão do mesmo e eis que chega um novo gestor para poder existir um novo torneio, sendo que desta vez trata-se de uma mulher de seu nome Anastásia, quem assumiu a gestão da competição.

Pegando então pela história deste titulo, não poderemos esperar algo muito elaborado uma vez que toda esta encontra-se bastante focada em dois trios de personagens, que neste caso são compostos pelos seguintes personagens Shun’Ei, Meitenkun e Benimaru - os "bons" - e Heidern, Isla e Dolores - os "maus" - neste caso toda a história (se assim a podemos chamar) deste jogo gira em torno a estes dois grupos.

Não se espere por nada muito elaborado, como pode acontecer noutros títulos deste estilo, pois neste caso a SNK focou-se um pouco nos fãs mais nostálgicos ou mais antigos de toda esta saga, ou seja, jogadores que gostem de passar várias horas á porrada com os vários personagens para conseguirem então no final desbloquear todos os 13 trios disponíveis.

Uma curiosidade bastante interessante é que são apresentadas entradas especiais de personagens consoante o adversário, o que irá com isto revelando alguns detalhes das diferentes relações que estes têm uns com os outros.

Mas como por vezes existem coisas boas, podem também existir alguns defeitos e neste caso falamos da parte de toda a elaboração da história ou mais concretamente do dinamismo da mesma, e que neste campo deixa um pouco a desejar pois existem momentos que no decorrer desta mesma história iremos enfrentar o trio que estamos a utilizar, o que pode causar alguma espécie de desconforto.

Para final, aparte de toda o enredo que gira em torno aos dois trios principais mencionados anteriormente, não será apresentado nada muito mais elaborado ao jogador em termos de história o que pode até causar algum descontentamento a alguns dos fãs.

Importa referir duas questões, a primeira que como jogador não recebemos o tal enredo fenomenal que própria SNK propagandeou e que o mesmo coo mencionado acima não ocorreu. Em segundo lugar cabe destacar que existiu por parte da desenvolvedora um desaproveitamento do trabalho de Masami Obari, - o conhecido animador do jogo Fatal Fury nos anos 90 - pois foi o responsável pela animação criada para a abertura deste mesmo titulo e poderia ter sido aproveitado esse mesmo excelente trabalho para criar algumas finalizações mais interessantes, o que não aconteceu.


Alterando um pouco o campo de análise passamos para a jogabilidade, e aqui existem algumas coisas a falar. Primeiramente podemos falar de todo os estilo de gameplay que tal e como é conhecido da franquia apresenta alguma diversidade o que a torna bastante divertida e interessante. Cabe neste caso destacar que neste novo titulo, como jogador somos presenteados com a possibilidade de gastar barras de habilidade especiais e até os ataques EX quando pretendamos, o que torna todo este entorno um espaço livre para que cada jogador crie e jogue com as suas próprias combinações.

Também temos de falar sobre a nova adição à mecânica de combate deste titulo e neste ponto referimos o Shatter Strike que permite ao personagem absorver um ataque do adversário, o que cria aqui uma abertura para uma infinidade de combinações e que pode levar a que o jogador cause muito dano.

No entanto nem tudo são rosas e este ponto vai certamente causar alguns períodos de frustração, - como aconteceu no decorrer desta analise - e neste caso falamos do Input dos comandos, ou seja, tal e como é comum em KOF todos os combates são realizados a um ritmo bastante acelerado, o que pode levar que com a reintrodução de alguns comandos mais clássicos neste jogo a uma sensação de imperfeição na hora de realizarmos alguma combinação, pois falando o ritmo de uma tecla já pode não ser executado o combo pretendido.


Falando de combos podemos continua por todo o visual que estes aportam ao jogo e sem duvida falar do grafismo geral deste titulo. Sendo que sem duvida neste campo KOF XV destaca-se quase com estrela de mérito, quase pois iremos falar também de alguns pontos que poderia ter sido algo mais refinados. Em geral, neste titulo é apresentado um visual bem conseguido conseguido pois todos os modelos dos personagens foram atualizados - alguns melhores que outros - o que resulta num produto final bastante satisfatório, tanto no que toca a jogo em si como no que diz respeito a cutscenes.

Apesar de tudo isto um olhar mais atento revela alguns dos aspetos que poderiam ser melhorados, como por exemplo falando novamente de ataques, todos os especiais também conhecidos como Climax foram reciclados de títulos anteriores e como é de esperar para um jogo que entraria na nova geração de consolas esta questão foi algo criticada.

Em contrapartida ao visual é necessário destacar toda a banda sonora deste titulo e por consequência todo o áudio que este titulo apresenta ao jogador. Como já é costume a SNK destaca-se com as musicas associadas aos seu personagens e neste titulo a coisa não é diferente, sendo que é bom destacar que existem várias faixas históricas da saga compiladas no meio das 300 musicas disponíveis e que podem ser configuradas em estilo de Playlist para tocarem no decorrer dos combates.


Como nota adicional não podemos deixar de mencionar o elenco, e neste caso segue abaixo a lista das várias equipas que serão disponíveis na versão base deste jogo:
  • Hero: Shun’Ei, Meitenkun e Benimaru;
  • Rival: Isla, Dolores e Heidern;
  • Sacred Treasures: Kyo, Iori e Chizuru;
  • Fatal Fury: Terry, Andy e Joe Higashi;
  • Art of Fighting: Ryo, Robert e King;
  • Orochi: Yashiro, Shermie e Chris;
  • Super Heroine: Athena, Mai Shiranui e Yuri;
  • Ikari: Leona, Ralf e Clark;
  • G.A.W.: Antonov, Ramon e King of Dinosaurs;
  • Secret Agent: Blue Mary, Vanessa e Luong;
  • K’: K’, Maxima e Whip;
  • Ash: Ash Crimson, Elizabeth e Kukri;
  • Krohnen: Krohnen, Kula Diamond e Angél.
Para além de todos estes personagens e equipa a desenvolvedora afirmou ter planos para adicionar mais alguns personagens a este elenco ainda no durante o ano de 2022.

Por ultimo mas não menos importante poderemos contar com um componente online em que são disponibilizados alguns modos de jogos, neste caso destacar de até 6 jogadores em simultâneo em que cada um controla o seu personagem dentro do trio. No entanto não podíamos deixar passar a falta que uma realidade de crossplay ainda não existe neste titulo - a não ser entre PlayStation 4 e PlayStation 5 - o que deixa um sabor agre na boca de alguns jogadores.


Em conclusão, temos aqui um título robusto e bem constituído, com alguns pontos de melhoria e que teve algumas perdas que poderiam ter sido fenomenais. Mas apesar disso é uma experiência excelente.

Nota: Análise efetuada com base em código final do jogo para PlayStation 4, gentilmente cedido pela Ecoplay.

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