Gran Turismo 7


No ano em que a famosa série de carros exclusiva da PlayStation celebra os seus 25 anos de vida, não havia melhor forma que esta para festejar: Gran Turismo 7 está aí e está melhor que nunca! Uma celebração que reúne a história dos automóveis, do passado para o futuro, GT 7 chega e convence fãs e simpatizantes do desporto motorizado.

A popularidade da série foi gigante com os dois primeiros títulos lançados nos anos 90 na primeira PlayStation. Uma surpresa para todos, tanto a nível gráfico como em termos de jogabilidade, para amantes ou não do género, era impossível não ficar estupefacto com a qualidade apresentada. Se o primeiro foi a rampa de lançamento para o sucesso, o segundo foi por muitos considerado o melhor dos melhores, imbatível a todos os níveis, foi diria um choque. Entretanto, nem todos gostaram do GT 3, o 4 veio corrigir os erros, mas entretanto o próprio género foi recebendo várias alternativas, o que acabou por diversificar as escolhas de muitos jogadores. Irá, então, o GT 7 atrair de volta os fãs dos simuladores de condução?

Da minha parte, a grande sensação é que GT 7 está de volta às raízes. Este novo título é o que velhos fãs como eu anseiam há anos, ter um GT que me agarrasse ao comando por horas a fio, este é o poder de Gran Turismo 7. Vejamos, então, quais as razões para tal acontecimento.

 
As novidades são frescas, o “Café” e o “Menu Book” dão um toque de classe a GT 7 e ajudam os novatos a conhecer o universo complexo do mundo automóvel, sendo uma espécie de tutorial para ganhar o “bichinho” pelo desporto motorizado. Depois de realizar toda esta fase introdutória, é quando realmente começa o jogo, no entanto ainda vão passar umas horas nesta aprendizagem, onde o jogador terá de realizar corridas especificas em eventos específicos com os carros indicados por construtores de cada país e o seu modelo, seja de tração à frente ou traseira, carros compactos, todo o tipo de carroçaria será indicada pelo dono deste “Café” onde várias pessoas irão surgir e dar a conhecer a sabedoria de tudo que esteja relacionado com os automóveis, seja a nível de exposição fotográfica, historial de marcas como de carros em específico, pode-se dizer que é dar a “visão a um cego”.

Para ninguém se sentir perdido, são algumas as caras responsáveis para nos guiar no mundo de Gran Turismo, desde o que fazer, como fazer e onde fazer, tudo está bem explicado e o jogador não terá dificuldades em seguir caminho, embora na minha opinião a quantidade de menus seja um tanto absurda para cada ação que realizamos, podendo simplificar um pouco mais todos os menus e interações a realizar para iniciar uma corrida ou mesmo sair dela. O mesmo sucede quando o jogador tem de obter as licenças, tal como nos outros jogos GT, é necessário “tirar a carta”, é um dos modos mais divertidos e desafiantes de sempre em GT, mas estes desafios são alargados com o modo missões que estará disponível após algumas horas de jogo que consiste em realizar vários objetivos.

Quando era miúdo, ficava fascinado com a compra e venda de automóveis usados no GT, claro que neste não é exceção, desde o VW Golf I GTI de 85 ao Levin AE86 e o Mini Cooper S, os clássicos mais prestigiados estão presentes, no entanto há uma data de carros clássicos que faltam pois a quantidade disponível não é enorme infelizmente, com a ausência do meu automóvel favorito VW Corrado ou o VW Golf II GTI que tenho por casa por exemplo, mas verdade seja dita, os 400 carros estão extremamente bem detalhados e isso é inegável, tal como as 90 pistas disponíveis, entre clássicos como a Deep Forest e High Speed Ring como as reais Laguna Seca e Nurburgring.

Enquanto pilotamos a nossa maquina nas pistas, um detalhe que fazia falta ao GT é a mudança de clima e temperatura enquanto corremos, qualquer pista que esteja com lençóis de agua fará com que o carro perca o controlo dependendo da velocidade, é preciso ter uma certa habilidade para lidar com estes lençóis e precaução redobrada especialmente nas curvas, o que cria uma tensão muito maior e que faz toda a diferença enquanto corremos, já o detalhe de ver a pista a ficar claramente seca com a passagem de vários carros na mesma zona é algo de fascinante.

A jogabilidade está melhor que nunca, a sensação de velocidade é agora bem maior, algo que notava em outros títulos, isto sem sequer comparar com o primeiro jogo da série que tinha uma adrenalina incomparável mesmo com este novo jogo, no entanto a forma como se realizam curvas e a própria aceleração do carro estão noutro nível e esse foi um dos pontos fortes que me deixaram muito contente e com vontade de jogar mais e melhor, de sublinhar que as corridas de rally também estão muito bem conseguidas embora o forte de GT seja realmente nas pitas em alcatrão.

Após algumas horas de jogo, vão começara a encher a garagem de carros, é onde vão gerir os veículos comprados e personalizar ao mais ínfimo pormenor como também é onde podem recorrer ao tuning para deixar o carro com menos peso, novos pneus, travões de disco etc, tudo para uma melhor performance. Se querem exibir o vosso carro para a internet, podem-no fazer tirando fotos com cenários reais, quando dizemos reais referimo-nos a locais como Porto e Lisboa, onde vão colocar o vosso carro junto à Ponte Dom Luís I ou no Terreiro do Paço, há outros sítios como Sagres e Faro para tirar umas belas fotos como também outros países, Itália, Japão, França e muito mais. É necessário indicar que este modo é uma autêntica caixa de surpresas, embora qualquer jogador queira estar com o carro na pista, a verdade é que após passar 2 minutos neste modo de nome “Scapes”, qualquer pessoa fica agarrada a colocar efeitos e a exibir o carro com todo o tipo de filtros e cenários, um modo que jamais pensaria ser uma ferramenta útil e agradável. Há também o “Race Photos”, onde as fotos são tiradas das próprias corridas em que o jogador participa, podendo captar momentos únicos e imprevisíveis.

  
Mas para aqueles que gostam sempre de ouvir os temas dos videojogos, embora a banda sonora não seja tão boa como no título de estreia de GT, há aqui umas músicas que acabam por mexer o pé do jogador, especialmente os remixes que vão encontrar de músicas de compositores clássicos, no início estranha, depois entranha, com o passar do tempo acabam por soar melhor que o antecipado. E ainda no que diz respeito à música, existe o modo Music Rally, um modo casual para descontrair e conduzir de forma relaxada durante os minutos da música, é no fundo um Time Trial, a música vai tocando enquanto o jogador ultrapassar vários checkpoints, se não conseguir a tempo, a música começa a perder o volume e termina a corrida juntamente com a música.

Há um modo online para jogar com todos que estiverem pelo mundo conectados, nestas salas os jogadores podem realizar as suas corridas enquanto falam através do chat, salas onde não existem regras para jogarem de forma não tão competitiva. O online é estável e acaba por ser uma das opções em ter em conta, com a rapidez dos carregamentos e a possibilidade de mudar de carro na sala, o único senão é mesmo o facto de ter de abandonar a sala para selecionar outra pista mas, as opções são imensas e há muita coisa que pode ser definida nestas salas para jogar com amigos ou qualquer outra pessoa que entre na sala que criarmos ou mesmo nós desejarmos entrar. É claro que não podiam faltar os modos offline para jogar em ecrã dividido, um dos aspetos que mais valorizo para jogar entre amigos ou familiares na mesma TV, algo que nos dias de hoje está lentamente a desaparecer. E podemos felizmente anunciar que o modo GT está de regresso, o modo que criou fãs intermináveis nos bons velhos tempos, agora mais completo e intuitivo, este modo é para os puristas da série.


Gran Turismo 7 é o topo da série, para alguém como eu que tinha perdido um pouco de fé na tão popular franquia de jogos de corridas da PlayStation, afirmo que GT 7 chegou e revitalizou a série.

Nota: Análise efetuada com base em código final do jogo para a PlayStation 5, gentilmente cedido pela SIEE.


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