Egglia Rebirth

 

Originalmente lançado para Android e IOS, Egglia Rebirth é um título RPG que vê agora os seus horizontes alargados com o seu lançamento para a Nintendo Switch. Este é um título completo, uma experiência RPG como qualquer outra, não uma experiência cheia de micro-transações como as que entopem atualmente o mercado de jogos mobile. Demarca-se pelo seu conceito que mistura visuais 2D, do background, com as personagens 3D, fazendo lembrar uma peça de teatro.

A história começa após um evento apocalíptico onde apenas alguns sobreviveram. Um desses sobreviventes é a personagem principal, de seu nome Chabo, um goblin de capa vermelha. Acontece que os elementos desta raça são indivíduos agressivos, muito por culpa dos cornos que ostentam nas suas testas. No entanto, a nossa personagem não apresenta tais elementos pontiagudos. Na verdade, os mesmos estão cortados, tornando-o assim um individuo bastante mais passivo e aberto a diálogos.

Chabo é assim encontrado por Robin, uma rapariga elfo, e a sua amiga fada, Marigold, sem qualquer tipo de memória dos acontecimentos passados. Aqui começa a narrativa, após as três personagem acordarem trabalhar em conjunto para restaurar Egglia, já que todo o mundo de Egglia se encontra separado por zonas e fechado dentro de Ovos mágicos, os Niebel Eggs. O jogador terá assim a missão de encontrar todos os ovos e libertar as diferentes zonas à medida que conhece novas personagens que se juntam a esta causa.


Misturando a esta linha de história, existe toda uma linha secundária onde é possível construir e ver uma amizade florescer com os habitantes desta pequena cidade. É ainda possível remodelar o interior da própria casa. Sim, remete um pouco a premissa de títulos como Animal Crossing. No entanto, são mecânicas bem vindas e que ajudam a acrescentar horas de jogo. Relativamente às missões secundárias, prendem-se bastante com a ideia de capturar items específicos e oferecer à personagem que os pediu. Desta maneira a barra de relacionamento irá aumentar e a amizade irá evoluindo. Em termos práticos, os status de amizade ajudam no combate, já que é possível ter a companhia dos amigos no campo de batalha. Quanto maior for o relacionamento, melhores são os materiais capturados e os bónus de batalha. Importa referir que não é possível trazer sempre o mesmo amigo nas aventuras, já que estes apresentam uma barra de energia, onde para a recuperar, terá de descansar.

Existe ainda espaço para atribuir a espíritos. Um pouco como o que acontece em "Ni No Kuni 2", onde os estes ajudam em momentos mais ativos no combate. Assim, é possível atribuir dois espíritos para o lado de Ataque e um espírito para Suporte. Estes pequenos apresentam personalidades vincadas, e diferentes tipos de "elemental power", dividindo-se entre fogo, água, entre outros. Ao usar certos espíritos em conjunto é possível ativar "Link Runes", aumentando a sua efectividade.


Para capturar estes pequenos amigos é necessário cozinhar pratos específicos para atrair espíritos do "elemental power" pretendido. Aqui é o único momento onde entra a ideia da mecânica "gacha". Nunca se sabe que espírito se irá capturar, apenas o "elemental power". Ainda assim, é necessário fazer todo um grind por items necessário para a preparação do prato a ser oferecido. Os pratos são confecionados com produtos capturados no decorrer da exploração do tabuleiro de combate. No entanto, também é possível plantar elementos consumíveis e ainda pedras preciosas que são utilizadas para evoluir os espíritos. Toda esta mecânica de plantação está associada a tempo de espera. Cada elemento plantando equivale um tempo de espera diferente que poderá ir até um par de horas.

O combate em si, desenrola-se perante um tabuleiro de jogo onde o jogador poderá avançar quantas casas o dado de jogo apresentar. O número de pontos que o dado apresenta também se transfere para o dano atribuído a cada ataque, de maneira que pode existir alguma estratégia associada a cada dado rolado. Ainda assim, é uma premissa simples e sem grande profundidade, já que me encontrei a maior parte das vezes a lançar o dado para colecionar os items que tinha ao meu alcance e a combater apenas os inimigos necessários para chegar à saída em segurança. É possível passar pela mesma zona quantas vezes se pretender e ainda aumentar o nível de dificuldade do nível, enfrentando inimigos mais difíceis e consequentemente receber mais experiência por isso.  


Ainda que o gameplay se apresente de maneira bastante simples, a história de Egglia Rebirth consegue transparecer algum charme a longo prazo. As histórias contadas pelas diversas personagens torna toda a aventura mais envolvente, passando pela direção artística, também ela simples, mas eficaz a traduzir tudo o que se passa no ecrã, culminando na banda sonora apetecível ao ouvido.


Nota: Análise efetuada com base em código final do jogo para a Nintendo Switch, gentilmente cedido pela Renaissance PR.

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