Jogos de Tabuleiro ー Sugestões de Natal
Artigo escrito por Francisco Maia.
Parece que é aquela altura do ano outra vez! Altura de empanturrar o bucho com peru e sonhos, e quem sabe encher uma meia ou duas de jogos de tabuleiro....para os outros, claro. Nunca ousaria comprar uma hoste de presentes para mim próprio no Natal, justificando que mereço porque fui bom rapaz o ano inteiro. Nunca.
Como tal, e no espírito natalício da partilha, venho sugerir vários jogos para vários tipos de grupo, para que possamos todos oferecer/receber estes motivos de felicidade cartonada e celebrar o Natal em torno daqueles que gostamos.
Jogos para jogar em família
Que melhor altura temos que o Natal para convencer familiares a jogar connosco? E se os familiares já jogam, então que melhor altura para o pôr em prática? Ficam aqui as sugestões de jogos para a família, com um nível de aprendizagem ligeiro e galhofa garantida.
Jogos para iniciar o hobby
Ah, isto é outra categoria. Isto é para a malta bon vivant que quer algo mais que diversão (sem a recusar, claro). Jogos que já puxam um pouco pela cabeça, mas que ainda assim são fáceis de usar para aliciar pessoas inocentes a entrar neste mundo dos jogos lúdicos.Jogos para gamers
Este é para quem gosta de aventura. São 25 cenários de pancadaria, progresso narrativo, e estratégia cooperativamente calculada. 1 a 4 jogadores tomam o lugar de seres fantásticos que compõem parte da afamada troupe mercenária Jaws of the Lion, arrepanhando trabalhos em torno da vila de Gloomhaven. A destacar o feeling de RPG clássico a la Diablo II, em que vamos adquirindo equipamento cada vez mais forte e alocando pontos de desenvolvimento ao nosso personagem para que se torne mais forte. Recomendado principalmente a quem quer comprar Gloomhaven mas não está apaixonado pelo preço.
Mais um jogo cooperativo, que o Natal é a época da amizade. Em Spirit Island, assumimos o papel de espíritos da Natureza que se impõem contra colonos invasores que pretendem instalar-se na sua ilha. Cada jogador escolhe um espírito e procura sinergias com outros jogadores para poder deflectir os avanços dos colonos que se espalham que nem a marabunta. A parte gira deste jogo é definitivamente perceber como é que os espíritos se encaixam uns nos outros para criar eficiência e impacto na melhor forma possível. Quando se fazem aqueles combos de destruir 30 colonos de uma vez...ahhhh, gratificante.
Achei por bem recomendar um jogo a solo. Algumas famílias não são de jogatana (como o lado da minha Tia-Avó Gertrudes. Acho eu, sei lá.) e portanto calha sempre bem não ter de estar dependente de ninguém para jogar. E o bom dos solos é que facilmente se tornam em pseudo-cooperativos. Neste, jogamos Space Invaders com pedaços de cartão: as naves alienígenas descem sobre a cidade mas, se conseguirmos antecipar os seus movimentos e precavermo-nos contras as suas investidas, salvamos o dia. Excelente puzzle para matar meia hora ou assim, com um jogo de campanha para quem quiser algo mais prolongado.
Jogos que pessoalmente adoro
Aqui entramos nos pesos pesados, porque eu só gosto de elefantes. E a julgar pela lista, todos da mesma família de paquidermes. Os meus jogos preferidos normalmente envolvem muita: agitação, pancadaria, sorrisos falsos, facas nas costas, alianças, desalianças, dinheiro sujo, governos-sombra, e negociação sem escrúpulos. Se alguns ou todos estes tópicos vos interessam, Deus tenha piedade das vossas almas. Ah, e vejam a lista que são capazes de gostar.Este é o jogo mais peculiar desta lista, mas felizmente escrevi mais a fundo sobre ele aqui. De qualquer maneira, sugiro este jogo apenas a quem sabe para o que vai: é difícil de levar à mesa, e requer uma certa frequência de jogo para que se possa tirar partido das coisas bonitas que oferece. Só para quem quer mesmo.
E assim chegamos ao final desta magnífica lista. Espero que haja aqui alguma coisa para ti que estás a ler, e que tu em específico tenhas um excelente Natal, cheio de coisas boas e momentos especiais.
PS: está o meu editor a dizer que estamos a ser processados pelo Magnus Carlsen, que ao que parece é uma pessoa verdadeira e não a Tia-Avó Gertrudes de fato e peruca. As nossas mais sinceras desculpas a si e à sua família.