Hextech Mayhem: a League of Legends Story


Será que os jogadores de League of Legends alguma vez imaginaram como seria um jogo de ritmo inspirado nesse universo? Pois bem, a Riot Forge deu asas à criatividade e colocou-a nas mãos da Choice Provisions para um jogo que mistura ritmo, plataformas e alguma insanidade também.

Vindo dos criadores da série BIT.TRIP, o jogo coloca-nos na pele de Ziggs, um insano roedor que tem uma paixão por explosivos, ansioso por colocar à prova as novas bombas que desenvolveu no laboratório: os Hexplosivos! Ao ritmo da música, Ziggs irá então saltar e atirar bombas contra tudo e contra todos, enquanto se desvia dos obstáculos e ataca os guardas da cidade, enquanto vai recolhendo materiais para as suas invenções.

No início, tudo começa bastante simples, com um breve tutorial a explicar as diferentes ações do personagem. Na prática, Ziggs irá sempre em frente e o jogador fica responsável pelas restantes ações: saltar, mandar-se para o chão e disparar bombas, tudo isto sincronizado com os ícones que surgem no ecrã, ao ritmo da música. Ao fazer tudo direitinho, os guardas não terão hipótese de o apanhar, e a própria música ganha maior intensidade, mas ao mais pequeno erro tudo pode correr mal. Em vez de "game over", porém, o jogo continua: durante uns segundos, o personagem continua a avançar, com a imagem a preto e branco, até que o jogador volte a entrar no ritmo da música. Este é um aspeto muito importante, pois em vez de "castigar" os jogadores, tanto ajuda a conhecer melhor os níveis como incentiva a continuar e voltar a tentar para uma melhor pontuação.


Mas se nos primeiros níveis irá bastar acompanhar o ritmo e seguir os ícones que vão surgindo no ecrã, o jogo tanto vai introduzindo novas mecânicas, para manter botões premidos de acordo com o ecrã, por exemplo, como começa a exigir atenção aos objetos colecionáveis, fundamentais para desbloquear níveis mais avançados. Conforme vai aumentando a dificuldade, maior é o número de engrenagens que ficam para trás caso se esteja apenas a seguir os ícones no ecrã. Para as obter, será então necessário saltar ou disparar bombas no timing certo, sem perder o foco nos ícones de ações "obrigatórias". O facto dessas mesmas engrenagens, a partir de um certo ponto, começarem a ser obrigatórias para aceder a novos níveis, irá obrigar os jogadores a repetir várias vezes os níveis anteriores até obter pelo menos o mínimo necessário.

Esta é, também, uma forma de aumentar a longevidade do título, já que um jogo de ritmo é sempre mais sobre obter uma melhor pontuação, do que propriamente o "chegar ao fim". Algo que ajuda bastante é toda a banda sonora que, não sendo muito diversificada, é bastante ritmada e orelhuda. O jogo recomenda, ainda, a utilização de headphones para uma experiência mais envolvente, o que também ajuda em termos de concentração. Em contrapartida, o jogo em si conta com um grande número de distrações visuais e cenários complexos que tanto servem de distração como, em vários momentos, dificultam a perceção do que será para fazer e engrenagens a recolher.



Este é um jogo de ritmo frenético, sem dúvida, mas conta também com algumas opções de acessibilidade, como alterar as cores dos ícones de forma a ajudas pessoas daltónicas. Uma opção da qual senti falta, porém, foi a possibilidade de alterar os botões associados às diferentes ações, especialmente porque (no caso da Nintendo Switch) o salto e a bomba ficam associados ao mesmo polegar, quando facilmente poderia estar um deles associado a um dos gatilhos laterais, por exemplo. Outro aspeto que poderia ser melhorado na Nintendo Switch está nos tempos de carregamento, especialmente no que vai desde iniciar o software até se conseguir, realmente, jogar.

Um ponto positivo a referir é o facto do jogo ter voz e texto em Português, que, mesmo sendo em PT-BR, o torna bastante familiar.

Inspirado no universo de League of Legends, Hextech Mayhem é um jogo que não requer qualquer conhecimento prévio da série, mas sim um gosto pelos jogos de ritmo e muita concentração. Apesar de ter alguns momentos frustrantes com demasiadas coisas a acontecer em simultâneo no ecrã, é, acima de tudo, um jogo divertido e desafiante.

Nota: Análise efetuada com base em código final do jogo para a Nintendo Switch, gentilmente cedido pela Riot Games.

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