Archvale
Olhei para Archvale pela primeira vez e pensei: "Tão cute!". Com o seu pixelart bastante divertido e colorido, fazendo lembrar um pouco os primeiros Legend of the Zelda. Pouco eu sabia que iria dedicar horas e alguns cabelos brancos, a tentar descobrir todos os recantos presentes nos diferentes mundos e consequentes ambientes, deste título que se cose entre linhas de RPG e Bullet Hell.
Bom, para começar o jogo é bastante difícil, mas não a um nível não jogável. É bastante interessante perceber as mecânicas de cada inimigos, como se move e os seus tempos de ataque. Isto enriquece a aventura e mesmo que difícil, quando se falha, é possível perceber o que se fez de errado. Penso que seja esta a sensação que se consegue retirar de um Soulslike, ainda que não tão brutal, já que existe pontos de checkpoint e fast travel com fartura.
Archvale coloca o jogador na posição de herói, numa jornada para obter as sete pedras que formam um arco/portal que se acredita ser mágico. Pelo caminho encontrará diferentes civilizações, onde embora não entreguem uma grande profundidade de história, enquadram o jogador no seu mundo. Existe uma cidade principal, onde é possível fazer upgrade às armas, construir novas armas, guardar o dinheiro no porquinho mealheiro, vender os tesouros encontrados durante as expedições, aumentar a quantidade de poções de vida. Todas as outras cidades apresentam apenas a possibilidade de guardar o dinheiro, construir novas armas e o vendedor.
Existe uma variedade grande de armas, desde bastões mágicos, arcos e flechas a espadas ou lanças. Todas elas apresentam diferentes distâncias de ataques e tempos de ataque, que podem ser melhorados no Blacksmith. Embora este título não apresente uma "skill tree" é possível fazerem-se diferentes tipos de builds com a ajuda das habilidades passivas. Estas habilidades são capturadas no decorrer do jogo e podem dar a opção de defesa, atribuir um pequeno debuff aos inimigos ou habilidades que ajudam no ataque do jogador. É importante de facto manter o foco nesta opção e adaptar o estilo de jogo às diferentes ocasiões.
Enquanto se navega pelo mundo de Archvale é possível encontrar-se fontes que possibilitam a recuperação de vida bem como as poções de vida e pontos de checkpoint que funcionam como fast travel. Acreditem que por vezes, estas podem ser as vossas melhores amigas. Este título pode ser concluído sem se ter de explorar o mundo, mas existe muita coisa escondida que se pode tornar interessante para confrontos mais complicados, como contra os Bosses presentes em cada Dungeon. Cada zona tem como ponto principal a Dungeon, que é o local onde se encontra a pedra necessária para reconstruir o arco mágico e que culmina no confronto contra o Boss. No entanto, antes de se chegar à câmara do confronto final, existem uma variedade de desafios que podem consistir em destreza, onde utiliza a habilidade de dash como principal mecânica, ou simplesmente encontro contra inimigos que podem sem mais complicados do que as zonas à volta da própria Dungeon.
Todo o visual deste título é bastante interessante e com atenção na distinção de cores entre os ataques dos inimigos e o próprio ambiente, o que ajuda bastante a manter a atenção das balas que se aproximam do pequeno herói. O facto do monitor abanar quando se ataca um inimigo traz uma sensação bastante prazerosa de dever cumprido. O movimento da personagem é bastante suave, tanto no teclado como no comando e até mesmo a habilidade de "dash" está bem implementada sem deixar o jogador confuso da posição da sua personagem.
Ainda que este título grite pela exploração de novas áreas, consegue delinear o ponto onde o jogador não deveria estar de momento com o simples facto de introduzir inimigos mais complicados de derrotar. Ainda assim, é possível derrotá-los, numa perspectiva de tentativa e erro, mas será muito mais complicado. Neste sentido em vez de continuar nessa direcção o melhor a fazer é mesmo explorar noutro sentido.