Análise + Passatempo Zookeepers

Artigo Escrito por Marco Silva.

Tu que gostas de ver os documentários do David Attenborough e aprender muito sobre a vida selvagem, que te conseguias ver a ser um cuidador no Jardim Zoológico de espécies em vias de extinção e que gostas de jogos de tabuleiro, não vais querer perder esta análise.


Estamos a falar-vos claro do Zookeepers, o mais recente jogo da CardsLab, de autoria do Pedro Gordalina e que foi lançado recentemente (e nós estivemos lá! podes ver tudo sobre o lançamento no artigo que partilhamos aqui). Zookeepers é um divertido e simples jogo de tabuleiro que se foca na dinâmica da preservação das espécies em vias de extinção. Os jogadores são convidados a resgatar espécies, dar-lhes comida e medicamentos adequados a cada regime alimentar, por forma a salvar estas espécies e acolhê-las nos seus espaços. É um jogo que combina um conjunto de mecânicas Set Collection e Resource Management e com um pouco de Take That à mistura para manter as coisas interessantes e competitivas. É um jogo divertido, simples e rápido de jogar que consegue encher bem a mesa e o olho.


Começo por vos falar da componente visual do jogo, pois é muito bem ilustrado, com iconografia simples e muito agradável, sem ser demasiado infantil, mas mantendo uma ilustração em cores suaves e muito bem integradas no  tema do jogo. As ilustrações das espécies são feitas em fotografias de elevada qualidade, e em cada carta existe imensa informação interessante sobre as espécies, desde um esquema de cores usado como fundo de cada carta, que representa uma escala de risco de extinção das espécies (baseado no estatuto de conservação definido pela IUCN - União Internacional para a Conservação da Natureza), e as mecânicas do próprio jogo usam estas informações muito bem integradas no próprio jogo, o que torna tudo muito temático, didático e interessante. Por exemplo, as zonas de quarentena do nosso zoo correspondem a tipos de habitats de espécies, o que restringe o jogador pois não pode ir buscar espécies para as quais não tem uma zona livre no seu Zoo capaz de acolher essa espécie.

Um outro fator relevante a referir é o numero de modos de jogo que temos disponíveis. Podemos optar por jogar um Modo Rápido, que no fundo é jogado com um dos lados do tabuleiro de jogador, e cria um jogo com menos rondas e com pequenas alterações nas regras para o tornar mais acelerado. Podemos optar por jogar o Modo Normal e ter uma experiência mais longa, que permite desenvolver um pouco mais as estratégias individuais e ter um pouco mais de competitividade. Podemos ainda jogar o Modo Avançado, que constrói sobre as regras do Modo Normal, mas acrescenta um conjunto de objetivos secretos que permitem ao jogador pontuar mais alguns pontos no final do jogo. Com isso, cria uma camada adicional de estratégia no Set Collection que é feito durante o jogo, e acrescenta uma interação de Take That mais intensa, permitindo aos jogadores descartar cartas das zonas de quarentena dos adversários, potencialmente retirando-lhes valiosos pontos, e acrescenta mecânicas de defesa dessas mesmas espécies, o que cria toda uma nova dinâmica de jogo, sendo um modo que certamente vai agradar aos jogadores mais competitivos. Há ainda um Modo de jogo em Equipas, criando um semi-cooperativo para quem gostar também deste tipo de mecânicas. Todos estes modos podem ser jogados entre 2 e 4 jogadores mas, não contente com todos estes modos e possibilidades, caso se encontrem com alguns amigos que também tenham uma cópia do jogo (ou caso tenham mesmo 2 cópias do jogo) os criadores incluíram ainda uma Variante para 5 e 6 Jogadores, em que juntam os componentes dos 2 jogos para fazer um jogo ainda maior. No fundo, nada muda a nível mecânico, o jogo apenas tem alguns ajustes de pontuação final, e a duração do jogo será um pouco maior. 


Finalmente, e antes de avançarmos para a avaliação em partes do jogo, queremos salientar a forte parceria que este jogo tem com o Jardim Zoológico de Lisboa. O jogo está à venda na loja de souvenires do Zoo, mas não é só aí que esta parceria existe de forma muito evidente. Dentro de cada exemplar estão 2 cartas especiais, que cada uma é no fundo um vale de 15% de desconto numa visita ao Jardim Zoológico. E não é tudo, em cada venda deste jogo, 5% do valor reverte para o fundo de conservação do Jardim Zoológico, por isso estamos efetivamente a ajudar a salvar algumas espécies da extinção na vida real!

Avaliação D.I.C.E:

Dinâmica

Falando a nível de dinâmica, o jogo tem algumas escolhas de ações possíveis em cada turno, o que cria uma dinâmica interessante. No modo mais rápido, na nossa opinião, o jogo é mais dinâmico do que nos modos Normal e Avançado. Existe contudo um travão grande na dinâmica do jogo que é a escassez de recursos, é realmente algo que precisamos de gerir com bastante cuidado, sob pena de se começarmos a apontar para espécies muito complicadas de obter recursos e ainda não tivermos o engenho montado, estaremos muitos turnos seguidos a ir ao saco tentar aos poucos amealhar os recursos necessários para gastar tudo numa única jogada, e isto pode-se tornar um pouco repetitivo. É algo para terem em atenção quando estiverem a jogar, pois o jogo está feito com estas estratégias em mente.


Integração Temática

Este ponto é mesmo muito forte neste jogo, desde as ilustrações, à escala da IUCN, às características de cada carta nos ensinarem imenso sobre a espécie a que se refere em vários aspetos como habitat, Regime Alimentar, Classe, e localização de origem, e tudo isso ser usado integralmente na mecânica do jogo, faz deste jogo um prazer de jogar e uma aula de biologia muito divertida de se ter que de todo não parece forçada, muito pelo contrario, é muito equilibrada e simples.


Complexidade

Em qualquer um dos modos o jogo é relativamente simples, em cada turno o jogador tem 4 ações principais que pode escolher fazer uma, e 2 extra que pode ainda fazer se quiser. Mesmo assim não é um jogo demasiado simples, está colocado numa faixa etária dos mais de 10 anos, o que nos parece adequado. Não tem qualquer dependência de língua uma vez que a iconografia é o fator "linguístico" utilizado para todo o jogo. Um outro fator que podemos realçar é que o jogo está editado nativamente em 2 línguas, Português e Inglês, com livros de regras e player aids nas 2 línguas, o que facilitará a chegada do jogo às nossas mesas em famílias que não tenham tão bom domínio da língua inglesa.


Entretenimento, Design e Arte

A nível visual, o jogo é muito agradável, tanto nas ilustrações presentes nos tabuleiros de jogador, cartas de tratadores e iconografia em geral, mas também pelas fotografias de elevada qualidade das cartas das diferentes espécies. A nível de entretenimento o jogo é agradável e simples de jogar, com um equilíbrio desafiante de criação de estratégia.



Considerações Finais

Zookeepers é um jogo muito interessante e cheio de variantes de jogo para diferentes gostos. Achamos que jogadores diferentes vão encontrar variantes que vão gostar muito mais do que outras, o que é interessante de conseguir num único jogo. A nível temático está fantasticamente bem integrado e recheado de informação sobre este mundo de espécies em risco de extinção, o que o torna um jogo altamente didático mas sem ser aborrecido, ou encaixar no típico jogo didático que muitas vezes vemos. É divertido e tem profundidade estratégica, no fundo é realmente um jogo de tabuleiro no verdadeiro sentido da palavra.


Se ficaram curiosos e querem ver mais, então podem dar uma espreitadela ao vídeo de unboxing que também fizemos para vocês e partilhamos aqui neste artigo.



E se ficaste com curiosidade em ver este jogo em pessoa, então participa neste passatempo que temos para ti! Vê todos os detalhes abaixo!



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