A ti... que não foste à VianaCon

Artigo escrito por Bruno Maciel.

No primeiro fim-de-semana de Outubro realizou-se a primeira grande convenção de jogos de tabuleiro modernos dos últimos 2 anos. Foi a VianaCon, no Centro Cultural de Viana do Castelo.

Decidi relatar a minha experiência neste evento, dirigindo-me a um amigo que à última da hora não pôde ir. Não vou usar o nome verdadeiro do rapaz para não ferir suscetibilidades, mas chamemos-lhe de Marco... O Marco é um bom rapaz. Gosta muito de jogos de tabuleiro e é um entusiasta deste hobby. Mas, o Marco não foi à VianaCon e eu fui, e vou-te dizer a ti, Marco, o que perdeste neste evento.


O Espaço:


A VianaCon tem sido realizada neste fantástico pavilhão. Amplo, com muito boa iluminação, espaço entre mesas e ludoteca de fácil acesso. Os acessos são bons e está muito bem localizado a nível da restauração, com várias opções para quem quer fazer pausas para almoço/jantar. A temperatura estava ótima e era caso para dizer, Marco… estava-se bem é lá dentro!


A Organização:

Poderia começar a dizer alguns nomes, mas poderia estar a ser injusto para os que não fossem mencionados, pelo que vou apenas falar em "Organização". Marco, esta malta é cinco estrelas! A simpatia está presente a todo o instante, são muito prestáveis e solícitos a tentar resolver qualquer pedido que lhes seja feito. Incansáveis, parecem formiguinhas a trabalhar em prol de uma comunidade que se senta, joga, diverte-se, enquanto eles trabalham e não é pouco. E fazem-no com um sorriso que derrete qualquer um! E onde andaste tu, Marco? Foi um "recital" de como bem receber e fazem jus ao seu lema "Quem gosta vem, quem ama fica!". Excelente cartaz de visita e 10 pontos para Viana do Castelo! 0 para ti Marco!


A Ludoteca:

A Ludoteca estava bem composta, com alguns dos títulos mais recentes já disponíveis e com alguns jogos a terem mais do que uma cópia na estante. A organização da mesma foi impecável e aqui já não falo das estantes, mas sim da forma célere como os membros da organização os disponibilizavam e a quantidade de pessoas que se oferecia para explicar os jogos. Jogos não faltaram. Sabem o que faltou? O Marco, não o vi por lá!


O Convívio:

Diz-se que o melhor destas convenções é mesmo o convívio, as pessoas. E não é que é mesmo assim? De que interessa o componente X ou Y, se as pessoas com que nos sentamos à mesa não nos fazem sorrir, rir, falar, etc? Depois de um longo "jejum" de convenções, de partilha do mesmo espaço, de eventos, encontros semanais… de tudo, eis que surge a CON que juntou todos aqueles que se conheceram nas redes sociais, aqueles que jogavam regularmente fisicamente, mas que passaram a fazê-lo digitalmente. E fê-lo em boa hora e num ambiente bem familiar! Era notória a satisfação das pessoas! Os laços criados na pandemia foram, de facto, testados e passaram o teste do contacto presencial! Conhecidos que se fizeram amigos, amigos que falaram mais do que jogaram, que almoçaram e jantaram entre jogos e... no meio de tanta cara conhecida, não vi a do Marco!!! Nem sabes o que perdeste, mas que as fotos te façam roer de inveja!


A Afluência:

Não adiantarei números, porque os desconheço. No entanto, passaram seguramente centenas de pessoas, entre fãs ligados ao hobby, a famílias e a alguns curiosos que também quiseram sentir o que é isto dos "jogos de tabuleiro modernos". As mesas estiveram quase sempre repletas de gente, tirando algumas horas, em que os participantes preferiram "apoiar o comércio local", digamos que também nós precisamos de comer! Mas, no Centro Cultural de Viana do Castelo era como se estivesse a jogar ao "Onde está o Wally?", sendo o Wally o Marco… e não o encontrei!


Atividades:

Foi um fim-de-semana compacto de muitas atividades! Desde áreas dedicadas aos mais novos (o Carcassonne gigante não passou despercebido), a workshops temáticos que marcaram presença nos dois dias do evento. Torneios e uma excelente exposição do The Mico (no Centro Comercial de Viana) abrilhantaram esta CON, mas não foi só. Diria que neste evento, havia uma probabilidade grande de encontrar um designer nacional mesa sim, mesa não. De experientes, a iniciantes, a até aspirantes a designer, muitos criadores aproveitaram para testar os seus protótipos, realizar demonstrações e fazerem os seus "pitches" às editoras presentes no evento. Uma mescla de lazer com negócio, que mostrou o quão importante foi esta CON para gamers e também para criadores. Muitos playtests foram realizados, mas o Marco nem um fez…


Arredores:

Viana é uma acolhedora e bonita cidade e nos arredores do Centro Cultural, onde se deu a CON, temos uma vista fenomenal para a foz do Lima. A poucos metros temos uma larga escolha no que toca à restauração e não muito longe encontra-se a estação de Viana do Castelo, cujo exterior é imponente e belo ao mesmo tempo, tendo um centro comercial no interior.

Pelo caminho, passámos por algumas pastelarias de fazer esquecer o conceito de balança por uns minutos. E quem fala de pastelaria não pode não falar do Manuel Natário e a suas famosas bolas com canela e creme.

Houvesse mais tempo para visitar a cidade e mais teria para falar, mas se ao menos o Marco estivesse lá para me indicar o que visitar…

Sem detrimento para as outras CONs nacionais, esta experiência foi dos melhores momentos vivenciados por mim desde que a pandemia nos atingiu com todo o seu estrondo. A comunidade precisava deste "bombom" e a organização não nos deu apenas um docinho, deu-nos uma tablete de chocolate inteira. A comunidade foi a cereja em cima do… chocolate(??? nem faz sentido, mas o Marco não ir à VianaCon também não)! Apesar de tudo, a comunidade está bem e aconselha-se! Mais unida que nunca, a criar várias sinergias, a caminhar no mesmo sentido e a dar brilho a quem muito trabalhou na sombra para que tudo desse certo.

Fui para preencher o meu coração e saio de lá com ele cheio! Foi perfeito? Poderia ter sido, mas o Marco não foi...

Até já, Viana... porque quem gosta... volta!

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