Big Brain Academy: Brain vs. Brain


Quando pensamos em jogos da Nintendo que envolvem puzzles e todo um conjunto de testes, a primeira coisa que nos vem à cabeça é o Dr. Kawashima de Brain Training, o impiedoso professor que nos lança desafios que nos deixam a pensar durante algum tempo. Mas foi na Nintendo DS que surgiu outro jogo, de desafios que colocavam a nossa mente à prova, com o nome Big Brain Academy. Não é difícil confundir ambos os jogos, devido às semelhanças nos nomes, mas estas duas séries são, de facto, bastante diferentes. Aliás, Brain Training já se estreou na Nintendo Switch, e chega agora a vez de Big Brain Academy chegar também, através do Brain vs. Brain!



Através de simples exercícios onde uma resposta rápida e certeira se traduz numa boa pontuação, vamos enfrentando um leque de diferentes desafios que colocam a velocidade do nosso cérebro à prova. Conhecido como “Big Brain Brawn”, esta é uma combinação dessa rapidez de pensamento com dedução e lógica. Estes desafios separam-se entre 5 categorias: Identify (Identificar); Memorize (Memorizar); Analyze (Analisar); Compute (Calcular) e Visualize (Visualizar). Jogando sozinho o mais divertido, e ao mesmo tempo desafiante, é fazer estes exercícios de modo aleatório através de um Test que no final nos mostra os nossos pontos fortes e, ao mesmo tempo, nos apresenta onde tivemos mais dificuldades para melhorar essas categorias, ou desafios. E tudo resulta numa pontuação, uma medalha, um rank, ou até mesmo colecionar estrelas para desbloquear as várias roupas e acessórios. E acreditem, são mesmo, mas mesmo muitos itens para colecionar (centenas, mesmo)!

E tudo está dividido através de graus de dificuldade que vão subindo no curto espaço de tempo que temos disponível. Vamos do simples grau de rebento à classe dos Super Elite num minuto, o que por várias vezes me deixou congelado a olhar para o ecrã assim que chegava ao nível máximo: por exemplo, estava muito confortável a rebentar balões do número mais baixo ao maior, quando subitamente aparecem contas matemáticas para fazer. Ou identificar as sombras das figuras que temos no ecrã, mas todas elas rodam em direções diferentes e umas em cima das outras. Os desafios escalam rapidamente, mas acima de tudo sentimos o desafio a crescer num curto espaço de tempo.


A jogabilidade é simples, imediata e podemos tanto fazer os exercícios através do ecrã tátil, quando jogamos sozinhos ou contra um segundo jogador, ou através dos controlos mais tradicionais, usando muito o analógico e os botões para escolher as respostas certas, fazer contas, resolver quebra-cabeças, entre outros. Enquanto ia respondendo aos desafios, jogando sozinho, ia alternando entre o ecrã tátil ou os botões, dependendo do que tinha pela frente.

Mas o grande desafio do jogo é, bem, enfrentar outros jogadores! Até 4 pessoas podem participar em todo um conjunto de coisas para resolver ao mesmo tempo, mostrando quem tem o cérebro mais rápido e certeiro. Os desafios são os mesmos, e cada um pode escolher o nível de dificuldade para que haja mais igualdade entre jogadores de idades diferentes. Um “Party Game” onde há menos festa e somos colocados mais à prova através de testes, mas onde a competição continua a ser um elemento-chave. Quanto ao online temos o modo Ghost Clash, que nos permite enfrentar outros jogadores através do desempenho que tiveram nas provas, sem que seja necessário estarem a jogar naquele momento. Um modo de jogo assíncrono, e que funciona na perfeição.


Só é pena que, depois de estarmos habituados aos 20 diferentes tipos de prova, acabamos por repetir muito do que já jogamos. É certo que com os diferentes níveis de dificuldade que vamos tendo em cada prova, os desafios mudam imenso, mas acabam sempre por ser mais do mesmo. Ainda assim somos sempre apanhados de surpresa quando chegamos ao nível Super Elite e congelamos quase que por completo a pensar na resposta certa, e a sentir a pressão do tempo a terminar.


Sinto que Big Brain Training: Brain vs. Brain irá continuar a ser confundido com Dr. Kawashima’s Brain Training, agora que ambos chegam à Switch, o que é pena pois mesmo simples é um jogo interessante para jogar em grupo, em curtas sessões de jogo, e de preferência quando não estamos cansados. Há até mesmo uma boa atenção ao detalhe (os comandos dos personagens, mesmo ilustrados, refletem as corres dos nossos Joy Cons, por exemplo). Mas talvez este fosse o momento ideal de unir ambas as séries num único jogo, através de conteúdos descarregáveis, embora sinta que Brain vs. Brain poderá ser eventualmente ignorado por muitos.

Nota: Análise efetuada com base em código final do jogo para a Nintendo Switch, gentilmente cedido pela Nintendo Portugal.

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