King's Bounty II


Nem todos os jogadores são fãs de RPGs táticos e mesmo para aqueles que gostam de um jogo tático, um jogo como Fire Emblem consegue ser muito diferente de Gears Tactics, por exemplo. King's Bounty é, hoje em dia, um clássico do género, lançado já em 1991, e acaba de receber uma sequela. Mas será que consegue agarrar os jogadores?


Se por um lado a premissa de pegar num jogo bem antigo e criar uma sequela é algo de interessante, por outro pode ser um jogo aborrecido e “sem sal”, com personagens que não convencem no seu papel de protagonista e de uma jogabilidade que mais parece vinda dos meados de 2000, em vez de o trazer mesmo para os dias de hoje.

Assim que se inicia o jogo, os jogadores devem escolher uma das 3 personagens disponíveis, cada uma delas com as suas características e que, vão influenciar a forma como jogam a campanha de King’s Bounty 2. Uma personagem que se dedica à magia, outra que é um guerreiro e uma paladina. Eu tenho veia de guerreiro e decidi embarcar na jornada com esse personagem. Foi claramente visível os momentos em que se a escolha tivesse sido a feiticeira, algumas das secções podiam ser evitadas com confrontos, no entanto o guerreiro não tem posse de qualquer feitiço e assim sendo, é necessário combater para seguir em frente, qualquer outra interação com personagens que utilizem magia, não terá efeito algum.



A narrativa tem um arranque lento e nada que agarre o jogador, por isso é algo que pode desde já aborrecer muitos jogadores. O tutorial explica por alto como jogar e os primeiros movimentos do jogador, mas por vezes, e principalmente nas batalhas, tive dificuldades em entender precisamente o que podia ou não fazer e quando movimentar ou o próprio uso da câmara. Um outro aspeto que pode deixar alguns jogadores mais irritados é o facto de o movimento padrão ser a corrida que mais parece que o jogador está a caminhar e quase parado, o que vale é o cavalo que pode ser chamado pressionando um botão e usado para percorrer os trilhos mais longos da campanha.

O grafismo está bom, nada do outro mundo mas cumpre bem e realmente não tenho nada a apontar de errado, embora estejam um pouco datados até os próprios movimentos mas, como dito antes, nada que estrague a experiência e por isso mesmo, é algo que passa ao lado.

Honestamente o mais prazeroso são mesmo as batalhas que surgem quando atravessamos uma espécie de barreira luminosa ou então ao conversar com um inimigo. Vão precisar de formar um belo batalhão para o que aí vem, as batalhas iniciais correm bem mas depois, as próprias side quests acabam por ser um osso duro de roer e qualquer falha pode ser a “morte do artista”. Diria que o aspeto mais interessante é a formação do batalhão, saber o que escolher para combater os inimigos, colocar em posição arqueiros e um grupo de cães, como também um batalhão de esqueletos ou outro grupo de soldados equipados com lanças, à medida que progredimos vamos ter a hipótese de recrutar todo o tipo de soldados ou feitiços e monstros para formarem parte do nosso esquadrão.


O nosso personagem participa parcialmente nas lutas, dando apoio com magia (sim, mesmo optando por ser guerreiro), seja a curar os soldados em batalha ou a fraquejar os inimigos. Ainda acerca do protagonista, ele conta com uma árvore de habilidades dividido em 4, Ordem, Anarquia, Poder e Delicadeza, onde o jogador terá de desbloquear habilidades no ramo que achar mais relevante conforme pretende jogar, pois é difícil conseguir todas as habilidades e o importante é focar num só ramo dos 4 disponíveis. O equipamento vai sendo recolhido conforme o jogador explora as pequenas aldeias e realiza side quests, embora a necessidade de evoluir aqui é o batalhão que está na nossa posse.


É um jogo interessante que podia ser mais cativante, no entanto para quem desejar um jogo tático sem grande alarido no que diz respeito à narrativa, é uma boa opção, embora informamos que não se pode ter expectativas altas perante um jogo que é apenas bom e que não é recomendado a quem não gosta do género, sendo especificamente dedicado a fãs que têm intenção em jogar este tipo de jogo. Já disponível para PC, PS4, Xbox One e Nintendo Switch.

Nota: Análise efetuada com base em código final do jogo para PC via Steam, gentilmente cedido pela Dead Good Media.

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