Tales of Arise


Após 15 horas de jogo, ainda tenho muito pela frente, mas achei por bem começar a escrever sobre o que já está a ser um dos melhores jogos do ano: Tales of Arise.

Este é o mais recente jogo de uma série que já é bem conhecida entre os jogadores e que celebra os seus 25 anos de vida com um jogo que promete chamar a atenção de todos os apreciadores do género RPG.


Para os mais distraídos, a série "Tales of" já conta com anos no no estilo JRPG de ação. Um dos mais famosos, outrora lançado como exclusivo na Xbox 360, é o tão badalado e amado pelos fãs, Tales of Vesperia, que viu nascer em 2018 uma versão remasterizada e lançada para todas as plataformas. No entanto, este Tales of Arise é um jogo que contou com um trabalho árduo para trazer o melhor de vários jogos da série, quase como uma aposta de all-in num jogo de Póquer que, como resultado, apresenta-se como provavelmente o melhor jogo da série de sempre.

Há realmente muito a dizer sobre este novo jogo da série Tales, desde a possibilidade de qualquer jogador começar a jogar pela primeira vez na sua vida algo desta franquia, como para os fãs que têm vindo a jogar esta série durante anos a fio já que cada jogo conta com a sua narrativa em específico e não se prende a nada que tenha sido lançado antes, o que tem em comum e o género de jogo e claro, o nome característico Tales.

Tales of Arise tem imensos pontos positivos que iremos dividir e resumir para não alargar muito a nossa análise e para terem uma percepção do quão especial este jogo é a experiência que ele nos oferece numa jornada muito bem estruturada e espetacular que irá manter o interesse do jogador horas a fio que foi aquilo que, honestamente, me aconteceu.


Tudo começa com a invasão de uma raça de um outro planeta conhecidos por Rena, que escravizam o povo de Dahna. Os Rena são o povo com poder tecnológico avançado de forma que submetem os Dahna e oprimem este povo humilde de tal forma que ninguém consegue ripostar, no entanto e como em cada narrativa, há sempre alguém destemido que acaba por ser o herói da história, neste caso, o nosso protagonista, conhecido inicialmente por Iron Mask, isto deve-se à personagem ter uma máscara de ferro e de nem sequer ter memória de rigorosamente nada, no entanto a sua bondade e coragem destaca-se entre todo o povo Dahna do qual é respeitado e acaba por ser o salvador daquele povo sofredor que seguia as ordens dos Rena.

A premissa é simples mas funciona, ao longo da jornada vamos descobrindo quem este Iron Mask é, algo relativamente cedo irá ser revelado ao jogador mas iremos manter em segredo para não estragar surpresas a ninguém que irá jogar Tales of Arise. O herói irá recrutar e criar laços de amizade com várias personagens, existem momentos engraçados e cómicos como momentos de pura tristeza, é um misto de emoções que dão vida ao jogo que fará o jogador ganhar uma ligação de afinidade com os protagonistas que formam a equipa para derrotar os 4 generais de cada zona de Dahna, pois esse é objetivo, expulsar Rena e reaver a Paz e prosperidade que lhes foi roubada.

Existem vários momentos em que as cut-scenes são apresentadas em anime que, desde já, temos a dizer que estão fantásticas, como também alguns diálogos em forma de banda desenhada muito bem elaborados e que dão um toque especial ao jogo. Por vezes, o jogador terá a opção de escutar ou de falar com os seus companheiros sobre coisas importantes ou até ter conversas banais que surgem após certos acontecimentos, basicamente são diálogos opcionais mas que acrescentam aspetos interessantes à narrativa e é sempre bom assistir os debates entre eles sobre todo o tipo de temas.

 


Quanto ao gameplay, é fluído, rápido, divertido e eficaz, coisa que por vezes pode ter alguns aspetos negativos ou até aborrecidos pela sua repetitividade, coisa que não acontece em Tales of Arise porque, o jogador terá muito upgrade para realizar, magias, ataques especiais, ataques em conjunto com membros da equipa, golpes finais únicos, há realmente muito nos combates e o jogador nunca irá ficar cansado de lutar, até porque os bosses conseguem até ser bastante desafiantes caso não estejam preparados para tal. Como acontece em Xenoblade Chronicles por exemplo, vão surgir side quests em que o objetivo é eliminar grandes monstros e podem ter a certeza que mesmo após 10 horas, não vão estar preparados, é realmente desafiante.

Há também as side quests mais básicas de ter de colecionar itens, entregar ao personagem X ou Y, algo que não é propriamente relevante nem nada que seja de surpreendente mas pelo menos tem a sua lógica visto que já joguei JRPGs em que as side quests eram verdadeiramente ridículas, ao menos aqui há um propósito aceitável para efetuar a side quest e claro, ganhar mais experiência e Gald, a moeda em Tales of Arise.

Algo que se manteve pelo básico é a sua linearidade, é um jogo em que entramos numa zona, temos um caminho com algumas rotas diferentes, mas tudo está naquele mapa e assim que se entra numa porta ou se apanha um elevador, temos um ecrã de carregamento para mais um nova sala ou outra parte do exterior do mapa que nos apresenta um só caminho para seguir em frente e outras rotas apenas para nos darmos de frente com um item ou inimigos, o que para alguns jogadores pode ser bom já que há muita gente um pouco cansada de mapas gigantes em mundo aberto, já outros podem ficar meio desiludidos por causa disso mesmo, não haver propriamente um mapa para uma exploração de grandes dimensões.



A cada vez que enfrentamos um inimigo, somos colocados numa espécie de arena e realizamos assim a batalha que, como tudo o resto, conta com visuais belíssimos, seja o combate como o passeio pelos cenários do jogo, há momentos que valem a pena ser apreciados, embora todo o seu grafismo seja num estilo anime, é impossível ficar indiferente em vários momentos do jogo quando este tem um performance fantástico nas consolas da nova geração e PC, não existe qualquer quebra apesar de todos os flashes e brilhantismo com explosões à mistura nas batalhas como vaguear pelos cenários de Tales of Arise.

Nestes mapas podem realizar um fast travel sempre que encontrarem uma fogueira, no qual podem até cozinhar pratos que vão dar um boost temporário à vossa equipa dependendo do prato que cozinharem e claro, ao descansar o jogador terá restabelecida a sua saúde. Podem sempre enfrentar monstros e voltar a uma fogueira para aumentar o nível das personagens, visto que os inimigos surgem no mapa e estão sempre presentes quando se passa de um mapa para o outro. Para obterem itens de personalização, basta encontrarem corujas fofas que se encontram um tanto escondidas pelos mapas seja por trás de pontes, em cima de árvores, todas elas vão acabar por dar óculos, orelhas de coelho, uma cauda de raposa, etc… São apenas pequenos detalhes que podem colocar em todas as personagens e ir trocando, para além de claro, conseguir equipamento novo para aumentar as estatísticas dos personagens.

A música é outro ponto muito forte e positivo, num jogo em que as batalhas são regulares, a música tem de desempenhar um papel importante, neste caso, não cansar o ouvido do jogador, coisa que pelo contrário, fica no ouvido, estamos a falar das batalhas como dos momentos de tensão ou momentos de derramar uma lágrima, esta é, uma das minhas bandas sonoras favoritas.



Tales of Arise é na verdade, um dos meus jogos do ano, e não consigo deixar o comando enquanto não o terminar. Embora seja linear, a possibilidade de regressar a todos os locais e realizar as missões secundárias ou na busca das corujas todas para a obtenção dos colecionáveis todos mantém-me completamente agarrado, num RPG que não posso deixar de recomendar!

Nota: Análise efetuada com base em código final do jogo para a Xbox Series X, gentilmente cedido pela Bandai Namco Entertainment.

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