Xuan Yuan Sword 7


Há jogos que apresentam trailers bastante convincentes, Xuan Yuan Sword 7 foi um dos jogos que me deixou com apetite de jogar depois de assistir ao seu trailer, mas terá ficado à altura das expectativas?


Xuan Yuan Sword 7 é um jogo literalmente “Made in China” e inspirado na mitologia chinesa, que conta já com o sétimo capítulo vindo diretamente dos smartphones para as consolas, neste caso em específico jogamos na PS4. É um RPG de ação que conta com muitos dos elementos dos jogos do género, seja a efetuar upgrades ao personagem como obter novas habilidades para ajudar a ultrapassar os obstáculos da pobre campanha que não é muito exigente, isto porque é quase um jogo que necessita de pressionar no botão de ataque com máxima força de forma repetida para derrotar os inimigos e seguir caminho.

Aquilo que inicialmente parece, pouco tempo depois deixa de iludir e o jogador irá cair na realidade, seja a nível de gráficos, jogabilidade como também no seu design. Rapidamente se nota da produção “barata” vinda de um smartphone e apesar disso, pela lógica, o jogo deveria de correr na melhor das capacidades, o que não é o caso, apresentando várias falhas de otimização, com quebras de frame rate e a lenta renderização de cenários, pode-se afirmar que é uma autêntica desilusão. Aliás, em termos de performance, não faltam jogos a correr melhor nos smartphones.


Fora da performance, dois pontos positivos a relatar, a banda sonora que é no fundo o melhor que podem usufruir do jogo e o facto de ter um voice acting inalterável todo ele na língua original, neste caso o mandarim. A narrativa não é negativa mas acaba por ser algo mediana, já as personagens acabam por ser interessantes, no entanto referimo-nos apenas às principais que são Taishi Zhao e a sua irmã mais nova, até os seus modelos em 3D estão bons, já o que for secundário, sublinha-se, é secundário.

Diria que quanto mais jogava, menos interesse tinha em continuar, apesar de tentarem preencher o jogo com alguns momentos de ação e até implementar um sistema de QTE, não é o suficiente para deixar o jogador preso, isto não significa que é um jogo razoável por ser de smartphone, há jogos que podem muito bem ser interessantes e ter uma boa adaptação, a questão é que trata-se de um jogo que tem potencial, onde um polimento nos gráficos, performance e jogabilidade poderia mudar tudo.

Os próprios menus parecem feitos em cima do joelho e se isso não bastasse, os loadings são uma tortura, será que ninguém reparou nisso? Vindo de um smartphone, duvido que fossem maiores, em caso afirmativo, mais valia nem sequer instalar o jogo pois na PS4 os carregamentos são realmente enormes que dá tempo para tirar um café de capsula e tomar sem que o loading tenha acabado.

Não há muita coisa positiva a dizer do jogo, há sim o facto de realçar que podia ser um jogo muito bom se tivessem efetuado uma adaptação boa e darem-se ao trabalho de dar os toques necessários para tornar a experiencia minimamente boa, no entanto há vários aspetos que são por si só de uma negatividade acrescida, a navegação dos menus é despida e confusa e isto não se trata apenas de estética mas sim por ser algo que é importante estar minimamente compreensível, nunca esquecer que os menus é um dos espaços em que qualquer jogador passa uma boa dose de tempo a explorar e é preciso ter sempre isso em conta, esta versão é de consolas e não de smartphone.



Como dito antes e resumindo, podíamos ter aqui um jogo chinês com grande qualidade a explorar a mitologia do seu próprio país. Limando muitas das arestas, este podia ser um jogo bastante positivo e agradável, porque em termos de narrativa e personagens, até dá interesse, no entanto a repetição exaustiva de lutas básicas e sem grande emoção esmaga o entusiasmo do jogador por completo, deixando muito a desejar. O pior, porém, é a imagem que o trailer faz passar ao consumidor, levando-o ao engano.

Nota: Análise efetuada com base em código final do jogo para a PlayStation 4, gentilmente cedido pela Plan of Attack.


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