The Artful Escape


One, Two, One, Two, check, check, luzes, guitarra, ROCK ON! The Artful Escape é o título apresentado pela direção criativa de Johnny Galvatron, vocalista da banda de rock "The Galvatrons" e publicado pela mão Annapurna Interactive. Uma espécie de hino ao como ser o que realmente és, e não ao que as outras pessoas esperam que sejas, que neste caso faz referência a uma estrela Rock Star intergaláctica. Uma aventura entre a cidade de Calypso e Galáxias distantes, soberbamente ambientando com paisagens, cidades, planetas e luzes onde tudo junto faz parecer que estamos na Disney Land Paris.


O jogador interpreta o papel de Francis Vendetti, um teenager sobrinho de uma estrela do folk chamada Johnson Vendetti, que vive na pequena cidade de Calypso. Um certo dia Francis, sentado num banco de jardim sobre uma paisagem verdejante, encontra-se numa encruzilhada de pensamentos. Por um lado não quer carregar o fardo deixado pelo seu Tio, quer encontrar-se a si mesmo, mas por outro, tem receio já que todos os habitantes e os visitantes de Calypso aguardam ansiosamente pelo seu concerto/tributo à falecida lenda do Folk. As parecenças são mais que muitas, mas será mesmo que Francis pretende fazer-se passar pelo seu tio durante o resto da vida? Fun fact, todos em Calypso usam óculos, talvez numa espécie de homenagem ao então falecido artista.   

Nisto aparece a figura de Violetta, uma rapariga de atitude descomplexada e vestuário à la punk rock, que vê algo especial na nossa personagem principal. Por entre linhas de texto, todas elas contam com um soberbo trabalho de voice acting, Francis tem uma epifania e vê algo que realmente o deixa a pensar no seu futuro. Folk ou Rock intergaláctico com solos que deixam qualquer um de ouvido colado à sua guitarra? A história o dirá.

A história é passada no Cosmos intergaláctico da imaginação de Francis, uma metáfora a uma viagem alucinante rumo às estrelas na procura do seu verdadeiro "Eu". Ou será que aconteceu mesmo e voltou sendo uma pessoa completamente diferente? Demarcada na sua essência por panos de fundo brilhantes, e momentos épicos que assentam numa jogabilidade bastante simples, misturada com plataformas e jogo de ritmo.

Na verdade, sinto alguma relutância em identificar este título como um jogo de plataformas. É quase um visual novel, que funde opções de escolha, que na verdade não mudam o fim da história, apenas alguns detalhes de espaço e linhas de texto. Toda a sua mecânica side-scroller tem como premissa ir de ponto A a B, sem espaço para grande exploração já que é um ambiente fechado. Cada novo ambiente culmina num "combate de solos" frenético, comandado por criaturas épicas, em que todas elas apresentam, de forma peculiar, as marcas das teclas que o jogador terá de pressionar para se fazer ouvir.

Algo frustrante é, e se realmente se pretender obter todo o esplendor que este título apresenta, o facto de se ter de pressionar um botão enquanto se anda, para soltar umas guitarradas que de certa forma acordam o ambiente em redor do jogador. Animais, vegetação, árvores, reagem das mais diversas maneiras ao som da guitarra, produzindo um espetáculo de luzes como nunca antes visto.  

The Artful Escape é uma homenagem a inúmeros aspetos e lendas da música, arte e cultura com o intuito de deslumbrar o visualizador. Com uma história que de facto toca a tod@s pelo seu dedilhado emocional, este, ao contrário de Francis no início da sua aventura, é um título que sabe exatamente o que pretende.  

Nota: Análise efetuada com base em código final do jogo para PC via Xbox Game Pass, adquirido pelo próprio.

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