Kena: Bridge of Spirits


Kena: Bridge of Spirits é o primeiro projecto no sector de gaming do estúdio independente Ember Lab, que ficou conhecido pelos seus "short film projects" impressionantes como a Majora's Mask e Dust, um projeto inspirado por um anime. Pois bem, Kena é um título simplesmente mágico que combina ação e aventura com combates rápidos, por vezes desafiantes e exploração.

A história é passada numa vila mística habitada por espíritos traumatizados por eventos que ocorreram durante a sua vida. Kena, funciona assim como uma espécie de ponte de passagem para o "afterlife", ajudando os espíritos com as suas perturbações. No entanto, o intuito desta aventura é o de descobrir o santuário sagrado que se encontra na montanha gelada junto à vila. Existe assim um intercâmbio de ajuda entre os espíritos e Kena onde as linhas de texto são desdobradas por cutscenes e voice acting marcantes. Outro aspeto importante é a intervenção de umas pequenas personagens, chamadas de Rot, que ajudam Kena a curar a terra perturbada por uma espécie de raízes vermelhas, presente em todo o ambiente, bem como no combate físico contra os inimigos.



Tudo ao redor do jogador foi perspectivado de maneira sublime, desde o ambiente passando ao design das personagens único que cativa qualquer um com os seus pequenos apontamentos. Como por exemplo marcas de nascença em personagens secundárias e máscaras que cumprem um papel importante na aventura, mas que carregam uma espécie de homenagem ao The Legend of Zelda: Majora's Mask. Estas máscaras são os pontos chave para a abertura de novos caminhos, outrora fechados por uma força maligna. Para isso é necessário descobrir o que ocorreu com a alma a que cada máscara pertence, seguindo as suas pisadas, recuperando artefactos e memórias até culminar na resolução da investigação.

A banda sonora complementa toda a exploração com uma mistura de instrumentos de percussão e apontamentos orquestrais. Em todos os momentos são apresentados elementos sonoros que envolvem o jogador. Nos momentos de combate com uma prevalência de música mais forte e nos momentos de exploração com apontamentos mais tranquilos.



Os inimigos são espíritos corrompidos pelas forças malignas que os transformaram em monstros gigantes. Existe um pouco de tudo: inimigos que atacam à distância, inimigos que atacam ao perto, inimigos que explodem e os Bosses. Tornando assim uma mistura interessante e fresca, sem muita repetitividade. Os combates contra o Bosses são bastante divertidos e apresentam sempre algo novo, mas que na maioria têm um ponto fraco em comum. Existem uns cristais em pontos distintos do corpo, que se destruídos com as flechas de Kena aplicam uma percentagem elevada de dano e deixam cair pontos de "mana" usada pelos Rot. Como referido estes pequenotes ajudam e de que maneira durante o combate. Para isso necessitam de usar uma espécie de pontos de "mana", que o jogador recupera com o decorrer do combate enquanto ataca o inimigo.

Existe uma pequena árvore de habilidades, ainda que sem grande profundidade, permite ao jogador ampliar o lote de ataques. Diria mesmo que a simplicidade é o que realmente faz o combate tão satisfatório. Kena conta também com uma habilidade que a permite esquivar de ataques inimigos, um escudo com a possibilidade de ignorar o ataque, ou fazer "parry" ao ataque. Este escudo é também usado para interagir com o ambiente e cristais adormecidos.



Importa também referir o design das diferentes localizações, ou por outras palavras, o level design. Todas as áreas estão preenchidas por dicas ambientais bastante úteis que à primeira vista passam despercebidas. Uma área que parece estar vazia, consegue abrir-se de uma maneira surpreendente. É necessário assim tomar atenção aos pequenos pormenores e utilizar as habilidades que Kena tem ao seu dispor.

 

Kena the Bridge of Spirits é com toda a certeza um dos grandes títulos deste ano. Demarcando-se dos restantes pelo seu estilo cinematográfico apresentado tanto nas cutscenes como até no próprio desenrolar do jogo, onde o sentido de profundidade, jogo de luzes e condições climatéricas fazem o jogador perder as barreiras que o separam do comando e TV para os sapatos, corpo e bastão de Kena. É mesmo uma aventura que envolve o jogador de várias maneiras.

Nota: Análise efetuada com base em código final do jogo para a PlayStation 5, gentilmente cedido pelo Ember Lab.

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