Death's Door


E se o vosso trabalho fosse ajudar almas a passarem para o "afterlife"? A premissa de Death’s Door, dos criadores de Titan Souls, passa por isso mesmo. Enquanto os colegas da nossa peculiar personagem passam o dia no escritório à frente de uma secretária, a personagem principal tem como objetivo pôr as mãos à obra e aventurar-se pelo mundo gótico deste título que, para mim, foi uma surpresa mais que bem vinda.  


Death’s Door apresenta-se como um título action-adventure, refinado graficamente com um mundo bastante rico em surpresas e uma banda sonora soberba, produzida na íntegra por David Fenn, que cria uma atmosfera envolta em mistério e intriga.

A aventura começa num tom depressivo, num ambiente pintado apenas a preto e branco debaixo de um tema bastante pesado. É atribuída ao jogador a missão de ajudar uma alma particularmente grande a seguir o seu caminho. No entanto, algo inesperado acontece e uma figura misteriosa, um corvo já com bastante idade, trata de roubar essa mesma alma. Este é o catalisador da história que se desenrola para algo bastante mais vasto, girando em torno de figuras que enganaram a morte durante anos e sobre o verdadeiro significado por trás do trabalho dos corvos neste mundo.




O mundo está separado em dimensões, a dimensão dos corvos onde se encontram os seus escritórios e onde são imortais e a dimensão dos mortais, onde como se pode esperar, são vulneráveis à idade e à morte.   

A dimensão dos mortais está dividida entre três zonas, completamente diferentes da anterior, e todas elas estão ligadas a um ponto em comum, o cemitério. A mecânica do fast travel é abordada de uma forma bastante interessante já que é possível encontrar portas em diferentes locais do mapa. Estas portas fazem ligação direta com os escritórios dos corvos, onde também é possível fazer upgrade dos atributos da personagem, no balcão central.

Em pontos específicos do mapa a câmara gira por si, sem qualquer tipo de interação por parte do jogador, tornando possível o acesso a locais que à primeira vista são inacessíveis ou não apresentam nada de especial. A exploração é um ponto vital já que neste sentido existem algumas coisas para serem colecionadas, umas mais importantes que outras. Neste campo é assim possível colecionar Crystal Shards, separados entre os de vida, que consequentemente aumentam a barra de vida do jogador e os de magia, que permitem ao jogador aumentar a sua barra de mana, usada nas habilidades especiais. Também é possível fazer o upgrade às habilidades especiais se se encontrar as localizações secretas das salas de desafio referentes a cada habilidade. 



Por último e tocando nos pontos mais importantes dos objetos que podem ser encontrados, temos as diferentes armas de dano corpo a corpo. Entre objetos cortantes temos uma umbrela que de todo não corta, mas deixa umas boas marcas nos inimigos. Todas as armas apresentam diferentes stats bem como diferentes tempos de ataque, nada de muito significativo tirando o Hammer que produz uma onda de choque que inflige dano aos inimigos mais próximos da onda de choque.

A atenção ao detalhe é deliciosa. Os objetos colecionáveis, neste caso, “shiny things”, aparecem junto à mesa de trabalho da personagem. Este aspeto faz as delícias dos jogadores aficionados pelo colecionismo, não fosse eu ter uma estante com algumas estátuas.

Realmente há muito por explorar e até mesmo após 11 horas de jogo e a main story concluída, ainda me vejo tentado a descobrir todos os recantos do mapa.

A estratégia entre dançar entre os inimigos enquanto se aplicam combos de dano corpo a corpo, misturando habilidades de evasão ou habilidades como arco e flecha nunca souberam tão bem. Os controlos bem implementados permitem lidar com todas estas situações, deixando espaço a uma linha de aprendizagem bastante gratificante.

 


Em suma, todo o ambiente super envolvente, o sentido de humor, a atenção ao detalhe, a banda sonora, o combate super satisfatório e a história, fazem deste Death’s Door um "must play" deste ano.  

Nota: Análise efetuada com base em código final do jogo para o PC, adquirido pelo próprio.

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