Famicom Detective Club



Famicom Detective Club: The Missing Heir + The Girl Who Stands Behind é o nome desta dupla de grandes clássicos da Nintendo, lançados nos finais dos anos 80 em exclusivo para o Japão. Agora, estas aventuras de investigação ganham uma nova vida na Nintendo Switch, neste par de remakes que, pela primeira vez, se encontra traduzido para Inglês.

Ambos os Famicom Detective Club são jogos de investigação muito assentes na parte dos diálogos entre as várias personagens, embora contem também com uma componente de observar e inspecionar os cenários. Convém, por isso, dizer logo à partida que será preciso jogar com atenção a tudo o que é dito e apresentado, mesmo que uma grande parte seja apenas para dar contexto. Irá ter de ser o jogador a separar "o trigo do joio", de forma a conseguir avançar. Mas de que se trata, então, a história destas aventuras?




O primeiro título, The Missing Heir, começa com uma clássica história de amnésia, na qual o protagonista acorda à beira de um precipício, sem sequer saber porquê. Recuperado dos tratamentos, vai revisitar o local e é aí que encontra Ayumi, que lhe revela ser a sua colega num gabinete de investigação. Aparentemente, ele estava a meio de um caso quando sofreu o acidente, pelo que terá de começar do zero. Quanto ao caso em si, tudo começa com um pedido do mordomo, que achou bastante estranho a sua patroa ter falecido mesmo logo depois de tratar do seu testamento, apesar do médico afirmar que foi morte natural.

Problema: esta família vive numa aldeia assombrada, havendo toda uma maldição em torno da fortuna desta família, segundo a qual os mortos irão regressar à vida para assassinar quem queira tentar roubar o seu tesouro. Além disso, ninguém sabe o paradeiro da filha que, fazendo justiça ao título, seria a principal herdeira... mas está desaparecida.




Já o segundo título, The Girl Who Stands Behind, é na realidade uma prequela que revela a origem deste clube de investigação e o que deu início à parceria entre o protagonista e a sua colega Ayumi. Afinal, foi ela a criar o clube, juntamente com a sua amiga Yoko. A amiga, porém, faleceu enquanto investigava um caso sobrenatural, que vai sendo revelado à medida que se vai avançando na história. Entretanto, ficamos também a conhecer o passado do protagonista...

Em comum, ambos os títulos vão buscar mitos sobrenaturais e amaldiçoados, bem ao estilo do terror japonês, para dar um tom bastante sombrio às histórias. Se a estética do jogo pode dar uma aparência agradável, ambas histórias contam com uma boa dose de violência - afinal, estamos a investigar casos de homicídio. São, por isso, jogos "sérios" e interessantes, mas sem a parte humorística que se pode encontrar, por exemplo, num Ace Attorney.

Visualmente, este remake é um jogo com cenários impressionantes e personagens simples, mas carismáticas. Sendo totalmente em 2D, os ambientes contam sempre com alguma animação que lhes dá alguma vida adicional, o que sem dúvida enriquece esta experiência. Apesar do visual moderno, porém, a jogabilidade consegue ser bastante "retro". Conforme se vai avançando na história, o menu de ações vai-se adaptando ao contexto em que se encontra, dando mais ou menos opções. Quando se obtém toda a informação disponível num certo local, ou há uma interação importante para se avançar na história, esta aparece iluminada a amarelo, ajudando assim o jogador. O problema, porém, vem quando parece que já se fez tudo, mas afinal ainda há diálogos por encontrar: o jogo simplesmente não faz qualquer distinção entre as opções que irão levar a novas informações e as que irão apenas repetir o mesmo texto. Daí a parte referida acima, de que terá de ser o jogador, atento, a separar as partes que interessam das restantes. Isso, ou simplesmente ir carregando em todas as opções.



Pode não ser um "grande lançamento", em termos de popularidade, mas este Famicom Detective Club é sem dúvida uma grande pérola no catálogo da Nintendo Switch: um verdadeiro remake de dois títulos com já mais de 30 anos, nunca antes lançados no Ocidente. Para os fãs de "visual novels", não há que enganar: estes homicídios têm de ser resolvidos!


Nota: Análise efetuada com base em código final dos jogos para a Nintendo Switch, gentilmente cedido pela Nintendo.

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