Primeiras Impressões: Game Builder Garage

Apresentado de surpresa há poucas semanas, Game Builder Garage é a mais recente experiência "fora da caixa" da Nintendo para a Nintendo Switch, e promete abrir uma janela para a filosofia da empresa por trás da criação dos videojogos.

A convite da Nintendo, tivemos a oportunidade de assistir a uma apresentação e Q&A em torno deste jogo que, sim, pretende ser um "jogo", no qual se criam novos jogos. Mas primeiro, recordemos o trailer de apresentação:

Game Builder Garage tem como objetivo ensinar os conceitos base que estão por trás da criação de videojogos, de uma forma bastante acessível a todos os interessados ou curiosos, mesmo que não tenham qualquer tipo de experiência na área. "Mas não sei programar!", dirão. Precisamente, a ideia é que todos, mas mesmo todos, consigam criar os seus próprios jogos nesta plataforma.

Para ajudar, existem umas pequenas criaturas chamadas Nodon, cada uma diretamente ligada a um conceito e/ou funcionalidade. Estas são a personificação de todas as coisas que se possa imaginar, desde um objecto ou personagem, a uma câmara ou som. Ao todo, existem mais de 80 Nodon diferentes, cada um deles com a sua personalidade e um vasto conjunto de piadas relacionadas com a sua própria funcionalidade. Por exemplo, a Nodon "Filmmaker" é uma câmara com uma personalidade "fancy" sempre preocupada com o enquadramento, já o Nodon "Retry" é um idoso arrependido com os erros cometidos.

Toda a construção será feita a partir destas criaturas e a sua interação, construída através de ligações entre os seus pontos de entrada (input) e de saída (output). Um Nodon botão e um Nodon personagem, sozinhos, não fazem nada. Ligados, porém, o botão pode fazer a personagem saltar, ou desviar, ou apanhar um objecto... aquilo que bem se quiser fazer!

Para ajudar a compreender e assimilar os vários conceitos, o jogo conta com um total de 7 aulas interativas, cada uma delas dividida em vários "checkpoints" onde, aos poucos, vão sendo introduzidas novas mecânicas como se fossem pequenas tarefas ou puzzles a resolver. Aos poucos, conforme se vai avançando na aula, vai-se mesmo criando um jogo, e aprendendo as diversas fases de desenvolvimento. Cada aula terá, por isso mesmo, um estilo de videojogo totalmente diferente como objetivo final, apresentado assim novos conceitos, de uma forma que pretende ser natural. No final de cada aula, haverá um quizz sobre o que foi ensinado, de forma a desbloquear a aula seguinte.

Não se pense, porém, que o resultado de cada aula será igual para todos os jogadores. Segundo a Nintendo, o jogo incentiva à experimentação e à personalização, incluindo cores, desenhos, texturas, sons, etc. Os próprios objetos contam com uma série de propriedades que podem ser utilizadas, desde o visível/invisível, ao estado físico ser sólido ou líquido, por exemplo. A qualquer momento, é possível passar da grid de "programação" para o resultado jogável, permitindo assim testar imediatamente qualquer alteração que se vá fazendo.

Se cada uma das aulas tem como objetivo aprender e colocar em prática diversos conceitos e mecânicas, é no modo Free Programming que se irá realmente dar asas à imaginação. Após cada aula concluída, todos os Nodon lá apresentados passam a estar à disposição, para cada um fazer com eles o que bem entender. O principal objetivo será que, no fim das aulas, qualquer pessoa se sinta à vontade para colocar em prática uma ideia que tenha em mente, mesmo que não seja propriamente um jogo mas sim uma "prova de conceito".

As criações poderão, depois, ser partilhadas tanto a nível local como online, ficando ao critério do criador se pretende que os outros também possam editar e reutilizar essa criação. Assim, além de poder partilhar com os outros as próprias criações, também será possível desenvolver trabalhos de equipa, seja em ambiente familiar ou através da internet.

Isto abre portas a diversos cenários de cooperação, onde uma pessoa começa a fazer um jogo, partilha com um amigo que faz algumas alterações e volta a partilhar, e assim sucessivamente. Ao mesmo tempo, também permite organizar competições onde, a partir de uma criação original partilhada com outros jogadores, cada um dará o seu "twist" ao jogo em questão. Isto, só para dar uns exemplos do que poderá acontecer.