As Reviews do Ano 2019


Aproxima-se o final do ano e, com ele, as habituais listas e discussões de quais foram os melhores dos melhores. Comparam-se críticas e médias de notas, mas o que muitas vezes se esquece é do prazer que um jogo nos dá, independentemente de ser tecnicamente "o melhor".

Foi precisamente a pensar nisso que este ano decidimos fazer algo diferente, com um convite do Meus Jogos a toda a equipa e colaboradores a revelarem qual foi o videojogo que mais gostaram de analisar. Não necessariamente o favorito do ano, mas sim o que consideraram a sua melhor review, e porquê.

Eis as nossas Reviews do Ano!


Telmo Couto - Death Stranding (PS4)

Em quase 10 anos de vida do Meus Jogos, é difícil pensar num ano tão consistente a nível de grandes lançamentos como em 2019, quer seja pela qualidade como pela enorme popularidade de títulos que foram chegando ao mercado desde janeiro. Ainda assim, poucos deram tanto que falar como Death Stranding, o novo jogo de Hideo Kojima.

Antes de mais, confesso nunca ter sido um fã do autor, a série Metal Gear não é propriamente o meu estilo de jogo, pelo que além dos trailers confusos e o "hype" em torno do lançamento não sabia realmente o que podia esperar deste novo jogo. E ainda bem! Death Stranding foi, do princípio ao fim, uma experiência surpreendente, capaz de brincar com as expectativas e ao mesmo tempo quebrar barreiras tipicas de um "género de jogo".

A quantidade de camadas de ideias, pensamentos, possíveis significados, o próprio tema sobre as ligações... tudo deu imenso em que pensar, mas também um grande problema para escrever a review. Como explicar que este é um jogo extraordinário sem estragar as suas surpresas? Como transmitir as emoções sentidas sem realmente dizer porquê? O processo de analisar este jogo conseguiu ser tão desafiante a jogar como a escrever a review propriamente dita, e por isso foi realmente gratificante.



Patrício Santos - Resident Evil 2 (PS4)

O ano 2019 esteve recheado de grandes jogos, quem acompanhou o site Meus Jogos teve a oportunidade de ver jogos com nota máxima e muitas outras análises registadas com um enorme “Muito Bom” pertíssimo do Excelente. Eu poderia falar aqui de uma data enorme de jogos que me fizeram esboçar um sorriso de orelha a orelha, até podia referir o meu jogo do ano que foi sem dúvida o “A Plague Tale: Innocence”, mas se houve uma análise que me deu mais vontade escrever, essa foi mesmo a do remake do Resident Evil 2.

O jogo foi mesmo o reviver de umas das melhores experiências da minha vida. Quem me conhece sabe que sou literalmente um fanático do clássico lançado em 1998 e assim sendo, escrever e comparar este remake com o original foi um prazer inexplicável, dando a perspectiva de um e de outro, o regresso de duas das personagens que mais adoro na indústria e apreciar o universo de RE devidamente criado até so ínfimo pormenor... Tudo isto só me trouxe nostalgia ao coração e a prova de que é possível recriar um videojogo após 20 anos com uma qualidade soberba, o que fez com que veteranos e novatos pudessem apreciar esta nova obra de arte vinda da Capcom.

Agora resta aguardar até abril de 2020 pelo remake de Resident Evil 3! Embora eu tenha sempre tido um carinho especial pelo 2 por ser o meu favorito da saga, o 3 é possívelmente o meu segundo RE favorito, estando a par do quarto título. O que importa é que dê o mesmo prazer e tenha a mesma qualidade como a deste Resident Evil 2.



Pedro Almeida - Days Gone (PS4)

A Review que mais me deu gosto em fazer foi efectivamente a do “Days Gone”. Não apenas por toda a experiência inerente ao jogo, mas também porque foi a minha primeira ida a um evento de antevisão. Sempre tive esta vontade de presenciar em primeira mão um jogo, e foi também a minha primeira entrevista a alguém relacionado com a sua produção. Ver todo o progresso desde a sua apresentação até à “build” final foi de facto algo bastante marcante nesta minha pequena “carreira” de editor/escritor. O jogo em si é interessante com a mecânica de mundo aberto e imensa coisa para ser feita, tanto em termos de main misson, como side misson.



Nuno Mendes - Final Fantasy XIV: Shadowbringers (PC)

Bem, este ano começou com uma boa promessa que ia ser forte em lançamentos e, não só cumpriu a espetativas como me deixa bastante ansioso com títulos que chegarão no próximo ano, o que me deixa bastante entusiasmado pois como fazemos 10 anos (como assim dez?) que seja uma festa em grande! Olhando para trás se há um género que me vem à memória de tantas análises que por aqui deixei, foram os RPGs, o que até calha bem pois se há alguma que me marcou mais foi a expansão de Final Fantasy XIV: Shadowbringers.

Foram dias que se transformaram em semanas a explorar novo conteúdo, trazendo consigo memórias do jogo que, curiosamente, foi lançado no mesmo ano em que nascemos. Escrever a sua análise juntamente com uma breve retrospetiva de FFXIV fez-me lembrar de tantos momentos que por lá passei, uma história que tem vindo a crescer imenso e que não me canso de recomendar. E já que estou numa de coincidências o meu primeiro testemunho cá foi Final Fantasy III, o que me deixa agora extremamente nostálgico lembrando-me de todos os RPGs (e não só) que deixei a minha opinião por cá.



André Pereira - The Legend of Heroes: Trails of Cold Steel (PS4)

Admito que estava com receio de começar uma nova série de RPG, mas foi amor à primeira vista. Comecei pelo trabalho, acabei por me apaixonar por aquele mundo e série que já ia a mais de meio. Que venham eles!



Joana Maltez - Vampyr (Nintendo Switch)

2019 foi um ano cheio de aventuras: dediquei-me a mistérios policiais e investigações perigosas, lutei pela sobrevivência da sociedade e até dei a volta do mundo em 80 dias! Mas, curiosamente, foi a encarnação de um conflito interior entre homem e monstro que me proporcionou a review que mais gostei de escrever.

Falo do jogo Vampyr, adaptado para a Nintendo Switch. Esta tornou-se a minha crítica preferida por me apresentar o desafio de escrever sobre um jogo que me agarrou como poucos, mas que tinha vários problemas técnicos que traíam muitas das suas ambições. A review de Vampyr fez-me compreender que a perfeição (ou algo próximo dela) nem sempre tem lugar naquilo que nos agrada. E ainda bem.



Ivo Silva - Catherine Classic (PC)

De entre os múltiplos jogos que tive oportunidade de fazer review este ano que agora finda, aquele do qual mais usufrui foi, sem qualquer sombra de dúvida, Catherine. Um título bem ao meu estilo. Uma história bizarra, uma aventura partilhada por dois mundos aparentemente separados, mas na realidade bastante simbioticos. Um jogo dono de um gameplay viciante que foi o pontapé de saída para um 2019 cheio de videogame action.



Bruno Santos - Atelier Ryza (Nintendo Switch)

Fã crónico de RPGs, principalmente dos atulhados de história e pormenores, a minha opinião é de certeza parcial. Mas, com tantas séries antigas a reviverem-se e a reinventarem-se (Final Fantasy como o melhor exemplo), foi num jogo que se manteve fiel às origens que retirei o maior prazer em conhecer e avaliar.

Atelier Ryza foi o deste ano, o 21º de uma longa linha de ateliers, cuja premissa de facto se mantém a mesma. No entanto, tem um sem fim de melhorias relativas aos antecessores que se notam e tornam a experiência muito agradável. Melhor ainda foi a mudança de opinião que em mim provocou: via a série como cheia de designs clássicos de anime muito voluptuosos e com pouco conteúdo. Fui surpreendido por uma série de mecânicas densas, por uma história leve e fácil de acompanhar, tudo num mundo incrivelmente detalhado. Foi um prazer ser provado errado e estarei mais do que ansiosamente à espera do próximo título.



André Santos - Star Wars Jedi: Fallen Order (PC)

Fazer uma análise é sempre bom, seja o jogo agradável de ser jogado ou não, a responsabilidade de ter um título em mãos sabendo que aquilo que vou escrever sobre o mesmo vai influenciar algumas pessoas na compra, ou não, de tal jogo, é algo que só pode ser visto como um privilégio, privilégio esse que tem que ser levado muito a sério.

Das 7 análises que fiz este ano para o Meus Jogos, tendo passado por alguns jogos fantásticos como The Walking Dead da Telltale ou mesmo Trine 4, a que mais prazer me deu a fazer foi mesmo o mais recente título a chegar às lojas com o carimbo Electronic Arts, Star Wars Jedi: The Fallen Order.

Ao pegar neste último título da saga pela primeira vez senti todo um misto de emoções: primeiro, sempre desconfiado depois das ultimas desgraças em jogos Star Wars, algum receio de este ser mais um que iria deixar muito a desejar. Depois a alegria de ter em mãos um dos grandes lançamentos do ano, que ao ser bom, poderia ser dos melhores do ano só pelo facto de ser mais uma história no universo de George Lucas.

O jogo é bom, muito bom. Puzzles, exploração, uma história que não desilude (embora não surpreenda), uma componente sonora muito boa e gráficos dentro do esperado. Nada de microtransações ou pay-to-win e toda uma panóplia de itens personalizáveis. No fim foi isso mesmo, um bom jogo e o sentido de dever cumprido no fim de mais uma análise, esta tendo sido bastante especial.

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