Os Indie do Ano 2019


De ano para ano, se há coisa que nos tem vindo a fascinar cada vez mais é o universo de videojogos indie que são lançados nas diversas plataformas. Tanto pela diversidade, como pela impressionante qualidade, é muitas vezes neste segmento da indústria que tanto podem surgir belas homenagens a grandes clássicos, como as grandes surpresas pela sua originalidade.

Por isso mesmo, pedimos aos nossos colaboradores que mais gostam de explorar o mundo dos jogos indie para nos revelarem o seu favorito do ano 2019!


Telmo Couto - FAR: Lone Sails

"Journey, Firewatch, GRIS... Jogos onde a narrativa atinge o coração dos jogadores de forma a abrilhantar as suas vidas, jogos que se focam numa jornada, onde a experiência é mais importante do que a tradicional jogabilidade. Jogos como estes, podem facilmente perder-se a caminho do objetivo, estagnar ou tornar-se repetitivos. No entanto, quando acertam, podem ser inesquecíveis."

Não fui eu que escrevi o texto citado acima, mas poderia muito bem ter sido. Assim que saiu a nossa review do FAR: Lone Sails, não resisti a comprá-lo para também o experimentar, e ainda bem que o fiz. Tal como o Patrício escreveu, muitos jogos deste género acabam por se perder a caminho do objetivo, chegando ao final sem transmitir nada ao seu jogador... mas o que este jogo me ofereceu foi uma experiência inesquecível, do princípio ao fim, com altos e baixos e muitas emoções, sem uma única palavra pelo meio.

No meio de tantos jogos incríveis lançados este ano, é bom ter pequenas experiências como esta, jogos que até podemos terminar numa tarde, mas que depois ficam connosco por muito mais tempo do que alguns títulos "AAA" de 40 ou mais horas de longevidade. Uma verdadeira obra de arte!



Nuno Mendes - Wargroove

É complicado escolher UM jogo indie deste ano, porque não só são cada vez mais como cada vez melhores e, se há plataforma onde me dá um gozo tremendo os jogar é na Nintendo Switch: é a plataforma ideal para estes jogos! Consigo enumerar alguns jogos lançados para todos os formatos: jogos como Cuphead ou Ori que pareciam impossível sair num formato não Microsoft, o regresso de Castle Crashers, experiências únicas como Cadence of Hyrule ou até mesmo (finalmente!) o lançamento de Indivisible, que espero desde o seu lançamento, muito devido às suas semelhanças com o talvez morto Valkyrie Profile, mas se há jogo indie que me marcou mais foi, muito provavelmente Wargroove.

Este é outro jogo que aguardei impacientemente desde o seu primeiro anúncio, um título que veio matar as saudades por um bom Advance Wars num tempo em que a série parece esquecida, onde o charme das personagens acompanham muito bem um mundo que, apesar de imensamente colorido, está envolvido em conflitos interminaveis. É mesmo o regresso do espírito "War is fun!" que Advance Wars criou, o que me faz levantar algumas questões que não vou pensar muito sobre o assunto.

O seu desenvolvimento foi longo, envolto em polémicas sobre a editora Chucklefish, mas o resultado final é uma experiência extraordinária onde cada batalha tem de ser feita com o máximo de atenção. Tenho de dar os parabéns mais que merecidos a todos que criaram este jogo, que mesmo entre vários (e excelentes) jogos indies que foram lançados, acaba por se destacar.



Patrício Santos - SteamWorld Quest

Os indie chegam a todos e este ano não foi excepção. É impossível poder jogar tudo aquilo que surge nas lojas digitais, ainda assim, o Meus Jogos trabalha arduamente para dar a conhecer aos nossos leitores uma enorme quantidade desses jogos independentes. Ora bons, ora fracos... e alguns são incríveis. Mas há também muitos que, se não fosse pelas reviews, eu nem iria conhecer pois têm dificuldade em ter destaque.

No ano passado tivemos o excelente Celeste que está no meu top de jogos da década, este ano foi possível jogar alguns grandes indies e, para além de referir o meu favorito ao qual dei nota máxima, irei mencionar honrosamente jogos como o recém lançado Shovel Knight: King of Cards que está belíssimo, um jogo em estilo 8 bits com uma linha de produção da mais pura qualidade, o divertido Golazo! que embora não seja nada do outro mundo, está um jogo porreiro e o fantástico Indivisible, que me encantou e fui completamente surpreendido.

Mas falemos no jogo que me fez render ao Excelente este ano, SteamWorld Quest: Hand of Gilgamech. Recordo-me como se tivesse sido hoje aquele primeiro contacto com o jogo que foi “ok, até está fixe”, passando ao “eish, que jogo espetacular” a acabar em “este jogo é perfeito”, tipo de expressões que eu lanço enquanto estou no meu sofá sozinho a jogar sem ninguém a incomodar à minha volta. E é essa a verdade, um jogo recheado de emoções, extremamente viciante de um estúdio habituado a criar os famosos sidescrollers SteamWorld que com criatividade fugiu da sua zona de conforto para trazer aos jogos uma experiência totalmente distinta daquilo pelo qual o estúdio é conhecido, só tenho a dizer: Aplausos a esta gente, vocês são enormes!



Pedro Almeida - Blasphemous

Ao pensar no Indie do Ano não posso deixar passar o Blasphemous. Desde todo o ambiente do mundo criado, como a jogabilidade ao estilo metroidvania e encontros com inimigos que por vezes podem ser bastante difíceis. É de facto um marco de 2019 em termos de estúdios independentes.



Bruno Santos - Untitled Goose Game

Cada vez mais, olhamos para os Indies com o respeito que merecem. Cada vez mais é através deles que vemos mais inovação e criatividade. Jogos que nos levam para sítios onde já, dificilmente, iríamos. Os grandes títulos e criadores a manterem as linhas, mesmas regras e muitas vezes os mesmos títulos (a década dos remakes).

Nesse sentido houve um grande destaque este ano nesse campo: Untitled Goose Game. É fenomenal do conceito à jogabilidade, é tudo aquilo que promete (que é nada sem ser um ganso) e mais (muito mais). Desde o trailer que o jogo me arranca gargalhadas parvas, como só alguns bons filmes o fazem. É diferente, é ridículo, é brilhante. Nada antes assim houve e é isto que espero que os indies nos continuem a trazer: o futuro, a diferença e a imaginação. Nas palavras do único Reggie Fils-Aime: “Todos os grandes começaram por ser indies.”



André Santos - Degrees of Separation

Imaginem-se num mundo gelado, onde até os lagos são pedras de gelo gigantes, onde tudo tem aquela tonalidade de azul que tanto associamos ao inverno. Agora imaginem que estão nesse mundo sozinhos, sem ninguém para vos fazer companhia durante mais um longo inverno.

Agora imaginem-se num mundo quente, onde tudo tem aquela tonalidade dos dias quentes de outono ou mesmo o verde das florestas nos dias de verão. A água dos lagos convida a um mergulho, mas, tal como no mundo gelado, continuam sozinhos sem ninguém para vos fazer companhia.

É esta a história de Degrees of Separation. Dois mundos: um quente o outro gelado. Duas personagens sozinhas no seu mundo, mas que se encontram na fronteira... cada um de seu lado sem nunca a conseguir ultrapassar. Um jogo que pode ser jogado sozinho mas que convida ao co-op já que os jogadores vão ter que trabalhar em conjunto para ultrapassar os diferentes puzzles presentes neste jogo de plataformas em 2D.

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