Final Fantasy XIV: Shadowbringers
Após os eventos de Stormblood somos enviados para Norvrandt, também conhecido como "The First", o primeiro de 13 Shards que simbolizam o conjunto de mundos que formam o universo de FFXIV. Neste novo mundo deparámos-nos com um cenário onde é sempre dia, onde os elementos da Luz triunfaram mas o resultado é um autêntico pesadelo, onde demónios (conhecidos como Sin Eaters) consomem os vivos e todo um mar cristalino rodeia a última zona habitável. Este mundo é uma réplica de Hydealyn, que temos vindo a conhecer cada vez mais desde 2010, mas o que exploramos é muito diferente.
Rapidamente somos levados para a primeira e mais importante cidade do jogo Crystarium, a frente de combate face aos Sin Eaters, mas talvez o mais espantoso nela é terem aproveitado a arquitetura que usaram no primeiro teaser trailer que FFXIV alguma vez teve, que nunca havia sido utilizado. Há uma forte sensação de recomeço nesta expansão, o mundo é novo mas em vários pontos bastante familiar. A estrutura é semelhante ao que temos vindo a receber a cada nova expansão: progredimos na história, desbloqueamos novas áreas e respetivas dungeons e bosses, mas todos os momentos são genuinamente únicos, recheados de surpresas umas atrás de outras com tanta história a ser revelada a cada momento. É aqui onde Shadowbringers mais surpreende, na sua história, mas falemos disso mais e diante.
A jogabilidade sofreu várias mudanças: os Jobs de Tank tiveram toda uma limpeza de habilidades e agora focam-se exclusivamente no seu trabalho, sem ter de sacrificar o dano dado mesmo enquanto usamos a "Tank Stance", e junta-se ainda ao leque Gunbreaker, inspirado em Squall de FFVIII. Os Healers, mesmo não recebendo um novo Job, tiveram imensos ajustes para que o seu trabalho seja facilitado, e ainda os DPSs, também com a nova adição de Dancer, receberam ajustes o que levaram a alguma habituação, juntamente com um conjunto de novas habilidades.
As novas classes trouxeram algo de novo ao jogo: como Gunbreaker vamos ganhando e gastando balas, resultando numa combinação de ataques bastante fluída, e enquanto Dancer temos um papel de suporte onde escolhemos um parceiro de dança e ambos têm bónus nas estatísticas. Foram adições bem recebidas, não sendo de estranhar ver várias pessoas a usarem-nos como classes principais.
Houve várias melhorias na estrutura do jogo, áreas enormes para explorar e dungeons com um ritmo e músicas bastante melhores do que podíamos encontrar há vários anos no jogo. O novo sistema de Trust veio ainda ajudar os jogadores que preferem explorar o conteúdo sozinhos, colocando NPCs no papel de outros jogadores nas dungeons (mas não nos bosses). Um dos pontos mais mais positivos no lançamento da expansão foi a inexistência de tempo de espera para entrar no jogo, ou seja, as filas de espera eram quase inexistentes, resultando numa experiência extremamente satisfatória, onde no máximo esperámos 10, 15 minutos para entrar (e não fatídicas horas como aconteceu em Stormblood). Tivemos uma separação dos servidores europeus em dois grupos, mas o retorno foi bastante positivo.
Final Fantasy XIV não seria o que é sem os seus jogadores e, no decorrer deste último ano temos assistido a um aumento saudável de jogadores novos, muitos deles provenientes de outros jogos como World of Warcraft, entre outros. É ótimo pois novos jogadores que queiram conhecer o mundo de FFXIV têm aqui uma boa oportunidade para pegar no jogo, pois assim facilmente encontram outros jogadores com quem partilhar as dungeons e bosses que vão aparecendo. Todas as cidades estão bastante vivas, os próprios cenários têm sempre outros jogadores que se ajudam a progredir nas áreas, tornando o jogo bastante saudável a nível de população. Mas nem tudo correu tão bem como se esperava: surgem duas novas raças, as Viera e os Hrothgar, cada um deles apenas com um sexo e com muito poucas opções de costumisação, tornando-se incompletos ainda hoje com alguns problemas graves. É bom pois temos duas novas raças a habitar o First, mas ao mesmo tempo como jogadores temos algo um bocado despontante, ainda à espera por novas atualizações.
Se há algo que Shadowbringers conseguiu ser foi memorável, uma expansão que, quando anunciada, parecia um episódio filler que nos levava a um mundo novo que em nada tinha a ver com o restante jogo, mas este apresenta-se de tal modo ligado com o que tivemos vindo a assistir com o desenrolar da história que a expansão anterior, Stormblood, fica muito a desejar em comparação. FFXIV está bastante vivo, saudável e mais que recomendável, sendo uma ótima entrada para quem queira explorar um MMORPG. Shadowbringers reforça ainda mais essa recomendação e agora só nos resta esperar, pois esperam-nos ainda 4 grandes updates durante o próximo ano e meio, deixando-nos ansiosos por ver a conclusão deste capítulo!