Yaga


Yaga apresenta-se como um jogo de ação com apontamentos e mecânicas RPG, produzido pelo estúdio romeno Breadcrumbs Interactive, evocando a fábula de um “blacksmith” super azarado chamado Ivan, através de um retrato do folclore Eslavo.

O jogador interpreta o papel de Ivan, um “blacksmith” que é literalmente perseguido pelo azar e má sorte. Likho, uma personificação do mau destino e do infortúnio na mitologia Eslava, tentou eliminar Ivan enquanto este trabalhava, para o fazer de sua refeição. No meio do confronto Ivan perde um braço a troco de sua vida. Likho, não satisfeito/a com esta situação, lança a maldição do azar sobre o pobre “blacksmith”. Toda esta situação do azar não agrada em nada o Tzar, aqui apresentado como uma versão eslava e extravagante de um rei. Acontece que se o Tzar mandar eliminar Ivan, o seu reino tornar-se-á areia, e se o mesmo continuar nas suas terras, vê o seu reinado coberto por uma nuvem de azar.

A única hipótese será manter Ivan o mais longe possível das suas terras. Para isso Tzar tem um par de missões que pensa serem praticamente impossíveis de realizar. Para seu azar, a avó de Ivan sabe perfeitamente os caminhos a indicar até à única pessoa que realmente o poderá ajudar, Baba Yaga, que fará de tudo para que o seu neto chegue salvo e com o objeto pretendido pelo malvado do seu Rei.


Ao longo do jogo, o jogador embarcará em encruzilhadas na procura incessante pelos objetos, ou local das missões. Isso implicará o confronto contra inimigos ditos “normais”, ou inimigos de estatura maior e que da mesma maneira infligem mais dano. Por vezes essas missões implicam a execução de pequenos recados para os habitantes da sua aldeia. De qualquer dos modos, assim que o jogador se aventura fora de portas o mapa é gerado aleatoriamente, com armadilhas, “shrines” e inimigos espalhados de maneira aleatória pela área.

Embora as regiões apresentem uma estética específica, nenhum mapa é completamente repetido, valendo a pena explorar cada recanto do mapa na busca de mantimentos ou novos materiais para fazer “upgrades” às armas. Sim, porque a bem das verdades o jogador está no papel de um “blacksmith”, que por outras palavras, faz armas. Ivan pode criar ferramentas e armas que fornecem novas habilidades dentro e fora de combate. Ao longo da aventura é possível apanhar minérios e certos materiais, cada um com finalidades diferentes quando misturados com as armas ao seu dispor. É possível fazer-se por exemplo um martelo que, quando ataca, cria um campo de eletricidade pelos inimigos que estão perto, bem ao jeito do martelo de Thor.

A mecânica de “azar”, é um ponto que se deve ter em atenção até durante o confronto com inimigos. A sua maldição é apresentada como uma barra roxa e vai enchendo lentamente com o uso de consumíveis mágicos, certos ataques e objetos que de certa forma fazem com que a barra aumente mais rapidamente. Assim que esta barra fica cheia, Likho aparece em forma de “fantasma” e ataca, podendo assim ter vários efeitos negativos no protagonista. Estes efeitos negativos podem passar por quebrar umas das armas que estão a ser usadas, roubar dinheiro ou talismãs que podem, ou não, estar equipados para produzirem benefícios.


Outro ponto interessante no desenrolar da história é a opção de caracterizar a personagem através das suas respostas. Normalmente existem até quatro tipo de respostas diferentes, todas elas separadas por uma perspetiva diferente de abordar a situação. Ivan pode assim ter a sua raiva à flor da pele, um pouco de ganância, uma resposta ponderada e uma resposta meio tola. Estas opções são caracterizadas por cores atrás do balão de conversa onde aparece o retrato de Ivan. Depois de um certo número de vezes a responder da mesma forma é gerado o parâmetro de azar, mas também mais experiência que é traduzida em bónus. É interessante haver uma equação de risco vs recompensa nestes mecanismos de escolhas, que podem levar a vários desfechos.

Este papel ativo do jogador no desenlace da sua aventura, também é traduzido nas escolhas de como pretende abordar a próxima zona. Isto porque antes de iniciar a sua demanda, numa nova zona, é apresentado um menu que deixa o jogador escolher pequenas nuances que estarão presentes nessa região. Como por exemplo, o tempo do dia que irá implicar em “buffs” em termos de dano ou defesa. Este menu é apresentado com três silhuetas de bruxas que dão corpo a três indivíduos da mitologia eslávica, “Weaver”, “Reader” e “Spinner”.


O seu estilo gráfico não irá deixar ninguém desapontado, embora apresente um estilo 2D é possível movimentar a personagem em todas as direções. O único aspeto que poderá entrar em conflito com alguns jogadores é o efeito “slow motion” que é apresentado assim que o jogador elimina um inimigo, quebrando por completo o flow do combate.

Ainda assim, Yaga consegue entregar umas boas horas de diversão, com o seu humor negro e opções de escolha relativos ao desenrolar desta aventura.

Nota: Análise efetuada com base em código final do jogo para a Nintendo Switch, gentilmente cedido pela Plan of Attack.

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