Strike Force Kitty


Artigo por Bruno Santos

Gatos, plataformas, combate por turnos, referências de pop culture, princesa raptada que temos de salvar. Parece familiar? Tudo junto talvez não, mas é assim que se apresenta Strike Force Kitty: uma quimera de conceitos já vistos, num jogo único.

A história é tão linear como a do 1º Mário: as marotas raposas, depois de uma invasão ao trono felino, raptam a princesa gato e cabe a 4 gatos salvá-la. Os nossos 4 personagens são indistinguíveis ao início, fora as diferentes cores e posições que se tornam relevantes no combate. Há também um gato Rambo capitão que nos acompanha, cuja única função é, literalmente, dar-nos um pequeno pontapé de volta ao nível caso voltemos ao início (pensemos nele como um life coach mais direto). Os bosses são gigantes, inspirados em vilões reconhecidos dos vários universos, com o seu quê de raposa. Vamos, ao longo dos níveis e conforme o desempenho, recebendo mensagens com frases (tanto do nosso soberano, como dos vários vilões) icónicas das séries e filmes homenageados no jogo. 



O jogo desenrola-se por níveis, sendo maioritariamente plataformas, cuja resolução de modo a obter todos os tesouros e fatos é quase um puzzle. Os bosses trazem consigo os seus próprios níveis e com mecânicas específicas que obrigam a adequar a estratégia. O combate é por turnos, mas automático, a única interação que temos com o mesmo é usar habilidades que vamos desbloqueando à medida que vencemos inimigos e adquirimos os seus fatos. Esses fatos são um dos principais destaques, para além de habilidade e pontos de status são todos referências a animes/filmes/desenhos animados (claro que com nomes alterados para proteger de direitos de autor). São cerca de 300 fatos, juntando uns quase 30 artefactos que funcionam apenas com os fatos específicos a que se referem (e também uma aventura descobrir as combinações).

Ganhamos inclusive bónus ao usar fatos relacionados, sejam eles a equipa de ninjas de Naruto, personagens de filmes dos anos 90 ou até os fatos dos 3 pokémons iniciais e do rato amarelo que todos adoramos. Dado que é preciso derrotar várias vezes os inimigos para obter os fatos completos e mesmo usar habilidades ou caminhos diferentes para apanhar tudo que existe no nível, acabamos a repetir o mesmo nível várias vezes para obter tudo. Há, para além de um sítio onde escolher que roupas e habilidades queremos, um ginásio para evoluirmos os status dos nossos felinos, um restaurante com comida que dá efeitos em combate e um casino. Os comandos são simples e fáceis de aprender, sendo mais importante o timing dos saltos e habilidades. É bastante acessível para se jogar e tem tradução em várias línguas incluindo no nosso belo português.


No entanto tem algumas falhas que tornam a experiência menos agradável. Usa os mesmo botões para coisas diferentes nos diferentes menus, o que complica tudo quando os mesmo já são um pouco confusos e as opções de organização escassas. Os tutoriais também são escassos e ainda que o jogo não seja muito complexo, são pouco explicativos no que precisavam de ser (podem-se usar as habilidades sem os fatos que os dão e só se descobre isso a explorar). As traduções, mesmo em inglês, são de uma qualidade duvidosa, o que ainda que não seja problemático ao progresso, é o suficiente para ser notório.

A banda sonora é divertida e simples, mas um pouco repetitiva. O artwork e os diferentes fatos estão bem conseguidos, alguns dos quais têm ainda associados a eles sons característicos do personagem representado.


Uma opção em conta para um jogo simples e cujas referências são inúmeras e descobri-las é uma das diversões. No entanto as dificuldades nos menus tornam a experiência menos agradável e por vezes mesmo frustrante.

Nota: Análise efetuada com base em código final do jogo para a Nintendo Switch, gentilmente cedido pela No Gravity Games.

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