Star Wars Jedi: Fallen Order


Artigo por André Santos.

Foi em 1977 que George Lucas trouxe ao mundo aquele que viria a ser o primeiro contacto com a obra Star Wars. Desde aí que a série conta com 11 filmes, divididos por três trilogias e dois filmes que se passam dentro do universo criado pelo realizador Norte-Americano, mas que não fazem parte da história principal.

Mas falando de jogos: são dezenas os títulos que já passaram pelo mercado, desde jogos para a velhinha Amiga até aos mais recentes títulos criados para a atual geração de consolas. Sendo impossível, em tempo útil, falar de todos vamo-nos ficar pelos mais recentes, já da responsabilidade da Electronic Arts. Em 2015 fomos presenteados com Star Wars Battlefront e logo em 2017 chegava às lojas Star Wars Battlefront II. Ambos os títulos tiveram uma receção pouco calorosa por parte da imprensa especializada, quer fosse devido ao uso excessivo de lootboxes ou ao facto de a história ter sido posta de lado para dar lugar a formas mais fáceis de fazer dinheiro.

Estamos em 2019 e chegou um novo jogo Star Wars ao mercado - Star Wars Jedi: Fallen Order chega com a premissa de ser um olhar renovado sobre a série e traz o selo da Respawn Entertainment e da LucasFilm. Será que foi desta que a EA acertou na fórmula da felicidade, ou pelo menos na fórmula que deixará os fãs da série felizes?


Com um início empolgante que nos leva para um universo onde os Jedi, ao existirem, estão escondidos e vivem até marginalizados devido à opressão por parte do Império, Star Wars Jedi: Fallen Order coloca-nos na pele de Cal Kestis enquanto o mesmo tenta levar uma vida pacata, sem grandes confusões para não chamar a atenção do Império. Mas claro, como não podia deixar de ser, as coisas não correm como deviam e depressa o nosso jovem Jedi é posto à prova depois de ser descoberto por um dos inquisidores do lado negro da força.

O novo título da EA deixa os jogadores escolher entre vários níveis de dificuldade, entre o Modo de História para os jogadores que querem seguir a narrativa de forma mais descontraída sem terem que se preocupar tanto com os inimigos, o modo Jedi Master para quem quer um excelente balanço entre aquilo que é a descontração dos momentos de animação e a ação dos momentos de jogo. Caso estejam cheios de força, o título oferece ainda o modo Jedi Grand Master que embora não deixe os momentos de animação menos relaxantes faz com que os momentos de jogo sejam uma verdadeira batalha já que o tempo para desviar dos ataques é mínimo e o dano que sofremos é extremamente elevado.


Durante a agitação inicial aprendemos os primeiros controlos do jogo, como desviar dos inimigos, como atacar e claro... como usar a força. Todos os controlos (usamos um comando Xbox One para esta análise feita em Microsoft Windows) são simples de aprender e bastante intuitivos, fazendo com que o jogador tenha um sentimento de conquista inicial muito positivo. Quando os jogos começam de formam muito complicada podem deixar o mais calmo dos jogadores um pouco frustrado, mas não é este o caso de Star Wars Jedi: Fallen Order.

Depois da agitação inicial chegamos ao primeiro planeta onde para além de descobrirmos os nossos primeiros inimigos (para além dos stormtroopers que somos forçados a conhecer no início), alguns mais amigáveis que outros, temos também o primeiro vislumbre daquela que é a beleza do novo título da Respawn Entertainment: As paisagens do universo Star Wars criadas para este jogo são de uma beleza extraordinária e as criaturas que vamos encontrando pelo caminho, sejam amigáveis ou não, apresentam um detalhe muito interessante.

Os movimentos da nossa personagem, bem como daquelas que encontramos durante o nosso percurso de cerca de 20 horas, estão criados de forma natural o que nos faz ficar ainda mais envolvidos no jogo, mesmo durante as partes mais exigentes da campanha, com mais personagens na tela, movimentos mais rápidos e batalhas frenéticas, este Star Wars Jedi: Fallen Order porta-se à altura daquilo que é: um jogo “AAA” que mistura exploração, puzzles e momentos intensos de ação.


É também neste primeiro planeta que ficamos a conhecer a forma como conseguimos guardar o nosso progresso no jogo (para além do auto-save que vai sendo feito), aumentar as nossas habilidades e ainda regenerar a nossa barra de saúde, mas vamos por partes.

Star Wars Jedi: Fallen Order oferece-nos zonas de meditação que são nada mais, nada menos, zonas onde podemos gravar o jogo, descansar e ainda adquirir novas habilidades. Estas são adquiridas através de um sistema de pontos que vão sendo conquistados ao longo do jogo, com a exploração dos diferentes planetas que visitamos ou ainda com batalhas que vamos tendo contra os muitos inimigos que encontramos ao longo da nossa evolução enquanto Jedi. Estes pontos, ganhos cada vez que enchem a barra de experiência, podem depois ser gastos para adquirir novas habilidades como, por exemplo, golpes mais fortes ou movimentos mais rápidos.

Como referido, nestas zonas de meditação podem ainda descansar. Este tempo de descanso serve para repor a barra de saúde de Cal, mas cuidado pois se o fizerem numa zona com muitos inimigos estes vão fazer respawn (voltar à vida) e terão que passar por todos eles novamente, acabando por perder vida outra vez... neste caso o jogo dá algo de bom ao jogador ao mesmo tempo que tira, talvez para não tornar as coisas demasiado fáceis. Existe outra forma de repor energia, através de umas injeções que Cal pode tomar, mas estas são mais difíceis de ter acesso do que as zonas de meditação.


Uma das coisas que mais surpreendeu em Star Wars Jedi: Fallen Order foi a capacidade de personalização, quase tudo é possível de alterar, desde as naves até ao nosso sabre de luz ou mesmo o droid que conhecemos durante a narrativa. No menu principal do jogo, onde podemos mudar a dificuldade do mesmo a qualquer altura, podemos também mudar a nossa roupa, a cor do nosso companheiro e ainda a cor da nave onde viajamos. Para além disto, vamos ainda encontrando zonas, pequenas oficinas, onde podemos personalizar o nosso sabre: aqui podemos mudar todas as zonas do sabre de forma individual acabando por fazer com que cada jogador possa sentir que o sabre de luz é de facto apenas seu.

Para todas estas personalizações temos que adquirir os itens, mas por muito espanto que isto possa causar, o número da conta bancária não está envolvido neste processo de aquisição. Alguns dos itens estão disponíveis desde início para os jogadores que optarem pela edição Deluxe e os outros podem ser encontrados espalhados pelo mundo, ou universo, de Star Wars Jedi: Fallen Order. O novo jogo da EA não recorre a lootboxes ou a qualquer outra forma de faturação extra com o jogo, o dinheiro que gastarem no momento da compra é o valor que precisam para desfrutar ao máximo desta nova experiência Star Wars. Isto, embora seja algo bastante positivo, deixa-nos um pouco tristes, pois não conseguimos para de pensar ao ponto que a indústria dos videojogos chegou para durante uma análise considerarmos a não utilização de lootboxes como um dos pontos positivos de um título.


Haveria muito mais para falar sobre Star Wars Jedi: Fallen Order, mas o melhor será verem por vocês mesmos, já que este título da Eletronic Arts passa a ser indispensável para qualquer fã da saga e obrigatório para qualquer pessoa que goste de bons videojogos. Uma história que, embora não seja de cortar a respiração, está muito bem conseguida e que nos fez ficar agarrados ao comando por horas a fio, um desempenho gráfico sólido e mecânicas apelativas fazem com que o título, com selo da LucasFilm, tenha que entrar para a lista de jogos do ano.

Nota: Esta análise foi efetuada com base em código final do jogo para PC via Origin, gentilmente cedido pela EA.

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