Torchlight II (Nintendo Switch)
Francamente o primeiro jogo passou-me completamente ao lado, não o tendo jogado na altura e como não o tenho disponível para a Switch optei por entrar nos eventos da sequela às cegas. Sou logo exposto a uma história onde o final do primeiro jogo segue-se de uma surpresa algo curiosa que alimenta a história agora e, sem entrar em muitos detalhes, a ligação é bastante interessante. Há ali vários apontamentos logo no início que me fazem pensar que devia ter jogado a sequela, mas rapidamente entramos numa história contida e com bastantes problemas para resolver. Não conseguia abstrair-me das semelhanças a Diablo, embora aqui o simples facto de poder costumisar (muito ligeiramente) o personagem e escolher um de vários Pets, deixou-me satisfeito pois respondia a uma das minhas críticas pessoais a Diablo III. Importante referir que o Pet exclusivo da Switch é um imponente Unicórnio obeso, não vá isso ser um forte incentivo para a compra desta versão.
Na prática o jogo é tudo o que podíamos esperar: masmorras atrás de masmorras, florestas densas e montanhas repletas de perigos, com todos os cenários devidamente habitados por inimigos que parecem não ter fim à vista. Tendo escolhido a classe de Embermage (devidamente acompanhado pelo meu adorável, mas perigoso Furão de estimação) passei a maior parte do meu tempo a libertar raios elétricos, gelo e fogo pelas mãos, explodindo com tudo o que me aparecia pela frente. A chuva de loot era imensa e rapidamente progredi no jogo, sem ficar preso em nenhum momento complicado que exigia ficar a ganhar mais experiência ou equipamento. Houve várias ocasiões em que fui bastante ganancioso e dei por mim a morrer em 5 segundos, mas após ser derrotado somos enviados quer para o início da zona ou para um local mais seguro e, dependendo da escolha, a penalização é mais ou menos severa.
Há uma boa sensação de aventura enquanto progredimos no jogo, os cenários convidam-nos a visitar todos os cantos e mais alguns, encontrar armadilhas que na realidade mais parecem batalhas bónus com ótimas recompensas e até mesmo encontrar um leque vasto de personagens que nos dão missões. Em contrapartida a aventura principal parece meio... morna. Constantemente me esquecia, afinal, o que raio estava a fazer no jogo, distraindo-me nas imensas side-quests que pareciam não ter fim. Há um fio condutor que vai ligando o jogo, mas este é demasiado ténue e acaba por parecer ser uma aventura paralela aos eventos que nos vão aparecendo enquanto exploramos os cenários.
É curioso ver como Torchlight II e Diablo III conseguem co-existir na Switch, entregando duas experiências diferentes mas dentro de um género muito específico. Como apontei esta adaptação está bem conseguida e é extremamente satisfatório ver o quão suave o jogo corre na consola, mesmo em modo portátil.