Torchlight II (Nintendo Switch)


Foi em 2009 que surgiu Torchlight, um jogo à Diablo onde com o nosso personagem explorávamos toda uma quantidade de cenários diferentes cheios de masmorra para enfrentar hordas de inimigos, uns atrás de outros e a sua receção foi bastante positiva. Criaturas muitas delas demoníacas que explodem em precioso loot, vital para prosseguir na aventura e enfrentar monstros mais fortes, ou até mesmo escapar às muitas armadilhas que, na realidade, são uma mais valia pois as recompensas são imensas! Os fãs de dungeons crawlers tinham aqui uma ótima alternativa a Diablo e, devido sucesso de Torchlight era lançada a sua sequela 3 anos depois. Mas só este ano é que o dungeon crawler chega à Nintendo Switch, em que baseio esta análise.


Francamente o primeiro jogo passou-me completamente ao lado, não o tendo jogado na altura e como não o tenho disponível para a Switch optei por entrar nos eventos da sequela às cegas. Sou logo exposto a uma história onde o final do primeiro jogo segue-se de uma surpresa algo curiosa que alimenta a história agora e, sem entrar em muitos detalhes, a ligação é bastante interessante. Há ali vários apontamentos logo no início que me fazem pensar que devia ter jogado a sequela, mas rapidamente entramos numa história contida e com bastantes problemas para resolver. Não conseguia abstrair-me das semelhanças a Diablo, embora aqui o simples facto de poder costumisar (muito ligeiramente) o personagem e escolher um de vários Pets, deixou-me satisfeito pois respondia a uma das minhas críticas pessoais a Diablo III. Importante referir que o Pet exclusivo da Switch é um imponente Unicórnio obeso, não vá isso ser um forte incentivo para a compra desta versão.

Na prática o jogo é tudo o que podíamos esperar: masmorras atrás de masmorras, florestas densas e montanhas repletas de perigos, com todos os cenários devidamente habitados por inimigos que parecem não ter fim à vista. Tendo escolhido a classe de Embermage (devidamente acompanhado pelo meu adorável, mas perigoso Furão de estimação) passei a maior parte do meu tempo a libertar raios elétricos, gelo e fogo pelas mãos, explodindo com tudo o que me aparecia pela frente. A chuva de loot era imensa e rapidamente progredi no jogo, sem ficar preso em nenhum momento complicado que exigia ficar a ganhar mais experiência ou equipamento. Houve várias ocasiões em que fui bastante ganancioso e dei por mim a morrer em 5 segundos, mas após ser derrotado somos enviados quer para o início da zona ou para um local mais seguro e, dependendo da escolha, a penalização é mais ou menos severa.


É enquanto enfrentava montanhas de inimigos, usando todas as habilidades representadas por ondas de explosões ou de raios, que dava os parabéns à Panic Button por mais uma boa adaptação para a Switch: não reparei em perdas de frames graves ou ver o jogo a congelar por completo, o jogo é bastante fluido quer em modo portátil (onde joguei a maior parte das vezes) quer na televisão. O estilo do jogo em si facilitou o trabalho, onde a simplicidade do estilo acompanha uma estética mais próxima de um cartoon do que o estilo mais dark de Diablo, mas ainda assim o resultado é muito positivo. Mesmo a adaptação aos controlos está muito bem conseguida, com botões para executar as habilidades ou até mesmo uma fácil navegação nos menus, embora a sua interface deixe um bocado a desejar. Infelizmente somos expostos a loadings bastante longos, quer os vários loadings ao entrar nele ou, embora mais curtos, os que surgem quando mudamos de cenário.

Há uma boa sensação de aventura enquanto progredimos no jogo, os cenários convidam-nos a visitar todos os cantos e mais alguns, encontrar armadilhas que na realidade mais parecem batalhas bónus com ótimas recompensas e até mesmo encontrar um leque vasto de personagens que nos dão missões. Em contrapartida a aventura principal parece meio... morna. Constantemente me esquecia, afinal, o que raio estava a fazer no jogo, distraindo-me nas imensas side-quests que pareciam não ter fim. Há um fio condutor que vai ligando o jogo, mas este é demasiado ténue e acaba por parecer ser uma aventura paralela aos eventos que nos vão aparecendo enquanto exploramos os cenários.


Não consegui explorar muito a componente multi-jogador online e mesmo offline a situação não melhorava, até porque o jogo não tem qualquer modo de multiplayer local em que vários jogadores partilham o mesmo ecrã, como pudemos ver em Diablo III na Switch. É pena, pois o jogo pede para ser explorado com amigos. Ainda assim é um jogo divertido, está repleto de boas surpresas e a cada nível sentimos que o nosso personagem cresce, muito também pelo equipamento que vamos conseguindo quer através de quests ou recompensas por derrotar demónios e outras criaturas que ocupavam grande parte do ecrã, enquanto as combatíamos. Não senti que fosse um jogo difícil embora o desafio está lá, só é pena que o nosso Pet por vezes decide desaparecer por completo do combate e volta sem mais nem menos.


É curioso ver como Torchlight II e Diablo III conseguem co-existir na Switch, entregando duas experiências diferentes mas dentro de um género muito específico. Como apontei esta adaptação está bem conseguida e é extremamente satisfatório ver o quão suave o jogo corre na consola, mesmo em modo portátil.

Nota: Análise efetuada com base em código final do jogo para a Nintendo Switch, gentilmente cedido pela Perfect World.

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