Darksiders: Warmastered Edition


Lançado originalmente em 2010 para PlayStation 3, Xbox 360 e PC, Darksiders foi um jogo desenvolvido pela Vigil Games bastante bem recebido tanto pela crítica, como pelo público. Com claras inspirações em séries como God of War a nível de jogabilidade e Legend of Zelda na vertente artística, o jogo conseguiu ainda assim desbravar o seu próprio caminho numa franquia que conta já com 3 jogos principais, assim como esta "Warmastered Edition", lançada em 2016 na PlayStation 4 e Xbox One.

É precisamente esta última que chega agora à Nintendo Switch, numa adaptação que para muitos fãs da Nintendo até poderá ser o primeiro contacto com a saga. Mas terá este jogo em 2019 o mesmo impacto que conseguiu há quase uma década?


Darksiders é um jogo de acção "hack 'n' slash" no qual controlamos War, o primeiro de 4 cavaleiros do apocalipse, que é injustamente acusado de ter provocado o fim do mundo dos humanos, resultado de uma guerra entre os reinos dos Anjos e dos Demónios. Agora desprovido de quase todos os seus poderes, War tem uma última oportunidade de provar a sua inocência, começando assim a jornada que poderá ser experienciada neste título.

O começo do jogo é francamente lento, mas há que ter em conta o facto deste não ser um jogo novo. Hoje em dia, nas referências do género, temos títulos extraordinários como Bayonetta 2 e Devil May Cry 5. A série God of War, originalmente uma inspiração para Darksiders, evoluiu entretanto para uma liga completamente diferente, extravazando as convenções do género. Em comparação, é um começo lento e francamente desinspirado.

Sem poderes praticamente nenhuns, explorando as ruínas de uma cidade em ruínas e preenchida de demónios, o início do jogo é francamente aborrecido. Os cenários são absolutamente genéricos, cinzentos, com corredores que levam a salas iguais às anteriores. Fosse isto uma demo gratuita, dificilmente converteria novos jogadores. A boa notícia, porém, é que depois o jogo melhora.


Aliás, quanto mais se joga este Darksiders, mais se gosta dele. Ao comprar melhorias para as armas, vão-se adquirindo novos movimentos para combos que tornarão as batalhas mais divertidas e envolventes. Novas armas também irão oferecer novas habilidades, que depois irão também tornar os níveis mais interessantes, com puzzles ambientais a tirar partido do que War consegue fazer. Mesmo artisticamente, ao longo da aventura o jogo vai conseguindo encontrar uma identidade que, no início, parece simplesmente não existir.

A dificuldade está no ponto certo. À medida que se vai avançando, tanto os inimigos comuns como os bosses vão obrigando o jogador a dominar a jogabilidade, saber quando atacar mas também quando se desviar, seguindo aquela norma de que, se a história introduziu uma nova habilidade, então o novo inimigo que se segue irá servir para a utilizar. Em termos de jogabilidade, porém, há que referir um grande problema: o timing dos saltos. Quando se prime o botão de saltar, o objetivo é que a personagem salte nesse momento, não daí a "um bocadinho". Estamos a falar de décimas de segundos, sim, mas é o suficiente para que as secções de plataformas do jogo se tornem uma verdadeira dor de cabeça, com o War a avançar precipício abaixo quando era suposto ter saltado antes do último passo em frente que decidiu dar...

Em termos gráficos, mesmo sendo esta uma versão "warmasterizada" (era mesmo preciso insistir-se nestes trocadilhos?), o jogo não esconde a sua idade. Ainda assim, esta adaptação para a Nintendo Switch é bastante competente, com uma boa apresentação tanto em modo TV como em modo portátil. A nível artístico é que o jogo poderia ter feito um melhor trabalho, pois raros são os momentos em que este jogo, esteticamente, possa ser considerado memorável.


Em 2019, Darksiders ainda é um bom jogo, mesmo não sendo o melhor do género disponível no catálogo da Nintendo Switch. Sofre bastante pelo seu começo lento e desinspirado, mas conforme se vai avançando ele vai adquirindo a sua própria alma e coração, agarrando, aos poucos, o interesse do jogador.

Nota: Esta análise foi efetuada com base em código final do jogo para a Nintendo Switch, gentilmente cedido pela THQ Nordic.

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