Faeria


Criado pelo estúdio belga de Abrakam, Faeria é um jogo de cartas coleccionáveis cujo propósito é o de serem usadas pelo jogador para combater contra outros oponentes, seja ele a A.I do próprio jogo ou outros jogadores, se enveredarmos pelo caminho do multiplayer no caso deste último.

Disponibilizado para o mercado dos jogos PC e telemóveis, a acção de Faeria tem lugar num mundo medieval repleto de fantasia, ao bom e velho estilo de Tolkien, Dungeons and Dragons ou Warcraft. A propósito da mais recente expansão, Chronicles of Gagana, decidimos explorar e descobrir de que se trata este mundo de fantasia.

Em Faeria não é incomum portanto verem-se Trols, Ogres, Elfos, rãs falantes ou Ninfas, muito pelo contrário. Muitas dessas criaturas surgiram no nosso caminho como antagonistas e como adjuvantes, na figura das tais cartas coleccionáveis. Sobre muitas delas recairá também o papel de adversário principal, na figura do general inimigo a abater de forma a conseguirmos progredir no jogo.


Desprovido de uma história per se e com o típico protagonista silencioso e sem nome (o seu propósito é de que este seja o jogador em questão), Faeria assenta na melhoria constante do nosso deck através da aquisição de novas cartas, via a loja do jogo, ou através da vitória sobre os adversários, dos quais obteremos para além das cartas (individuais ou quatro dentro de baús a abrir mais tarde), pontos de experiência para fortalecer a nossa personagem.

O gameplay de Faeria é bastante mais intuitivo do que o de outros jogos do género, podendo com isso apelar a muitos novatos do género. Essencialmente, temos um tabuleiro no qual a nossa personagem e a do adversário se encontram em lados opostos. Cada um dispõe de uma barra de energia que deve ser reduzida a zero se quisermos vencer a contenda. Igualmente, existem quatro poços, localizados nos quatro cantos do mapa que serão essenciais para a nossa vitória, uma vez que nos enchem a mana (magia) e esta por sua vez permite-nos usar cartas mais fortes na batalha. Para conseguir esse bónus, basta-nos colocar uma carta nossa junto ao poço mágico. Felizmente, e mesmo que não consigamos tal, a mana irá subir no final de cada turno, que por sua vez termina quando já não tivermos mana para usar.

Convém salientar que o dito tabuleiro não tem caminho, quer para o inimigo, quer para os poços. Cabe ao jogador e ao seu adversário a criação do dito cujo, ao escolher telhas de terreno para colocar. As telhas normais (sem efeitos) podem ser colocadas às duas de cada vez, ao passo que das outras apenas podemos usar uma, salvo raras exceções (como no caso de usarmos uma carta cujos atributos permitam criar caminhos). Contudo, atenção! Devemos ter cautela no caminho que criamos, uma vez que o adversário também o está a fazer e pode curtar a nossa progressão. É certo que podemos andar no terreno dele, mas não podemos convocar novas cartas para lá.


Igualmente, é necessário ter em atenção que são necessários certos tipos de terreno (e há bastantes) para conseguirmos utilizar determinadas cartas. Por exemplo, criaturas da floresta apenas podem ser chamadas para esse tipo de terreno. O mesmo vale para as de fogo, àgua, entre muitas outras.

Também dentro das cartas existem diferenças que vão para além dos tipos. Nomeadamente temos cartas de ataque, efeito e estrutura. Com a excepção da do efeito, que apenas pode ser usada uma vez, as outras duas são móveis e dispõem de uma barra de energia própria, simbolizada por corações. Uma vez estes desaparecam, o mesmo acontecerá com a carta. As de ataque têm ainda um poder de ataque simbolizado por uma chama. Quantos, mais alto for, maior o dano causado.

Diversas cartas, sobretudo à medida que formos progredindo, possuem atributos que podem ser usados, de forma sábia pelo jogador no campo de batalha. Num jogo no qual não há tempo limite, o bom uso destas habilidades é portanto essencial.

Faeria conta com quatro modos de jogo:
  • Adventure, que essencialmente é uma aventura a solo,embora também possa haver co-op, e que visa a descoberta por parte do jogador do mundo de Faeria e das criaturas que este contém;
  • Battle, que vê o jogador batalhar por uma posição no ranking online (multiplayer) ou enfrentar o computador em combates simulados;
  • Pandora, ou survival, que vê até onde o jogador consegue aguentar. Este modo também permite a aquisição de novas cartas;
  • Puzzle, que coloca o jogador em situações onde o jogador tem apenas uma forma de vencer.
De entre estes modos apenas os dois primeiros estão disponíveis de início, com os outros a serem desbloqueados à medida que o nosso nível de jogador for aumentando.


A apresentação de Faeria é bastante sólida. Tanto as cartas, como os cenários nos quais iremos combater têm ilustrações bastante interessantes. O som, por sua vez, é aquilo que tipicamente é costume encontrar em jogos do género.

Com um estilo muito próprio, e que a mim me recorda o Dungeon Dice da Konami, Faeria é um título que cumpre, sendo acessível a novos jogadores. Peca por não ter uma história bem definida, mas ganha com gameplay que o permite destacar-se de outras propostas no género.

Nota: Esta análise foi efetuada com base em código do jogo para o PC via Steam, gentilmente cedido pela Plan of Attack.

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