Trüberbrook
Trüberbrook coloca o jogador no papel de Hans Tannhauser, um físico quântico americano com ascendência Alemã, que faz uma viagem à Europa após ter ganho uma estada grátis no hotel da localidade. Um misterioso jogo de point-and-click que acaba de chegar às consolas e tivemos oportunidade de testar na Nintendo Switch.
Ganhou uma estadia grátis? O nosso protagonista não se lembra de ter sequer entrado em nenhum concurso ou lotaria, de maneira que isto tudo é um pouco estranho. Digamos que é um típico protagonista de um jogo de aventura, tem o seu lado sarcástico, amável e engenhoso, com um ar geek. Rapidamente a nossa história tem uma reviravolta super interessante, onde nos vemos envolvidos numa conspiração que ameaça o mundo. Um portal entre dimensões fora aberto com o nome de “Portal de Saturno” e o nosso herói é, aparentemente, o único que o pode parar.
Este é um jogo típico do género, onde o jogador interage com personagens peculiares, examina o ambiente ao seu redor e tenta descobrir itens que serão utilizados para solucionar uma série de puzzles que lhe vão aparecendo no seu caminho.
Existe um total de quatro capítulos, além de um prólogo e um capítulo final, todos eles repartidos por diferentes cenários/áreas da cidade, incluindo pântanos, estação meteorológica, centro da cidade. O ambiente envolvente faz recordar o Monkey Island, incluindo algumas arestas por limar como o ângulo da câmera fixo e um sistema de movimento por vezes meio desajeitado.
Toda a aventura é envolta em charme, oferecendo uma mão cheia de momentos cómicos. Cada personagem com que nos cruzamos oferece a sua própria peculiaridade, desde a menina que acredita em aliens, ao marinheiro que tem medo de água, passando pelo velhote que confunde uma raposa com um gato, tornando-o assim o seu animal de estimação.
Ao nosso dispor temos o nosso fiel gravador, que nos permite ir gravando as próprias ideias e opiniões do personagem, num jeito de diário pessoal.
O design gráfico das áreas circundantes eleva o nível de charme do jogo, ao mesmo tempo que combina muito bem toda a maquinaria inerente à ficção científica, com que o protagonista frequentemente lida. É de facto o ponto que distancia este título de outros point-and-click, o uso de fotogrametria. Essencialmente, é uma técnica que permite extrair de fotografias métricas, a forma, feições, dimensões e a posição dos objectos nelas contidos.
Cada local foi construído à mão por uma equipa de artistas e a iluminação natural foi usada para apresentar diferentes instâncias do dia. Os modelos das personagens foram todos gerados em computador, no entanto, e em certos momentos sente-se um desfasamento de movimentos.
A interface que o jogo apresenta permite usar intuitivamente tanto o comando Pro da Nintendo Switch, como os Joy-Con da consola. Assim que o jogador interage com um objecto é apresentado uma roda com as várias opções disponíveis, como por exemplo ver, interagir e falar.
Trüberbrook é uma viagem encantadora através de uma Alemanha dos anos 1960. Apresenta uma mecânica simples e acessível com alguns apontamentos menos bons, como certos movimentos menos perfeitos, no entanto, nada que prejudique a experiência no seu todo.
Esta aventura tem sensivelmente 6 horas de duração, dependendo um pouco de quem o joga, claro está. Poderá parecer uma história pequena, no entanto está muito bem construída e ritmada com um final diria que satisfatório. Conta com uma banda sonora que assenta que nem uma luva, super suave com uma sonoridade diria que jazzística, evocando a sensação de mistério e do supernatural. Para fãs de ficção cientifica com um estilo artístico bastante peculiar, este será certamente um jogo que agradará à maioria.
Nota:
Esta análise foi efetuada com base em código final do jogo para a Nintendo Switch, gentilmente cedido pela Headup Games.
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