Mortal Kombat 11


Uma série que não é desconhecida pelos jogadores da velha guarda, Mortal Kombat foi um puro sucesso nos anos 90. Com gráficos que me faziam acreditar que estava a jogar com pessoas reais no velho televisor CRT ligado à Mega Drive do meu primo, num quarto escuro onde ele executava as famosas Fatalities e eu, ainda criança, tinha aquela reação e fascínio “Como é que tu fazes isto?”.

Agora há mais atenção às idades recomendadas nos videojogos mas, fora isso, qualquer jogador poderá fazer o equivalente no espetacular Mortal Kombat 11, que esta semana chega às principais plataformas de videojogos (com exceção da Nintendo Switch, cuja versão chega a 10 de maio) e tive a oportunidade de analisar na PS4, na sua edição Premium.

Mortal Kombat já teve os seus altos e baixos. Histórias paralelas, personagens novas que foram aparecendo e outras que desapareceram pelo caminho, ao ponto que até eu, que joguei a maioria deles, me encontro meio perdido por ter perdido alguns. Tendo achado o nono capítulo o melhor até à data, no décimo faltou algo para me impressionar. Mortal Kombat 11 (MK11) é uma sequela direta do anterior e por isso, quem não o tiver jogado, pode ficar um pouco à nora com a história por ver personagens outrora amigáveis terem virado a casaca para o lado dos mauzões da fita.


Em MK11, a NetherRealm quis tocar nos jogadores mais nostálgicos, incluindo personagens clássicos da série com direito a versões novas e "old school", assim como outros mais recentes incluindo Kotal Kahn e D’vorah, do capítulo anterior, sem esquecer personagens completamente novas como o Geras, por exemplo. Engraçado é saber como esta saga deu voltas e mais voltas, desde ver Liu Kang em Zombie no Armageddon até se tornar um aliado de Shinok, às vezes inventam de tudo para manter as personagens mais amadas no cenário mas, no fundo, isso é o menos importante.

Já que estamos a falar no modo história, este proporciona alguns momentos emotivos e nostálgicos. Não que seja algo de épico, mas as cutscenes estão muito boas e, tal como em MK9, passamos diretamente da animação para a ação e, após derrotar o inimigo, este deixa sempre uma dica em forma de gozo. A narrativa está razoável, mas também nunca se pode esperar muito de jogos deste género. Fizeram algo de forma a trazer de volta as personagens do primeiro torneio MK mesclando com os recentes, de forma a se poder jogar tanto com os velhos protagonistas como com os novos, numa junção de timelines.

Existem também momentos mais cómicos, principalmente com a chegada do Johnny Cage do passado que, comparado com o atual Johnny Cage, acabam por ser bem diferentes um do outro. A história não leva muito tempo a ser terminada e existem até momentos em que o jogador terá de escolher entre dois lutadores para enfrentar o inimigo. Uma escolha ao estilo QTE, durante a cutscene, com cerca de 3 segundos no máximo para decidir com quem queremos jogar.

O modo história é bom para conhecer alguns acontecimentos do passado, os motivos das personagens envolventes e até mesmo para se aprender a jogar, mas há muito mais para ver e fazer em MK 11, mesmo em single-player, dentro do modo Konquer. São eles os modos Towers of Time, Klassic Towers e Krypt.


Em Towers of Time, existe uma sucessão de torres com inimigos a derrubar. A principal diferença entre este modo e o Klassic Towers é que aqui o jogador contará em todas as lutas com modificadores que servem para dificultar a batalha, como rockets a serem lançados, envenenamento da personagem, o adversário ter mais poder de força, etc., tudo para que o desafio seja acentuado.

O modo Klassic Towers é, como o nome indica, clássico. Quem já jogou um jogo MK que seja, irá recordar-se perfeitamente desta mecânica, onde cada grau de dificuldade representa uma torre com X de amigos. No fácil, o jogador terá apenas 5 adversários para enfrentar, 8 no médio, 12 no difícil e, finalmente, o endless que, como o nome indica, é interminável. Aqui também está presente o modo survival que consiste em sobreviver 25 lutas sem alguma oportunidade de recomeçar o combate. Para ajudar, é possível usufruir de Konsumables, itens que podem ajudar a ultrapassar os combates tais como garantir temporariamente uma armadura, invocar outros personagens para assistir durante a luta, etc. No fim de cada um deste Klassic Towers somos presenteados com uma cutscene que apresenta o epílogo da personagem com que derrotamos o líder da torre.

Por fim, no modo Konquer é onde se situa o modo Krypt, um modo que tem estado presente pelo menos desde Mortal Kombat : Armaggedon. Jogamos com uma aventureiro sem nome que viaja até à ilha de Shang Tsung em busca dos mais valiosos tesouros. É aqui que se desbloqueia tudo e mais alguma coisa, desde fatos alternativos, itens colecionáveis e arte do jogo até com puzzles à mistura. Para o jogador conseguir desbloquear tudo terá de jogar muitas horas de MK 11, os tesouros parecem infinitos e as moedas não são muitas, um incentivo para que o jogador passe horas com o jogo e regresse à cripta para obter tudo que está disponível em MK 11.


Regressando ao menu principal do jogo, o modo Fight é o típico e mais jogado modo, pois é aqui os jogadores podem aceder aos combates online e local.

No modo online, além da habitual opção de combate ocasional, aqui chamado de Kasual, haverá também um modo Ranked, que só estará disponível dentro de 29 dias mas, como o nome indica, será um modo competitivo com uma tabela de classificação e respectivos rankings. O King of The Hill pretende colocar vários jogadores numa sala e aquele que dominar prossegue a jogar até que seja derrotado, um modo interessante para quem quer exibir-se e impor respeito como o melhor jogador.

Na secção Private os jogadores podem convidar um amigo para jogar sem interferências. Já o Kustom Lobby serve para criar uma sala com regras personalizadas, enquanto que na opção Rooms, o jogador pode aceder a uma sala de jogo ou simplesmente criar uma. Por fim, o Practice é um modo dedicado a quem quer jogar com outra pessoa e aprimorar os combos e movimentos fatais.

Para além destes modos há também um modo torneio e um estranho modo AI Only, onde formamos uma equipa com os elementos que desejamos e a inteligência artificial joga na nossa vez para combater contra outra equipa adversária. A AI jogará por nós as batalhas para obter recompensas diárias, o que vai sempre depender do nível em que nos encontramos para ter poder de força contra o adversário.

De volta ao menu incial, encontramos o Kustomize, para personalizar as personalizar as personagens da forma que desejarmos, desde as habilidades até aos próprios fatos, dá mesmo para passar um bom tempo aqui. Inserido no modo Kustomize está o Kollection, onde nos é apresentado tudo aquilo que amealhamos durante o modo história, combates nas torres ou na própria cripta, todos os colecionáveis e artes conceptuais como os extras, epílogos e músicas do jogo - embora estas estejam boas, não são comparáveis às dos jogos retro da série.


Mortal Kombat não é propriamente fácil. Através do menu principal, é possível aceder ao modo Learn, no qual o jogador deve passar algum tempo antes de entrar no online, a não ser que já esteja habituado à fúria de MK. O tutorial é sem dúvida obrigatório para os menos experientes e o Fatality Training é ideal para que os jogadores aprendam a humilhar os seus adversários no final de cada combate.

Em termos de jogabilidade, que é o que mais importa, MK 11 está definitivamente algo de genial, como já tinhamos referido na nossa antevisão (link). As lutas dão um prazer enorme de se jogar, os objetos que se encontram nos cenários espalhados para arremessar contra os adversários estão presentes e a brutalidade dos Fatal Blows é impressionante, golpes que o jogador tem a possibilidade de executar quando tem a saúde abaixo dos 30%. As Fatalities estão sangrentas e o melhor mais são os contra-ataques executados na hora H em que a câmara faz um zoom às partes do corpo golpeadas, que sofrem danos horríveis de se ver. MK11 conta ainda com uma boa quantidade de lutadores e, embora se jogue com os personagens do passado no modo história, estes terão de ser desbloqueados, para um total de 25 personagens, entre caras novas e velhas, sendo que Shao Kahn é um exclusivo de pré-compra.

Este é sem a menor dúvida um dos jogos de luta do ano. Os fãs da saga irão encontrar toda a violência que podem imaginar, horas e horas para jogar e executar todo o tipo de fatalities e fatal blows uns aos outros, na tentativa de humilhar o adversário da forma mais horrenda possível.

Nota: Esta análise foi efetuada com base em código final do jogo para a PlayStation 4, gentilmente cedido pela Upload Distribution.

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