Fade to Silence


Fade to Silence chega à Steam, PS4 e Xbox One, na tentativa de trazer aos jogadores um jogo de "survival RPG" em mundo aberto. O jogo mistura um pouco da sobrevivência e gestão de recursos num local misterioso pós-apocalíptico coberto de gelo, com algumas criaturas estranhas a vaguear e alguns animais que se mantêm vivos num inverno severamente rigoroso. Infelizmente, fica bastante aquém do seu potencial.

O protagonista Ash, uma personagem sem qualquer carisma, acorda pela voz do demónio adormecido em si. Uma voz que estará presente passo a passo, sendo quase a única voz no meio deste “Silence” que o jogo tem no título sublinhado.

Após acordar num lugar que mais parece uma cave de sacrifícios com uma espécie de pentagrama no chão, Ash sai da cave para se encontrar com uma criatura a deambular, dando início ao tutorial de como lutar e defender, de referir, ações bastante básicas. Até aqui, nada de mal, o sistema de combate não é nada de especial mas funciona. Logo a seguir, é-nos apresentada uma nova personagem, uma miúda que não terá qualquer ação muito relevante, a não ser que Ash se dirija a ela para umas conversas da “treta”. Não existe propriamente uma conversa acerca do que se está a passar nem da sua envolvência.


Posto isto de lado, o jogo apresenta umas mecânicas interessantes de sobrevivência. É necessário recolher uma boa quantidade de recursos e, para tal, o jogador terá de usar uma visão que lhe permita localizar a madeira e todos os recursos para construir todo o tipo de cabanas, saúde, alimentação e até, para os lobos. Lobos têm de ser salvos para, no futuro, se poder usar um trenó puxado pelos animais em questão. Isto irá ajudar a percorrer caminhos longos, pois as primeiras horas do jogo podem ser extremamente aborrecidas, caminhar de um lado para o outro com uma stamina evidentemente fraca, implica uma perda de tempo. Aqui não existe o prazer da exploração, os cenários são muito pouco variados pois pouco existe para ver em redor a não ser neve e mais neve.

Ao longo da jornada, é possível (mas muito difícil) encontrar humanos sobreviventes. Eles podem e devem ser recrutados para ajudar na luta pela sobrevivência, podendo explorar o mapa com Ash ou simplesmente ficar pela base principal na manutenção das cabanas. É preciso gerir tudo com cuidado, pois são seres humanos, logo, têm de descansar, não podem passar fome e é preciso que estejam de moral alta. Os únicos diálogos existentes em todo o jogo são mesmo com os humanos recrutados e, mesmo assim, nada que cative muito interesse.

O objetivo principal é limpar a corrupção que habita na terra, salvar os sobreviventes e resolver o mistério por detrás do Eclipse. Este Eclipse é uma bola gigante, como se fosse um planeta que é vista por qualquer parte do mapa a flutuar pelos céus. Algo interessante foi o Eclipse largar o “lixo” recolhido e atirar ao chão caso o jogador passe por debaixo dele (podem até cair veículos), é também o responsável por deixar o mundo com estas criaturas.


Avançar na aventura é correr de um lado para o outro e encontrar os locais corruptos, eliminando um ou dois monstros e fazer a limpeza através da mente do próprio Ash, o qual até perde saúde durante a limpeza. É assim que se vai progredindo, embora também seja necessário construir e manter a base, pela qual os responsáveis serão os sobreviventes recrutados, através de ordens dadas pelo jogador.

Além das criaturas e a presença constante do Eclipse nos céus, existem tempestades de neve que prejudicam não só a visibilidade como também o caminhar de Ash. No caso de estar longe da base, é necessário ter os recursos para criar uma fogueira num abrigo que esteja o mais perto possível, ou jogador não sobreviverá, morrendo de hipotermia.

Para evitar alguns dos caminhos longos que são um massacre, é possível usar "fast travel" em certos abrigos e bases, o que ajuda imenso a evitar as longas e aborrecidas caminhadas que Fade to Silence oferece.


O maior problema a apontar a Fade to Silence é realmente o seu último nome, Silence. O jogo é entediante, parece silencioso a tempo inteiro, exploramos um mapa que parece vazio e com um design não muito inspirador. Embora a intenção do jogo esteja direcionada para tal, a forma como o implementaram acaba por destruir toda a diversão, quando o jogo até podia ser algo mais interessante.

Em pouco tempo, torna-se cansativo, uma sensação que não é de todo positiva, mas é a que transparece. Houvesse maior diversidade nos cenários, mecânicas de jogo menos confusas ou até a exploração de novas ideias, e esta poderia ser uma experiência bastante melhor.

Nota: Esta análise foi efetuada com base em código final do jogo para PC via Steam, gentilmente cedido pela THQ Nordic.

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