Riot: Civil Unrest


Há sempre um lugar no nosso planeta em que a população vive em situações de total descontrolo, entre manifestações pacíficas que acabam por vezes em motins violentos, tudo devido a temas raciais ou estado do governo como se está a passar neste momento na Venezuela.

Riot: Civil Unrest é um simulador focado em motins, protestos contra o sistema onde a sociedade exige um conjunto de novas medidas ao governo, a ideia deste jogo é qualquer coisa de genial na minha opinião, no entanto se o jogo é ou não divertido também depende muito das vossas ideologias.

Neste jogo de estratégia pura, a ideia é protestar e avançar contra a polícia, seja de forma pacífica ou violenta. Como é evidente, a violência não é propriamente a melhor opção, se existem resultados com isso, infelizmente, por vezes sim, tal como aconteceu em França há cerca de um mês. O jogo baseia-se nisso mesmo, o jogador tem no seu controlo uma multidão que protesta pelos seus direitos, que pode vir a escalar ou não dependendo da atitude que o jogador pretende ter com a manisfestação. O jogador é o líder no meio disto tudo, toma a decisões do povo.


É possível controlar 4 grupos de pessoas, umas podem agir de forma pacífica e outras de forma mais violenta, ao critério do jogador. Engraçado é ter a possibilidade de também poder jogar com a própria polícia para manter o controlo da situação. O objetivo principal, seja qual for o lado que o jogador optar por escolher, é manter a distância entre ambos os lados, a facção que conseguir conquistar o lado oposto ganha a “batalha”.

Estas decisões são tomadas no início de cada missão. Pelos manifestantes é possível escolher a quantidade de bandeiras e de fazer a divisão dos grupos, mais hostis ou mais defensivos/pacíficos. Dependendo de todas as escolhas, tudo pode afetar o protesto, podendo-se tornar em algo mais violento ou pacífico por parte das pessoas. Megaphones são necessários para controlar as pessoas e ordenar para que se sentem ou mantenham as suas posições. E esta parte é interessante, pois está realmente muito bem conseguido, os sons dos manifestantes e toda a sua confusão, sente-se um ambiente de contestação realista que torna a experiência satisfatória. Outro aspeto que gostei de ver no jogo são os loadings, cada ecrã de carregamento do jogo conta com frases de revolucionários como Che Guevara e outros nomes famosos.


Algo que me fez sentir na pele desta “gente” foi viver a manifestação e controlar tudo aquilo que a rodeia em tempo real, assim como o jogo passar-se em países reais como Itália, Alemanha, Argentina e o Irão por exemplo, tornando-o mais realista. Infelizmente o grafismo é bastante pixelizado e pode mesmo confundir os jogadores, podiam ter apostado em algo melhor e mais detalhado pois quando a confusão se instala torna-se deveras complicado de acompanhar.

Por vezes o jogo torna-se tão confuso e complicado que se perde o gosto pela experiência. No limite, o jogador é capaz de se chatear e tentar resolver tudo à “batatada” como fiz, ainda assim perdi contra a polícia de choque. As primeiras missões, como se tratam de manifestações, até não são assim tão complicadas, mas quando o objetivo é destruir, a coisa fica dificíl pois não há qualquer tutorial de como fazer ou proceder. Há também um modo de multiplayer local, o que é um ponto positivo embora eu não o tenha testado.


É verdade que isto é apenas um jogo, mas será que também é algo que poderá incentivar pessoas a organizar motins? Por alguma razão senti isso, até porque é um jogo estratégico e é preciso saber gerir bem as manifestações. O jogo é interessante, mas sendo confuso e até um pouco cansativo, a experiência em si não é totalmente recompensadora. Dito isto, não sei se é preferível organizar motins nas ruas de Portugal ou carregar a Switch para criar uma falsa manifestação, mas que o jogo não sirva para desincentivar alguém de lutar pelos seus direitos.

Nota: Esta análise foi efetuada com base em código final do jogo para a Nintendo Switch, gentilmente cedido pela Evolve PR.

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