Princess Peach: Showtime!


Nem sempre Mario é o herói das aventuras no Reino Cogumelo! Por vezes temos o seu irmão, Luigi, a partir para histórias assutadoras, o destemido Captain Toad enfrentar imensos desafios e até mesmo Yoshi vai dando que falar. Mas... e Peach? Talvez muitos não saibam, mas ela foi a protagonista do seu próprio jogo em Super Princess Peach para a Nintendo DS, um curioso jogo de plataformas lançado em 2005 onde Peach usava emoções para lidar com todo um conjunto de situações. Agora, quase 20 anos temos Princess Peach: Showtime!, colocando Peach nas luzes da ribalta!


Num dia completamente banal Peach recebe um folheto que anuncia uma nova peça no Teatro Esplendor e, curiosa, parte juntamente com os seus Toads para ver que se trata. Literalmente momentos após chegar ao seu destino Peach vê a sua visita interrompida pela misteriosa Rubi que, juntamente com a sua Trupe Uvaparsas! Atores raptados, o teatro todo remodelado por magia, o caos instaurado... tudo de mal aconteceu. É no meio desta confusão toda que surge Estela, a pequena guardiã do Teatro que, juntamente com Peach, partem para salvar a situação.

É deste modo teatral que começamos a nossa aventura, explorando o Teatro Esplendor a tentar perceber o que está a acontecer. Intrigados e com vontade de ajudar entram numa peça onde veem que tudo... está mal. Rapidamente nos deparamos com um curioso brilho no meio do palco que transforma Peach na personagem principal da peça que deveria acontecer, dando-lhe poder para enfrentar, de forma espetacular, a trupe de inimigos que nos aparecem pela frente. São muitas as transformações espetaculares que temos para Peach, tornando-a numa destemida espadachim, uma vaqueira habilidosa, uma detetive genial, uma confeiteira encantadora... entre outros! Tudo isto resulta num bom jogo de ação, com jogabilidade diferentes dependendo do nível.


Cada nível é uma peça diferente, colocando Peach no papel principal de pequenas aventuras de alguns minutos. Depois temos capítulos diferentes para cada uma, que contam uma história cheia de surpresas e bosses a enfrentar à medida que avançamos pelo Teatro a salvar o dia e os atores que lá estão em perigo, muitos deles raptados pela Trupe Uvaparsas. Há também Rubi, que assumiu o controlo do Teatro para ter tudo à sua maneira, que nos atira para todo um conjunto de perigos a enfrentar. A história é muito simples, perfeita para servir de jogo de ação introdutório para os mais novos, não sendo particularmente difícil, mas sem ser demasiado básico, com algumas mecânicas de ritmo, destreza de movimento e reflexos. Ajuda também que o jogo esteja disponível em português do Brasil, ajudando a entender os diálogos das personagens.

O principal sumo do jogo está nas peças, níveis com diferentes controlos e estilo de jogo. Por exemplo, como Peach Espadachim temos um jogo de ação onde atacamos e desviamo-nos de ataques dos inimigos, que vêm uns atrás dos outros sem parar! Também com bastante ação temos Peach Ninja e Peach Kung Fu, ambos que temos de ser mais habilidosos e usar os nossos reflexos para atacar os inimigos de surpresa, como ninjas, ou contra-atacar no momento certo como mestres do kung fu. Há níveis mais calmos onde jogamos com Peach Detetive, onde exploramos os cenários à procura de pistas, ou Peach Confeiteira onde temos de decorar gigantescos bolos e preparar deliciosas bolachas. Outras transformações pedem bastante destreza a jogar, como Peach Furtiva onde somos espias e temos de percorrer os níveis usando um gancho com uma corda ou, algo semelhante, temos a Peach Vaqueira que usamos uma corda para caçar inimigos ou os perigos que nos são lançados. Há outras transformações como Peach Sereia que usa o seu canto para controlar animais marítimos, ou Peach Patinadora onde fazemos patinagem artística usando determinados movimentos nos momentos certos, mas, talvez, das minhas favoritas foi Peach Super-heroína, misturando muito de Power Rangers com um jogo shooter na lateral.


Seja que nível for, ou melhor, a peça onde estamos a participar, todo o jogo é retratado perfeitamente como se fosse uma peça de teatro. Temos muitos elementos, entre eles inimigos ou os diferentes animais, que estão seguros por cordas como acontecem nas peças de teatro, havendo ainda imensos detalhes nos níveis que parecem ter sido construídos por cenógrafos. As zonas especiais dos níveis, por exemplo, muitas vezes levam-nos aos bastidores do teatro, vendo diferentes objetos guardados ou as partes detrás, ou debaixo dos imensos cenários. O jogo podia, contudo, estar melhor polido, mesmo que esteja bastante detalhado principalmente quando vemos Peach e as diferentes sequências introdutórias de transformação, ao jogar tanto em modo portátil como na TV não via ali o carinho que foi dado a Super Mario Bros. Wonder ou Yoshi's Crafted World. Dito isto há imensa atenção na direção artística do jogo, onde efeitos como fogo, objetos como nuvens, tudo é retratado tal e qual como objetos das peças que atravessamos, criando em mim um efeito nostálgico que não contava: lembrou-me do jogo de plataformas Dynamite Headdy, um clássico da Treasure lançado na Mega Drive, onde tudo se passava num teatro. 


Praticamente todos os níveis são como se estivessemos a assistir a uma peça do teatro e, todos eles, contam com bastantes surpresas, com vários desafios pelo meio (alguns deles que me colocaram mesmo à prova) em que concluir tudo a 100% não é tão fácil como imaginamos. Há ainda todo um conjunto de coisas a desbloquear, como fatos para Peach que nada mais são que texturas e, ainda, fatos diferentes para Estela que apenas mudam a sua cor, alterando ainda a cor da fita que Peach usa para atacar. Isto foi algo que até senti falta, mesmo sabendo que "Showtime!" é a ordem do dia e Peach tem todo um leque de transformações ao seu dispor, a jogabilidade como... simplesmente Peach tinha potencial, mas não foi devidamente aproveitado. Não contem também com um jogo longo, embora tenhamos diferentes níveis a explorar para cada transformação, alguns desafios interessantes e ainda o convite para completar os níveis totalmente.


Este é um muito bom jogo para introduzir os mais novos aos jogos de ação, bem mais que um simples jogo de plataforma, até porque se aproxima mais de um beat-em-up do que um clássico jogo de plataformas do Super Mario. Podia, talvez, ser mais e maior, oferecendo mais conteúdo para explorar estas transformações que Peach tem. É ainda um bom ponto de partida, quero ver uma sequela para este jogo onde podem voltar a usar as mesmas transformações e incluir novas, trazer novos estilos de jogo. Quem sabe ainda se não veremos os movimentos de Princess Peach: Showtime! a serem aproveitados num futuro Smash Bros., agora que temos lá Daisy!


Nota: Análise efetuada com base em código final do jogo para a Nintendo Switch, gentilmente cedido pela Nintendo.

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