Final Fantasy VII Rebirth
Admito que a espera por Rebirth não foi tão intensa como a que tive com Remake… O que não tem faltado ultimamente são jogos incríveis (tenho tanta coisa para jogar!), mas ainda assim, arrumei a agenda para me poder dedicar totalmente a este jogo, até porque morria de curiosidade por saber o seu desfecho. Fugir a trailers, muito conteúdo e possíveis leaks levou-me a um certo isolamento do mundo online, pois, afinal, seria em Rebirth que um dos mais famosos spoilers da indústria dos videojogos se tornou numa espécie de feature, ou incógnita. Se jogaram o original sabem do que estou a falar, se não… bem, provavelmente também já sabem, mas não vou desenvolver. Foi difícil evitar tanta coisa, até porque Remake deixou muito em aberto sobre o que seria possível fazer com esta continuação. Felizmente consegui jogar livre de spoilers, dou por mim a respirar fundo e a conseguir dizer isto: o meu tempo com Final Fantasy VII Rebirth foi incrível!
Mas… vamos com calma. Depois dos eventos de Remake (e o seu DLC) a nossa equipa encontra-se em Kalm, pequena localidade próxima de Midgar onde Cloud conta quem é Sephiroth e porque é uma ameaça. Um flashback que arranca a história, que nos deixa jogar com o icónico Sephiroth e destruir tudo o que se atravessava à nossa frente, enquanto que Cloud, bem mais jovem, tropeçava nos seus próprios movimentos. Habituei-me de novo aos controlos do jogo sem grandes dificuldades e, sensivelmente uma hora depois já me sentia apto a enfrentar qualquer desafio. Aos poucos era recordado do quão divertido é o sistema de combate, frenético que mistura ação com alguma estratégia dos RPGs por turnos, ao poder chamar o menu de habilidades “congelando” o jogo para pensar no que fazer, era o que sentia falta na série após ter ficado algo desconsolado com os combates de Final Fantasy XVI.
Mas… vamos com calma. Depois dos eventos de Remake (e o seu DLC) a nossa equipa encontra-se em Kalm, pequena localidade próxima de Midgar onde Cloud conta quem é Sephiroth e porque é uma ameaça. Um flashback que arranca a história, que nos deixa jogar com o icónico Sephiroth e destruir tudo o que se atravessava à nossa frente, enquanto que Cloud, bem mais jovem, tropeçava nos seus próprios movimentos. Habituei-me de novo aos controlos do jogo sem grandes dificuldades e, sensivelmente uma hora depois já me sentia apto a enfrentar qualquer desafio. Aos poucos era recordado do quão divertido é o sistema de combate, frenético que mistura ação com alguma estratégia dos RPGs por turnos, ao poder chamar o menu de habilidades “congelando” o jogo para pensar no que fazer, era o que sentia falta na série após ter ficado algo desconsolado com os combates de Final Fantasy XVI.
Quando há uma tendência para ser “tudo” open-world, Rebirth é mais tímido, apresentando-nos diferentes zonas para explorar sem estarem propriamente ligadas. Nada disso estragou a sensação de estar numa aventura épica, deixando-me curioso, e ansioso, para saber o que ia encontrar do outro lado do mapa, tudo coisas que não senti muito em Remake. Estava de volta ao Final Fantasy VII como o conheci na minha adolescência, olhava para tudo em redor com o mesmo espanto, agora com imenso detalhe enquanto explorei um mapa cheio de atividades! Não é, no entanto, um mundo perfeito e por vezes sentia-me confuso sem saber como chegar a certos locais, até porque um monte aparentemente escalável não dava, de todo, para trepar. Cruzava-me com monstros, que pareciam uma mecânica de sítios específicos e não um perigo sempre à espreita, dando por vezes a sensação que os mapas tinham zonas vazias mesmo quando estavam recheados de conteúdo. Ainda adorava olhar tudo no meu redor, regressei entusiasmado àquele mundo, ainda mais quando cavalgava nas costas dos chocobo, que nos permitem explorar melhor cada uma das zonas. O mapa do mundo é isto mesmo, segmentado em diferentes zonas, cada uma delas com coisas exclusivas que as diferenciam das restantes, como muitas missões secundárias que nos levam a explorar ainda mais.
Os capítulos vinham uns atrás dos outros, estava ansioso por saber onde a aventura ia-me levar e, mesmo conhecendo o jogo original, não descansei até ver os créditos finais. No entanto, a partir de determinado momento fui ignorando uma ou outra missão, até porque já não aguentava ouvir mais o Chadley que regressa do primeiro jogo agora com o intuito de nos dar missões e chatear-nos ainda mais. Nem sou de ignorar conteúdo por causa de NPCs, mas Chadley exagerava… se calhar estou a depositar alguma da minha frustração, de a cada dia que passava era mais difícil fugir a spoilers, motivo este que também ajudou para querer progredir rapidamente até ao final. Praticamente todos os capítulos estão bem construídos, com a exceção de um ou outro que são bastante fracos: o pior deles arruinar por completo um dos meus momentos favoritos do original, a troco de abusar de uma mecânica irritante de atirar caixas para ativar diferentes coisas e ativar botões, com controlos meio manhosos. Fora isso, no geral cada capítulo explora muito bem as diferentes partes do jogo introduzindo bastante conteúdo sem arruinar as minhas expectativas.
“Final Fantasy VII Rebirth é mais Final Fantasy VII”, uma frase que me ecoa na minha cabeça, pois pega no material de origem e traz imensas novidades que dão destaque a muitas coisas que sempre mereceram atenção, mas nunca foram devidamente exploradas. Não senti que inventaram “demasiado” ou fugiram muito ao que esperava do jogo, as adições na história foram bem-vindas e enquadra-se perfeitamente! Também houve… certas coisas que me irritaram, senti o dedo de Tetsuya Nomura a inventar demasiado, mesmo quando ele (aparentemente) já não tinha tanto peso no jogo. Coisas como o destaque a personagens introduzidas em spin-offs e até jogos de mobile, que me lembrou da confusão que é acompanhar a história de Kingdom Hearts. Algo que até já sentia quando joguei o DLC de Remake, mas esperava que tivesse ficado por lá. Não que sejam coisas que estraguem o jogo, elas estão bem enquadradas e dão o feedback necessário para compreender o que está a acontecer, mas o conhecimento prévio sobre algumas personagens traz algumas vantagens.
O que me traz a outro ponto que senti falta até agora… Este é um jogo parvo, por vezes estranho, que adoro profundamente! Aqui podia estar frente a frente com um momento sério e deprimente, para minutos depois estar diante uma parada espetacular em Gold Saucer, o parque de diversões onde entretenimento é a palavra do dia. Já muito antes disso temos a chegada da equipa a Junon em que temos de nos infiltrar no exército da Shinra para podermos progredir, onde Rebirth não desilude e deu-me dos melhores momentos do jogo. É divertido, não tenta dar um ar sério e maduro quando temos Cloud a desfilar num exército nas ruas cheias de gente a festejar, que não foge da festa na praia em Costa del Sol, dando um descanso merecido à equipa e quebrando até a figura estoica que Cloud tenta sempre transmitir.
Se no original Gold Saucer era o centro dos minijogos… bem… as coisas mudaram para melhor! Praticamente todo o jogo tem imensas atividades: são on-rails shooters onde Barret tenta destruir coisas a bordo de um carrinho de mina, jogos de ritmo a tocar piano, temos uma espécie de Wave Race, um Rocket League, o regresso do tower-defense em Fort Condor… Muita coisa, mesmo. Parece que nos deram ordens para nos divertimos muito neste jogo, perante o drama todo que vamos vivendo pelo caminho. Há ainda Queen’s Blood, um jogo de cartas que na realidade é um jogo de tabuleiro onde temos de controlar o máximo de áreas possíveis com valores elevados. Temos alguma estratégia, embora não tenha encontrado grandes desafios nas suas partidas, ao ponto que a partir de certa altura já nem mudava o meu deck pois as cartas que tinha (já a meio do jogo) eram mais que o suficiente.
Olhando para o Final Fantasy VII original recordo-me que das minhas partes favoritas do jogo é precisamente o que passamos agora em Rebirth, quando conhecemos a equipa toda e descobrimos praticamente todo o mundo que temos pela frente. Colocando fiquei muito satisfeito com a adaptação feita agora, embora algumas questões de desenvolvimento da história tenham ficado confusas. Ou seja, grande parte do jogo estamos a ver mais conteúdo a um bom ritmo, só que subitamente parece que nos apressamos para a conclusão do jogo, descartando até zonas importantes para o jogo. Fui, no entanto, recompensado com um dos melhores momentos que vi na série, uma performance incrível da cantora Loren Allred que, certamente, vai-me acompanhar até às últimas horas da conclusão desta trilogia.
Concluindo, Final Fantasy VII Rebirth marcou-me, pode não ser dos meus jogos favoritos dos últimos tempos mas, ainda assim, não consigo deixar de pensar nele. Quero-o repetir, agora em Hard, mas criei para mim o plano de jogar Final Fantasy VII Remake do início sem saltar uma única cutscene para, logo de seguida, avançar para Rebirth como se a espera de 4 anos nunca tivesse existido. Talvez seja óbvio, mas, não avancem para este sem ter jogado o primeiro, mesmo que haja um breve resumo a contar os principais eventos do início e, sinceramente, espero que desfrutem da viagem em Rebirth como eu!