BlazBlue Entropy Effect
Antes de mais, BlazBlue Entropy Effect não é um novo capítulo na série de jogos de luta. Apresenta-se como um roguelite de ação 2D que mais depressa nos recorda de Mega Man Zero ou, mais recentemente, Azure Striker Gunvolt. Entramos na pele de um pequeno robô num mundo futurista onde todos parecem usar o sistema ACE, uma realidade virtual onde nós usamos versões digitais de algumas personagens de BlazBlue, enquanto vamos descobrindo um pouco mais sobre aquele mundo.
Estas personagens são... bem, o único motivo porque é que este jogo tem BlazBlue no nome. Porque, honestamente, isto não é BlazBlue. Fora o moveset fiel das personagens dos jogos de luta e as podermos usar dentro de ACE, não há muito mais além disto. Outro ponto onde parecem ter buscado muita inspiração é no modo confuso como contam uma história bizarra, que faz pouco ou nenhum sentido e ficamos mais confusos do que recebemos respostas para, afinal, o que raio aconteceu e está a acontecer.
Podia muito bem ser um título de ação genérico, com outras personagens, que o resultado seria muito semelhante. Dos cenários cheios de neons, extremamente monótonos e com pouca variedade, recheados de grupos de inimigos que diferem muito pouco entre eles, aos bosses que nada nos dizem. Não ajuda que o jogo seja extremamente repetitivo, algo que poderia esperar sendo um roguelite (que não sou particular fã), onde o objetivo é repetir sempre as mesmas coisas enquanto vamos melhorando, permitindo-nos progredir mais. Mas aqui parece ganhar um peso maior, onde parece que estamos sempre a jogar o mesmo nível com personagens de BlazBlue.
Dito isto, diverti-me com o jogo. O moveset das personagens está bastante bem implementado, cada ataque era-me familiar. Jogar com Noel, Hakumen, Taokaka, Jin ou Ragna (entre outros) era como se estivesse a jogar de novo BlazBlue agora com controlos mais simplificados, num estilo de jogo diferente. Sendo roguelite ia também aprendendo novos ataques e habilidades, melhorando cada uma das personagens nas vezes seguintes que entrava em ACE e explorava um pouco mais aquele ciberespaço. Os desafios também acompanhavam a minha performance, embora sentisse que por vezes a dificuldade subia a pique, talvez para me "obrigar" a perder.
Quanto à história, bem... é mesmo, mesmo genérica. Sei que não é propriamente um objetivo de um roguelite ter uma história aprofundada, apenas fiquei mal habituado com jogos como Hades ou The Binding of Isaac: Rebirth onde a narrativa estava muito bem explorada. Sei também o quanto ignorei a história de toda a série BlazBlue, por muito que fosse contada com uma espécie de visual novel nos jogos, tão extensa que passava horas a ler diálogos. Em Entropy Effect eles dão um destaque à narrativa, quase que desesperadamente a dizer "vêm, a história é importante! E vejam o quão misteriosa é!!". Só que tudo é tão aleatório e confuso que dava por mim a ler os diálogos em piloto automático. Importante referir que as personagens de BlazBlue não têm aqui qualquer importância ou influência, pois são só apenas avatars que usamos nos momentos de ação.
Se procuram um roguelite com uma jogabilidade ao estilo Mega Man Zero, BlazBlue Entropy Effect talvez seja jogo para vocês, embora não esperem daqui um jogo que vos vá marcar. Se forem fãs de BlazBlue como eu talvez fiquem a pensar "porque raio é que isto tem BlazBlue no título" e mais vale a pena ignorar essa parte, mas vão-se divertir a ver os movimentos e ataques especiais de personagens que conhecem bem.
Nota: Análise efetuada com base em código final para PC, gentilmente cedido pela 91Act.