Quadroids


No século 22 a Terra está a dar as últimas e numa última tentativa de salvar a humanidade, as Nações Unidas enviam uma nave, a New Hope, em busca de um novo planeta habitável. Essa nave é guiada por A.I e contém uma fonte inesgotável de autómatos, que serão depois necessários para fazer terraformação do novo planeta. Contudo, a nave fica bastante danificada depois de atravessar uma nuvem electro-magnética. Talvez tenha sido isso que altera a A.I, mas ela agora não só está consciente da existência de um narrador (quebrado a fourth wall), como também muda os seus planos para conquista do universo. Esta é a história do jogo, que nos é contada durante a sua intro.


Quadroids é um jogo de estratégia, com puzzles e plataformas pelo meio, com uma mecânica que me fez lembrar muito os Lemmings e os Lost Vikings, de 1991 e 1992, respectivamente. Desenvolvido pela Blue Loop, Quadroids coloca-nos na pele de quatro Quadroids, o nome que é dado aos autómatos gerados pela A.I. Inicialmente e, para nos habituarmos aos controlos, teremos apenas que guiar um cujo objectivo é simplesmente alcançar a meta, de forma a completar o nível e ir avançado no mapa-mundo. Tal tarefa não é fácil, sobretudo quando começámos a ter obstáculos que exigem mais do que meros saltos de plataformas, ou quando temos que lidar com mais que um Quadroid, uma vez que o ecrã de jogo se encontra dividido em quatro pequenos ecrãs. A cada um deles está atribuído um botão de salto diferente. Ora será esse precisamente o único controlo que iremos ter sobre os Quadroids, o salto. Isto porque eles, tal como os Lemmings, movem-se de forma autónoma.

Com mais que um para controlar e com hazards a surgirem no caminho, será preciso pensar bem antes de mover cada um deles. Se por vezes temos que manter um autómato preso num determinado ecrã para podermos manobrar o outro, noutras situações (como é o caso do salto em conjunto), temos que usar dois de forma a atingirmos plataformas mais elevadas, abrir passagens ou criar pontes. O sacrifício dos Quadroids é um dado garantido neste jogo, muitas vezes temos que deixar um cair na lava ou ficar espetado em espinhos, para outro poder progredir. Noutras ocasiões, temos barreiras que nos impedem de avançar. Aí temos que literalmente deixar um dos pobre autómatos ser atingido por bolas de fogo, para a barreira desaparecer (temporariamente) e o outro passar. E para quem estiver preocupado, não temos nem limite de tempo, nem limite de autómatos. Assim que um é destruído, outro surge de imediato para o substituir. O que interessa, para concluir o nível e avançar no mapa é que um deles consiga alcançar a meta.


Somos premiados com medalhas no final de cada nível mediante três aspectos. O primeiro é a conclusão do mesmo, o segundo é o tempo demorado a fazê-lo e o terceiro é o número de ordens que tivemos que dar aos pequenos robots para eles lá chegarem. Quantas mais medalhas tivermos, mais memórias visuais iremos desbloquear (há um total de 390 medalhas). Outra coisa que iremos encontrar em alguns níveis e que visa aumentar o desafio são os Quarks, objectos que uma vez activados dão-nos pouquíssimo tempo para apanhar todos os seus componentes (se falharmos, não tem mal, uma vez que podemos repetir as vezes que quisermos até conseguirmos). Esses Quarks são importantes porque permitem-nos aceder a níveis secretos (existem 75 deles) em cada um dos diferentes planetas em que aterrarmos. E temos muitos planetas para desafiar, sendo que por exemplo só no primeiro mundo existem 26 níveis.

O jogo conta com gráficos minimalistas e simples, os cenários não são muito elaborados (tirando o mapa mundo), o que beneficia o gameplay, uma vez que este é um jogo onde a dificuldade aumenta rapidamente, embora deva ser dito que não é injusto, somente desafiante. A música é muito zen em certos pontos e robótica, transmitindo-nos a sensação de vazio do espaço e de despreocupação da A.I pelos seus autómatos (que basicamente são carne para canhão). O jogo conta ainda com a já tradicionais tabelas online, nas quais podemos ver a nossa posição online, e os achievements, que são desbloqueados mediante certos aspectos que consigamos fazer no jogo. Em suma, um excelente desafio mental, num jogo que conta também com a sua dose de humor.


Nota: Análise efectuada com base em código final do jogo para a Switch, gentilmente cedido pela Fabloo Games.

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