Risen


O clássico Risen chegou à Nintendo Switch, numa adaptação que não é nem um remaster nem um remake, mas sim o título de 2009, agora com a possibilidade de jogar tanto na TV como no modo portátil.

Risen é um RPG de ação em tempo real que ocorre numa época medieval. O jogador controla um herói sem nome, o qual está a viajar pelos mares num barco que acaba por ser atacado e naufragado numa ilha desconhecida. Sem nada em sua posse, o jogador terá de começar por explorar esta ilha e recolher recursos, ouro e armas para combater pela sobrevivência neste lugar hostil que conta com animais selvagens e todo o tipo de ser humanos, desde aldeões inofensivos a guerreiros que não vão hesitar em atacar.

O jogo tem uma ilha com uma grande área para explorar, é claro que para os padrões de hoje, não é algo gigantesco, mas é sempre positivo ter um jogo, especialmente portátil, com um “mundo” para explorar. Pode-se dizer que quase qualquer objeto consegue ser recolhido, e tal como acontece em Fallout, podem furtar objetos nas casas dos aldeões, no entanto vão sofrer consequências por esse furto. Se forem simpáticos com os aldeões, vão receber recompensas, devem até ajudar aos seus apelos para obter mais recompensas.


Como dito anteriormente, um dos aspetos que realmente é surpreendente tendo em conta a idade do jogo, é o facto de começarmos por explorar por onde desejarmos assim que iniciamos o jogo. Dei por mim, por alguma razão, não ter gravado o jogo no local pretendido, tendo que começar novamente na última gravação e surpreendentemente ao falar com o primeiro NPC, este indicou-me outro caminho visto que selecionei outras respostas no diálogo que tive de voltar a ter com o NPC. Nos dias de hoje pode ser algo banal, mas Risen já tem uns anos e é uma bela surpresa ver estes pequenos detalhes que alteram o rumo que o jogador decide tomar.

Por falar em diálogos, também é outro aspeto deveras importante de referir, isto porque estão com uma qualidade fantástica, seja o voice acting como as próprias respostas que temos como opção de escolha que fará toda a diferença. É nestes diálogos que conseguimos ser verdadeiros samaritanos e obter recompensas ou simplesmente sermos rudes e quem sabe, atacados, tudo depende do rumo que o jogador quer escolher.

Se algumas coisas são impressionantes até nos dias de hoje, o mesmo não se pode dizer da jogabilidade, menus e gráficos. Eu não sou alguém de julgar muito os gráficos, até porque estamos perante um jogo que não sofreu nenhuma alteração, isto é apenas um port do clássico que chega à Nintendo Switch e que nos dá a oportunidade de jogar de forma portátil ou simplesmente para quem nunca teve a oportunidade de jogar antes. Confesso que deu-me a entender que na dock, a performance e o próprio grafismo está melhor mesmo eu tendo testado numa Switch OLED mas pode ter sido a minha impressão. O jogo corre a 30fps seja qual for o modo que jogarem, o que é uma pena pois perde-se a oportunidade fazer algo melhor, não que tenha quebras de frame rate mas sempre que o jogo grava, há ali uma paralisação.


E se os gráficos não sofreram melhorias, também a jogabilidade e os menus são um aspeto que não foi alterado. É fácil de entender que é um jogo PC numa consola, os menus estão apresentados em botões diferentes, estes podem ser encontrados no D-pad da Switch, cada direção apresenta um menu diferente, e seria bem mais fácil ter estes menus todos num só sítio pressionando Start. Até sacar de uma espada para atacar pode deixar o jogador confuso, fora a jogabilidade antiga e presa do jogo, é notável assim que começam a caminhar com a personagem mas pior mesmo só lutando.


Risen é um bom jogo, com muito conteúdo, interessante, no entanto é preciso meter na cabeça que esta versão não sofreu qualquer update. Há aqui uma oportunidade perdida para trazer um clássico de volta com uma jogabilidade refinada e menus mais simples, adaptados à plataforma em questão.


Nota: Análise efetuada com base em código final do jogo para Switch, gentilmente cedido pela THQ Nordic

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