Wonder Boy Anniversary Collection

Janeiro findou mas, antes de o fazer e dar lugar a Fevereiro, presenteou-nos com a mais recente coletânea da série Wonder Boy, trazida até nós pela editora Bliss Brain. Esta, que já nos trouxera uma edição semelhante no ano transato, volta a fazer o mesmo, mas de uma forma mais detalhada e completa que anteriormente. 

Esta é a nova coleção de uma das mais antigas séries da Sega, com os seus seis jogos, nas suas vinte e uma versões distintas entre consolas e máquinas arcade.


Primeiramente temos o clássico das arcades de 1986, Wonder Boy. Este jogo, que iniciou esta longa série, coloca-nos na pele do quase pré-histórico (a nível de aparência física) Boy, enquanto este tenta resgatar a sua namorada Tina das mãos de atemorizantes monstros. Munido apenas de um rústico martelo de pedra e o ocasional auxílio de uma fada e o uso de um pouco confiável, mas rápido skate, Boy irá atravessar diferentes cenários (que iram da floresta serrada e a ilha tropical, até a sinistros covis invernais e escuras cavernas repletas de morcegos), numa aventura, com forte incidência nas plataformas, ao bom estilo daquilo que se pode experienciar em Super Mario Bros, por exemplo.

Esta primeira aventura pode ser jogada de diferentes maneiras (algumas mais jogáveis do que outras). Podemos jogar o original das arcades, assim com as versões que saíram para a SG-1000 (de longe a conversão mais fraca das três), Master System/Sega Mark III e para a Game Gear, tanto no Japão, como nos mercados internacionais (de salientar que a versão internacional da Game Gear era conhecida com Revenge of Drancon).



Segue-se o segundo jogo da série, Wonder Boy in Monster Land (1987), que por sua vez criou uma nova série spin-off ao alterar por completo o gameplay do jogo anterior. Agora há uma maior incidência na exploração e no level-up, embora se mantenham as plataformas e a acção frenética. Monster Land mantém o protagonista, Boy, mas troca o martelo por uma espada, com o nosso herói a ganhar também ele uma armadura e um escudo para maior proteção. Cabe-lhe a ele defender a Monster Land de uma nova e temível ameaça naquele que é considerado num dos primeiros (senão mesmo o primeiro) exemplar de um RPG de Acão.

Aqui temos à nossa disposição apenas as versões arcade e da Sega Mark III/Master System do jogo, embora em ambos os casos tenhamos acesso à japonesa e internacional.



O terceiro jogo desta coleção, apelidado de Wonder Boy III: Monster Lair volta a mudar a fórmula, alterando o gameplay que agora alterna entre o regresso às plataformas numa primeira fase, seguido de uma segunda metade como shooter vertical, no qual o nosso herói (ou heroína) se encontra montado num dragão. Esta aventura de 1988, coloca-nos nas mãos duas novas personagens, Leo e Purapril (Priscilla no ocidente), permitindo pela primeira vez dois jogadores jogarem em simultâneo. Um dos mais longos jogos arcade que tive oportunidade de experimentar, Monster Lair mantém a temática dos dois títulos anteriores, com a particularidade de ter bosses de dimensões enormes e particularmente resistentes (e hilariantes se me é possível acrescentar).

Desta feita, temos apenas a versão arcade (System 16) e a sua conversão 16 bits para a Genesis (Mega Drive nos E.U.A).



O próximo jogo é Monster World II, a sequela de Monster Land, e o primeiro desta coleção a não ter versão arcade (Wonder Boy III foi a última). Monster World II (também chamado de Wonder Boy The Dragon's Trap) recupera a mecânica de RPG de ação com um twist. A nossa personagem principal, que é a mesma de Monster Land, é amaldiçoada pelo seu adversário, o temível Meka Dragon, e vê-se transformada num lizard-man cospedor de fogo. Num jogo com bastante backtracking e mais transformações (e que conheceu remakes recentes), temos a árdua tarefa de devolver o nosso herói ao seu estado humano original.

É também uma sequela que apenas possui versões 8 bits, nomeadamente as aqui disponíveis para a Master System/Sega Mark III e Game Gear.



Segue-se Wonder Boy: Monster World III, de 1991, que se mantém no registo dos RPGs de ação, com forte presença de backtracking, introduzindo novos adversários para combater (e um novo vilão), assim como um novo protagonista na figura de Shion. Um dos títulos iniciais da Mega Drive por estas bandas, Monster World III manteve alta a popularidade da série junto dos fãs. Os cenários são mais detalhados do que nunca e a versão 16 bits contava mesmo com um save para gravar o jogo (na Master System ainda se fazia recurso às passwords).

Nesta coleção temos acesso às versões da Genesis/Mega Drive, assim como à conversão 8 bits para a Master System. 



Por último, temos o maravilhosos Monster World IV, que abandona totalmente o termo de Wonder Boy, assim como as temáticas tropicais e de fantasia europeia e japonesa, para adotar um estilo mais arábico, enquanto nos apresentava a segunda protagonista feminina da série, na figura da jovem Asha. Uma mistura de estilos de jogos passados que tenta trazer o melhor de cada um ao de cima, Monster World IV é de longo o mais bonito, esteticamente falando. Este título, de 1994, permite-nos usar a pequena criatura azul, chamada de Pepelogoo, como um aliado, numa aventura que vê a jovem Asha viajar pela Monster Land, numa tentativa de auxiliar espíritos distantes que suplicam por auxílio.

Esta última aventura pode ser experimentada tanto na sua versão da Mega Drive, como na da Genesis.


Para nos auxiliar em todas esta aventuras temos o botão de save state, o qual nos permite gravar em qualquer lugar, a qualquer instante, assim como o botão de rewind, que permite rebobinar alguma ação menos bem pensada da nossa parte. De igual modo, os jogos contam com a existência de mapas de todas as áreas (em algo que parece tirado dos guias existentes nas revistas de jogos dos anos 90), assim como a possibilidade (em alguns dos casos) de reduzir a dificuldade (ou aumentá-la). De igual modo podemos ainda escolher o filtro de imagem, para algo mais clássico ou mais actual. 

Para além disto, Wonder Boy Collection conta com inúmeras ilustrações dos diferentes títulos, alternado entre os panfletos das arcades ou as capas das consolas, até arte conceptual. De igual maneira, temos ainda acesso a um vasto conjunto de OST dos jogos originais. 

Em suma, esta é uma grande coleção de jogos, que dirá muito a quem cresceu com esta série e igualmente a quem apenas a conheceu graças aos recentes remakes. Um must have para quem não possui a coletânea anterior. 

Nota: Análise efetuada com base em código final do jogo para a Nintendo Switch, gentilmente cedido pela ININ Games.

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